quarta-feira, 8 de julho de 2015

O FESTIVAL REÚNE TODAS AS TRIBOS EM TORNO DA ARTE EM TODAS AS SUAS EXPRESSÕES

               
 
        Toda a cultura pernambucana tem encontro marcado no Festival de Inverno de Garanhuns, que em 2015 chega à sua 25ª edição, de 16 a 25 de julho. Um dos maiores festivais de Cultura do Brasil volta à cena do inverno no agreste pernambucano para celebrar, ao lado de milhares de pessoas, todas as linguagens da arte. Somente na área de música, serão cerca de 220 apresentações, espalhadas em seis palcos e uma igreja – onde acontecem duas mostras de música erudita. O 25º FIG também irá celebrar o teatro, dança, circo, cinema, literatura, artesanato, cultura popular, design, moda, fotografia, artes visuais, as comunidades tradicionais, os pontos de cultura, os patrimônios imateriais, além de promover dezenas de atividades formativas. 

                 São 15 polos culturais, espalhados por toda cidade, que estará decorada por uma cenografia especial, inspirada nos quilombolas e na diversificada cultura popular do estado. O FIG é uma realização do Governo de Pernambuco, através da Secretaria de Cultura e Fundarpe, em parceria com a Prefeitura de Garanhuns. Este ano, o festival conta com a importante parceria do SESC de Garanhuns, que entra na programação com duas exposições. “O FIG é a apoteose da arte produzida em Pernambuco e uma plataforma de circulação para artistas de todo o país, um festival democrático, que leva entretenimento através do que de melhor vem sendo produzido no estado e no Brasil. As trocas culturais nas mais variadas linguagens, marcas indeléveis do FIG, estão mantidas e temos a certeza de mais um festival de sucesso em Garanhuns”, destaca o secretário de Cultura Marcelino Granja.


          A presidente da Fundarpe, Márcia Souto, ressalta o desafio da nova gestão da Cultura de Pernambuco em realizar o 25º FIG e se diz satisfeita com o resultado da organização do festival:“Construímos uma grade diversificada, que traz o peso e também a novidade, o artista para as massas e os que precisam ainda mais projetar seus trabalhos, e assim atingimos mais uma vez o objetivo deste evento que, como parte de uma política pública do estado, cumpre um papel de sintetizar as marcas do nosso trabalho em todas as áreas da cultura e da formação cultural”, destaca.

          



Homenagem – A escritora pernambucana Luzilá Gonçalves, natural de Garanhuns, é a homenageada do FIG este ano. Luzilá vive no Recife desde os seis anos de idade, mas nutre até hoje tanto amor por Garanhuns que seu projeto atual é um romance sobre a fundação da cidade, através da história da índia Simoa Gomes, que doou um terreno central, que serviu para a construção da antiga igreja de Santo Antônio.

           Já enquanto homenageada do FIG, Luzilá passou a escrever uma coluna semanal na página oficial do festival. Ela também será destaque na programação da Praça da Palavra, polo do FIG dedicado a recitais, contações de histórias, debates, lançamentos de livros e performances. A vida e a obra de Luzilá será tema da conversa entre a homenageada e o escritor Alexandre Furtado no sábado (18), às 19h. O livro A Cabra Sonhadora, de Luzilá, que estava esgotado, será relançado pela CEPE durante o festival. O evento acontece no domingo (19), às 11h. Na quinta (23), às 16h, Luzilá participa de uma conversa com Luzinette Laporte, sobre livros infantis e a formação do leitor.

             Outra importante homenagem a Luzilá Gonçalves acontecerá na abertura do FIG, na quinta (16), às 19h, no Teatro Luiz Souto Dourado. Nesta ocasião, o público prestigiará o show Porcelana, de Alaíde Costa e Gonzaga Leal, com a participação da atriz Ceronha Pontes, recitando textos de Luzilá.

Música – São seis os palcos do Festival de Inverno de Garanhuns: Mestre Dominguinhos (antiga Esplanada Guadalajara), Pop e Forró (instalados no Parque Euclides Dourado), Instrumental (no Parque Ruber Van Der Linden), Cultura Popular (no centro da cidade) e ainda o Palco Mamulengos e Pontos de Cultura (também no Parque Euclides Dourado). O XI Virtuosi na Serra e o Conservatório Pernambucano de Música levam, ainda, concertos eruditos para Igreja de Santo Antônio. No palco Mestre Dominguinhos, que chega a reunir até 30 mil pessoas a cada noite, a ideia este ano foi construir um mosaico da música regional e brasileira, com perfis bem definidos, a cada noite.

                  Participam do FIG 2015, artistas admirados em todo o Brasil como Ana Carolina, Mundo Livre, Pitty, Lenine, Racionais MC’s, Joana, Banda Calypso, A Cor do Som, David Moraes e Moraes Moreira, Mariana Aydar, Zezé Mota, Capital Inicial, entre outros. Além de agradar a um público mais amplo e diversificado, as noites na Praça Mestre Dominguinhos terão muita personalidade. É o caso da referência à cena paraense, na sexta-feira (17), quando a malemolência da Ska Maria Pastora abre para o projeto inédito de Fafá de Belém com seus conterrâneos Manoel e Felipe Cordeiro, com quem está gravando novo trabalho. A noite será encerrada pela banda Calypso, que representa o que de mais pop a música paraense já produziu.

