quarta-feira, 28 de julho de 2010

PROJETO SONORA BRASIL 2010



Pernambuco recebe o projeto Sonora Brasil 2010, de formação de ouvintes musicais, realizado pelo Departamento nacional do Sesc em parceria com os Departamentos Regionais, que chega a sua 13ª edição homenageando a música brasileira do século XX, especialmente a obra de Cláudio Santoro e Guerra-Peixe. Os dois compositores cumpriram um importante papel na estruturação das bases da música erudita contemporânea no Brasil a partir da relação que mantiveram com o Movimento Música Viva, que a partir de 1939 movimentou a cena musical do país sob a liderança do alemão Hans-Joachim. Koellreutter, com o objetivo de estudar e difundir o dodecafonismo, técnica de composição que naquela época representava a vanguarda musical na Europa.

Em quatro etapas o projeto apresenta quatro formações distintas que apresentarão a obra dos dois compositores em programas que buscam mostrar a evolução de suas obras, confrontando o período em que se dedicaram ao dodecafonismo com o período posterior, o nacionalismo, em que buscaram valorizar elementos da música genuinamente brasileira. Representando três estados do Brasil e o Distrito Federal, o Quarteto de Brasília (DF), o Quinteto Latino-Americano de Sopros (PB), o Quinteto Leão do Norte (PE) e o Conjunto GYN Câmera (GO), realizarão os concertos em mais de 90 cidades do país.

O primeiro grupo a se apresentar em Pernambuco é o Quinteto Latino-Americano de Sopros da Paraíba, começando os concertos na capital, no Teatro Capiba (Sesc Casa Amarela), nesta quarta-feira (28), e na Estação Cultural Senador José Ermírio de Moraes, em Piedade, na quinta (29). Na sexta (30), o grupo toca na Igreja de Santo Antônio, em Tiúma, São Lourenço da Mata. As apresentações seguem pelos municípios do interior do estado, sempre às 20h, começando pelo município de Surubim (2/8), e seguindo por Belo Jardim (3/8), Garanhuns (4/8), Caruaru (5/8), Arcoverde (6/8), Buíque (7/8), Triunfo (8/8), Carnaíba (10/8), Bodocó (11/8), Araripina (12/8) e Petrolina (13/8). A entrada para as apresentações é gratuita.

Grupo | Fundado em março de 1978, o Quinteto Latino-Americano de Sopros da Paraíba é integrado por professores da Universidade Federal da Paraíba. Com um vasto repertório formado com obras de diferentes estilos e épocas vem apresentando-se regularmente nas capitais de diversos estados do país e no exterior. Incursiona na música popular e erudita, concentrando seus esforços na orientação do gosto e da sensibilidade da platéia, dando especial atenção na divulgação de obras, arranjos e transcrições da música latino-americana. Desenvolve um extenso programa de pesquisas, visando à apresentação de obras inéditas dos compositores nordestinos.

Homenageados
Cláudio Santoro | Compositor, instrumentista, professor e regente, Claudio Franco de Sá Santoro (23/11/1919-27/03/1989) nasceu em Manaus (AM). Integrou a Orquestra Sinfônica Brasileira e, ainda quando violinista, pôde desenvolver o lado de compositor e regente. Frequentou as aulas de composição de Hans-Joachim Koellreutter, que lhe apresentou o dodecafonismo. No ano de 1947, foi para a Europa, onde estudou e participou do Congresso de Compositores Progressistas, em Praga. Convidado por diversos governos e instituições estrangeiras, atuou como regente das mais importantes orquestras do mundo, dentre elas: Filarmônica de Leningrado, Estatal de Moscou, RIAS (Berlim), ORTF (Paris), Ossodre (Montevidéu), Beethovenhalle Bonn, Sinfônica da Rádio de Praga, Filarmônica de Bucareste, Pro Art (Londres), Île de France (Paris), Sinfônica da Rádio de Leipzig, Sinfônica de Magdeburg, Filarmônica de Varsóvia, além das orquestras brasileiras. Suas obras são reconhecidas e interpretadas no Brasil e no exterior.

Guerra-Peixe | Compositor, instrumentista e professor César Guerra-Peixe (18/03/1914-26/11/1993) nasceu em Petrópolis (RJ), cidade onde iniciou os estudos de música, através de solfejo, piano e violino, no Conservatório Santa Cecília. Posteriormente, passou a estudar na Escola Nacional de Música, com Paulina D’Ambrósio. Aperfeiçoou-se e graduou-se no Conservatório Brasileiro de Música, tendo aulas com Newton Pádua; entre 1944 e 1945 estudou com Koellreutter, quando começou a utilizar a técnica dodecafônica em suas composições. Em 1949, Guerra-Peixe mudou-se para Recife, onde se aprofundou no estudo do folclore. Mais tarde publicou o livro Maracatus do Recife, contendo farta documentação musical. Como violinista, integrou a Orquestra Sinfônica Nacional. Seu trabalho foi bastante reconhecido pelas rádios, sobressaindo-se as orquestrações de música popular. Com grande destaque no cenário musical brasileiro e de outros países, deixou um dos mais importantes legados musicais, com intensa atuação como compositor, pesquisador, professor e instrumentista




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