“AS SEMELHANÇAS DE CAMPOS DO JORDÃO/SP,
COM GARANHUNS/PE.
Campos do Jordão, cidade serrana do interior de São Paulo,
guarda algumas semelhanças com Garanhuns, cidade serrana do interior de
Pernambuco.
Lá tem um Teleférico, Garanhuns não tem. Mas, o sistema de
teleférico é explorado pelo governo de São Paulo, ou seja, o Município não
recebe nada por esse tipo de serviço de diversão.
Lá tem um Festival de Inverno, o qual começou a declinar ao
passar de 10 dias para 30 dias, voltado apenas para músicas clássicas e
eruditas aos finais de semana. Garanhuns supera e muito com seu Festival de
Inverno, o qual todos nós conhecemos o seu sucesso.
Lá tem Parques, os quais são explorados pelos grandes
empresários da capital paulista, inclusive pela família Matarazzo.
Lá tinha uma forte indústria de confecções, todas fecharam e
as vestimentas são trazidas de uma cidade próxima do interior de Minas Gerais.
Hoje, a indústria somente de Cerveja, a Baden. Mesmo com um parque industrial
pequeno, Garanhuns supera Campos do Jordão.
Garanhuns era a cidade que mais crescia no interior do
Nordeste nas décadas de 1940, 1950 e início de 1960, época áurea da produção e
exportação de café. Hoje as oportunidades de crescimento são poucas.
Garanhuns perdeu indústrias, Campos do Jordão, também. Mas, o
que tem em comum entre Garanhuns e Campos do Jordão, afora o clima, o
fechamento de indústrias e a ausência do domínio do governo
municipal nos Parques de Diversão e no Teleférico? É que
ambas as cidades são deficitárias, como o são, a maioria das cidades
brasileiras.
O Festival de Jazz foi cancelado porque o governo municipal
não produz renda suficiente para bancar esse tipo de atividade
recreativa, a não ser com recurso dos governos estadual e federal. De nada
adianta o prefeito Izaías Régis, com suas bravatas, afirmar que tem tantos
milhões para isso ou para aquilo. Além do mais, o Festival de Jazz é uma
atividade semi-privada, por que a mesma é administrada pelo empresário
Giovani Papaléo, sem querer com isso tirar o seu brilhantismo
e a sua capacidade organizativa.
Os Parques estão no caminho da privatização por falta de
planejamento do Governo Municipal, o qual possui um exército de cerca de 500
homens na Guarda Municipal, além de aproximadamente 4.000 servidores. Mesmo
assim, o que dar a entender é que o Governo Municipal se acha incapaz de
administrar o pequeno patrimônio que nós temos, ou que o prefeito Izaías Régis,
quer mesmo é beneficiar e dar lucro aos seus amigos e afilhados. Afinal, o
governo municipal, se caracteriza por ser voltado para defender os interesses
das elites ricas.
PAULO CAMELO DE HOLANDA CAVALCANTI.
Engenheiro Civil, ex-líder estudantil, ex-candidato a
Prefeito e militante do Partidão (PCB)”.
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