            No sábado (18), vai acontecer um encontro de pernambucanos de três gerações e que vem construindo carreiras sólidas e relevantes para a música contemporânea brasileira. Estamos falando do encontro da banda Eddie, com Orquestra Contemporânea de Olinda (lançando terceiro álbum da carreira, Bonfim) e Lenine. Na segunda-feira (20) haverá mais uma noite de destaque, desta vez, marcada por uma afirmação política através da música, produzida pelos artistas das periferias brasileiras. Trata-se do punk rock dos Devotos – banda recifense do Alto José do Pinho – com os rappers paulistas do Capão Redondo, do Racionais MC’s, uma das mais importantes bandas do hip hop brasileiro da atualidade.

                   O Palco Dominguinhos abre espaço ainda para noite romântica, forrozeira, de sambas e de mais música autoral pernambucana, com destaque ainda para Isaar e Voz Nagô, Lucas e Orquestra dos Prazeres, DJ Dolores, Bonsucesso Samba Clube, Mombojó, Herbert Lucena e Adiel Luna.

Instrumental – Lugar para os que apreciam uma música mais fora do circuito comercial, o Instrumental, localizado no charmoso Pau Pombo, destaca-se este ano pelos projetos especiais, que reunirão instrumentistas que nunca tocaram juntos, o que, além de ser um presente para o público, promoverá importantes trocas entre os artistas. É o caso do Frevotron, que irá juntar o maestro Spok, seu filho, o guitarrista Yuri Queiroga, e o DJ Dolores. O projeto 3D também reunirá virtuoses numa mesma apresentação, igualmente inédita: Bráulio Araújo, Jeovah da Gaita e Renato Bandeira. Até mesmo o maestro Duda vai encarar uma nova apresentação, associando-se a um quinteto, no show Pernambuco Sonoro.

Palco Pop - Muitos artistas chegam ao FIG para lançar novos trabalhos.  O Palco Pop é endereço certo do que de mais recente está acontecendo no cenário regional e brasileiro. Destaque para os shows dos pernambucanos Graxa, Ave Sangria, Isadora Melo, Rua (lançando CD novo no FIG), Publius (também lançando CD), Silvério Pessoa (com disco novo em homenagem a Jackson do Pandeiro) e Johnny Hooker, cantor recifense radicado no Rio de Janeiro, vencedor do 26° Prêmio da Música Brasileira pelo disco Eu Vou Fazer Uma Macumba pra Te Amarrar Maldito. No show, ele inclui os sucessos Volta (trilha do filme Tatuagem), Alma Sebosa (trilha de Geração Brasil) e Amor Marginal (trilha da novela global Babilônia). A cantora paulista Tiê e o catarinense radicado em Maceió, o cantor Wado, também são destaques na programação.

Artes Cênicas – O FIG irá receber uma das mais importantes montagens de João Falcão, o espetáculo Gonzagão, a Lenda, que faz uma encenação da poética da obra de Luiz Gonzaga. Por conta da complexidade do espetáculo, ele será encenado no Palco Pop. No circo, importante destacar a presença dos Irmãos Brothers (RJ), do Circo Malabarístico dos Irmãos Becker (SP), além das tradicionais famílias circenses, como a Família Vidal, 5ª Geração no Picadeiro, do Disney Circo, e da Família Alves, ambas de Pernambuco. Na área da dança, importante registrar a presença da companhia mineira Ressonâncias, com um espetáculo de dança de rua. Presenças também confirmadas do Balé Popular do Recife e da Cia. Pé-Nambuco de Dança, com o espetáculo afro Majho Majhobê Olubajé.

Literatura - Escritores contemplados com o II Prêmio Pernambuco de Literatura, além do escritor paulista Ricardo Lísias são atrações confirmadas na programação literária deste ano. Projetos como o “A Gente da Palavra” (Secult-PE com participação dos poetas Joy Carlu, André Monteiro, Clécio Rimas e Wilson China) e “Cápsulas Sentimentais”, de Julya Vasconcelos, também prometem espalhar poesia por toda a cidade.

Artes Visuais – As mostras de artes visuais, moda, design e fotografia do FIG acontecem, mais uma vez, na Casa Galeria Galpão, de 19 a 25 de julho. Destaque para Sonhadores, de Daaniel Araújo. O artista trabalha com o sonho e a dimensão do sonhador. Na Galeria, ele irá apresentar uma exposição que trará representação de pessoas adormecidas e outros elementos que remetem ao ato de sonhar. Durante o festival, através de arquivos de áudio coletados pela rede whatsapp, com os visitantes do FIG, ele coletará narrativas de histórias sonhadas, que serão reproduzidas durante os dias em que a instalação estiver montada. Performances, intervenções e interações com os visitantes também integram a programação da Casa. Além de cinco projetos na área de Design e Moda.

