segunda-feira, 9 de março de 2015

SOMOSTODASKARINNYOLIVEIRA. MAIS UM CASO DE VIOLÊNCIA E ABUSO DE PODER

               




 
A história da Karinny é a de tantas outras. Após 12 anos de casamento e com dois filhos, em 2007 tomou coragem para pedir a separação devido à violência e humilhação às quais era submetida. Assim como na maioria dos casos, obteve a guarda dos filhos e deveria receber uma pensão do pai para as despesas com os menores.


                  Claro que, como todo predador que se preze, ele não se deu por vencido e frequentemente "insistia" (vocês sabem um que insistir significa nesses casos!) em um retorno. Como a maioria das vítimas Karinny cedeu algumas vezes e em todas a violência vinha novamente à tona. Como derradeira forma de ameaça, o ex passou a não pagar mais a pensão. O que a levou finalmente a recorrer à "Justiça" em 2011.

                   O que ela não sabia é que o homem que por tantos anos abusou dela intimamente passaria a fazer da vida dela um inferno no judiciário. Ao todo correm oito processos (número dos processos abaixo), sendo que em janeiro de 2012 além de perder a guarda dos dois filhos foi condenada a pagar uma pensão alimentícia no valor de 80% do salário mínimo (Karinny é bolsista da Capes e recebe R$ 1,5 mil). Não tendo sido sequer citada da ação de execução teve sua ordem de prisão civil decretada pelo não pagamento de uma dívida acumulada no valor atual de R$ 12,7 mil.

                  A decretação de prisão acabou gerando grande repercussão e comoção pública e, finalmente o caso ganhou visibilidade nas redes sócias e na imprensa (local, estadual, nacional e internacional), conseguindo o apoio dos Movimentos Sociais Feministas que fizeram uma Campanha de Arrecadação em prol da Karinny.

                    Nada disso impediu que a alienação parental continuasse, pois Karinny não tem notícias dos filhos deste de outubro de 2013 e considerando que passou mais de um ano sem vê-los (de 2012 a 2013) são quase 4 anos da mais dura e baixa forma de violência contra uma mãe!
                      Até pessoas próximas dela a julgaram por ter "escolhido" essa situação ao abandonar um marido que lhe proporcionava uma vida "boa" com direito a carro, casa, cartão de crédito. Quem se importa se o preço que ela pagava era o da sua própria dignidade, não é mesmo?

                       O caso de Karinny é uma sequência de nulidades e de absurdos jurídicos. Você pode estar aí se perguntando o porquê então!? O que há de errado nesses processos? Qual a pegadinha?

                 Bem, o ex-marido da Karinny é Promotor de Justiça do Estado de Pernambuco (cujo salário inicial de carreira é de R$ 19.383,87!).

                O caso da Karinny dói em mim como mulher, como vítima de violência doméstica e como operadora do Direito! Dói saber que por mais leis que tenhamos ainda vivemos em uma realidade na qual as autoridades que deveriam servir usam sua função para serem servidos e para seus próprios objetivos escusos.

             Mas o que eu gostaria de dizer à Karinny é o tamanho da admiração que tenho por mulheres como ela! E que embora ela esteja pagando o preço mais alto, que a luta dela servirá a muitas e que, no que depender de mim, não ficaremos caladas! Gostaria de dizer a ela que #SomosTodasKarinnyOliveira porque a violência contra ela é a uma violência contra todas nós!

             E a você leitor e leitora deste blog, gostaria de pedir ajuda também... divulgue, repasse, contribua! Não se cale! Não deixe a dor e a luta dela serem em vão! Veja abaixo como ajudar!

                 Obrigada Karinny por compartilhar a sua dor comigo e por confiar em mim para contar a sua história!

                    Obrigada por não esmorecer e por brigar com todas as suas forças contra um sistema muito maior do que eu e você mas que precisa urgentemente mudar!



 -  Feminista, Advogada, Executiva, Palestrante e uma mulher atrás das perguntas certas...


Karinny Oliveira estará em Garanhus, no auditório do fórum Ministro Eraldo Gueiros, 14h30, no dia 13/03, encerrando as atividades da semana Justiça e Pá em Casa, onde nosso judiciário acelerou os processos da Lei Maria da Penha. 

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