terça-feira, 24 de maio de 2011

CASO PALOCCI: A LUTA É POLITÍCA



Por Brizola Neto,

Não estou fazendo juízo de valor sobre qualquer situação. Nem tenho porque condenar ou absolver alguém antes de que os fatos sejam esclarecidos. No mínimo, antes que se aguarde a entrega, esta semana, das informações pedidas pelo procurador-geral da República ao Ministro Antonio Palocci. E, mais de uma vez, já disse que nunca morri de amores por sua linha de idéias político-econômicas.
Seja como for, os fatos alegados não se referem a ações de Governo, mas atos e negócios praticados fora do Governo, pelos quais, se for o caso, ele deve responder.
Todos, aliás, devemos responder por nossos atos.
A análise que cabe agora não é jurídica ou factual.
É política.
Fracassado o discurso da “inflação”, é o da moralidade que resta à mídia e à oposição.
Ora, moralidade é indispensável.
E a direita brasileira nunca fez muita questão dela.
Não estamos diante de um caso de purismo moral.
Estamos diante de um caso de ataque político. O Governo Dilma está sendo acossado por uma via indireta, mas que chega ao Palácio.
Ou a gente já se esqueceu de como foi o processo eleitoral? O alvo estava na mesma sala hoje ocupada por Palocci.
E isso precisa ser enfrentado.
Ninguém se iluda, isso não vai passar “com o tempo”.
Pode passar a situação específica. Mas outras, não importa se verdadeiras ou falsas, aparecerão.
Não que não importe ser verdade ou mentira. Claro que importa, mas para nós, não para a oposição.
Porque é o único discurso possível para uma oposição esvaziada e incapaz de fazer seu papel, o de oposição política.
Precisa que a a mídia faça por ela.
E que nós, pela melhor das boas intenções e com os olhos mais fixos na árvore do que na floresta, embarquemos na “onda”. Esqueçamos da política e nos ocupemos apenas em lidar com “escândalos” e, enfraquecidos, deixemos de lado o que estamos aqui para fazer: dar um país digno ao povo brasileiro.
Não me é confortável dizer essa verdade. Poderia estar aqui surfando a onda das denúncias, até porque não tenho nada a perder, pessoal ou politicamente, e nenhum acerto político a obter.
Mas tenho, sim, algo a perder. Todos temos. Permitir que se enfraqueça politicamente o Governo Dilma é abrir caminho para a direita derrotada, apesar dos métodos “éticos” e “morais” que todos vimos.
Não significa acobertar nada, ao contrário. mas de esclarecer, abrir, informar e debater.
De reagir e não sermos levados como cordeiros ao matadouro.
Porque estas situações começam aparentemente “do nada”. Mas, se não houver reação e combate, ninguém pode prever quando e como acabam.

Postado por Miro  no blog Tijolaço:

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