Importante parceiro do festival, o SESC promove as exposições Um Itinerário Gráfico, de Beatriz Milhares, e Relicário: Memórias e Afetos, com o acervo de Josevaldo Araújo de Melo, ambas na Galeria Ronaldo White.
  
Audiovisual – O cine Eldorado abriga este ano a 11ª Mostra de Cinema do FIG. Além da programação de importantes e premiados filmes pernambucanos – tais como Permanência, de Leo Lacca, Sangue Azul, de Lírio Ferreira e A História da Eternidade, de Camilo Cavalcanti – este ano tem novidade. É a mostra Medonho – Mostra de Cinema de Horror de Garanhuns, que acontece dia 22, às 22h50, e envolverá curtas metragens do gênero. A programação de audiovisual no FIG vai abranger ainda o consagrado projeto Cinema na Estrada, que levará curtas de animação e ficção para duas comunidades quilombolas de Garanhuns (Caluête e Atoleiros) e uma cigana no município de Iati.

Formação Cultural – Trinta ações formativas, entre oficinas e seminários, também chegam à Garanhuns com o Festival de Inverno. Há opções de minicursos em diversas áreas culturais (música, dança, teatro, artes visuais, cultura popular, fotografia, artesanato etc) e também sobre elaboração de projetos do Funcultura, cultura digital e gestão cultural. Este ano, para se inscrever em uma oficina, o interessado deve doar um livro utilizado, em bom estado. A doação é voluntária, mas importante, pois vai contribuir com a ação Escambo de Livros. Na sexta-feira, 17/7, em parceria com a Secretaria Estadual de Educação, o FIG promove o seminário “MAIS CULTURA - Cultura, Arte, Democratização e Participação Popular na Educação”, voltado a professores da rede pública de ensino.

Patrimônios Vivos – O FIG 2015 garante espaço e aplaude grandes mestres da cultura pernambucana. Oito patrimônios vivos do estado vão se apresentar ao longo dos dez dias de festival: Lia de Itamaracá, Caboclinho 7 Flexas, Maracatu Estrela Brilhante de Igarassu, Clube de Alegorias e Críticas O Homem da Meia Noite, Clube Indígena Canindé, Maestro Duda, Maracatu Estrela de Ouro de Aliança e o Maracatu Leão Coroado. As netas de Dona Selma do Coco também cantam no Palco da Cultura Popular em uma bela homenagem à “rainha do coco”, falecida no último 9 de maio.

Roda de Sanfona – Entre as atrações do palco da Cultura popular está o projeto Roda de Sanfona, da Prefeitura de Garanhuns. O projeto homenageará o mestre Dominguinhos e reunirá sanfoneiros do agreste meridional. Da cidade de Correntes estão vindo sanfoneiros como Clóves (Trio Asa Branca), José Pedro (Forró Pesado), Valmiro Sobral (Forró Fenix), Zuza (Pé Quente), Ivan Maceió, Zé Mago e Cícero Basílio. De Brejão, vem Basto Peroba, e de Bom Conselho chegará Trio Posa na Fulô.
Pontos de Cultura – O V Casarão dos Pontos de Cultura do FIG se consolida como espaço para troca de ideias sobre políticas culturais, formação e debate. Além das oficinas e apresentações culturais, o Casarão promove este ano duas exposições: “Carnaval em Foco: Imaginário Coletivo”, do Ponto de Cultura Oscip Diálogos; e “Mestres da Memória”, do Ponto de Cultura Tecer. O espaço funciona de 20 a 24/7, com visitação das 13h às 17h.

Artesanato – Tradicional polo de comercialização de artesanato durante o FIG, o Pavilhão do Artesanato no Parque Euclides Dourado abre no sábado (19) e segue até 26/7 com trabalhados de mais de 20 artesãos do estado. Arte sustentável, joias, esculturas, cerâmicas, peças indígenas, mamulengos e outras produções artesanais poderão ser apreciadas no espaço, sempre das 14h às 22h.

Polo Castainho – A programação voltada para as comunidades tradicionais da região contempla, este ano, oficinas de percussão, dança afro, educação patrimonial, além de apresentações de coco, afoxé, espetáculos de circo, dança, teatro e mostras de cinema.


História do FIG - A ideia da criação do Festival de Inverno de Garanhuns deve-se a um garanhuense chamado Marcílio Reinaux, que no fim da década de 80 teve a inspiração de realizar em sua terra natal uma festa de grande porte, nos moldes dos festivais frios de Campos do Jordão. Em 1991, com o apoio do Governo do Estado, através da Fundarpe, e em parceria com a Prefeitura de Garanhuns, o festival teve sua primeira edição realizada, de 13 a 28 de julho. A repercussão positiva alcançou todo país e Garanhuns logo entrou na rota de um dos mais importantes festivais de inverno do país. O FIG, que nesta 25ª edição faz uma reverência à filha da terra, a escritora Luzilá Gonçalves, já homenageou importantes nomes da cultura pernambucana, a exemplo de Ariano Suassuna, Luiz Gonzaga, Janete Costa e Ivo Amaral.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário é muito importante para nós. Deixe-o aqui e participe desse universo onde a opinião de cada um tem o poder de fazer as coisas ficarem sempre melhores.