quarta-feira, 5 de abril de 2017

COMO TODO BRASILEIRO, TAMBÉM ESTOU DECEPCIONADO E TRISTE -POR GIVALDO CALADO

        


     Estou decepcionado e triste! Também pudera. São tantos os problemas... O maior deles vejo nos nossos dias a dia. Nos jornais. Nas revistas. Na televisão. Escândalos e mais escândalos. Roubalheiras e mais roubalheiras endêmicas. E tudo sem limites.
Só existe uma saída para esse pesadelo em que vivemos: a punição exemplar dos seus responsáveis. Extirpando-os da vida pública porque evidente que, para ela, não servem.

             Os números são estratosféricos. Inimagináveis. Fora do alcance de nós mortais. A fata de honestidade se implantou em nosso país, justamente por aqueles que deviam dar o exemplo, enquanto nossos representantes.


          Hoje, já não se sabe que político é honesto. A gente quer apostar em um ou outro, e, de repente, eles aparecem por ai nos noticiários. Nas páginas dos jornais..., pesando contra ele ou eles sérias acusações. E, o pior, é que na ponta quem vai pagar a conta somos nós brasileiros.

           Essa semana um amigo me apresentou farto material - reportagens e inúmeras fotos - dando conta da situação do nosso Centro Cultural e Teatro Municipal. Confesso que fiquei estarrecido com o que vi e li. Aí, paciência, minhas decepção e tristeza aumentaram.


Disse ao amigo: Isso não é possível. É muito para mim. Que já vivo decepcionado e triste com o que acontece com nosso pais. Agora você me traz mais essa do nosso Centro Cultural e Teatro Municipal. Você sabe que aqueles monumentos são e sempre serão a menina de meus olhos. E de tantos da gente boa de Garanhuns. Desde nossos tempos de pré-adolescentes e adolescentes. Você sabe o quanto nos custou as nossas travessuras com o acidente que envolveu Geraldo Paixão. Que chegou a perder uma perna nos trilhos do trem que chegava a nossa cidade.


         Agora, posso assegurar-lhe que no meu tempo de Secretário de Cultura da Cidade não era assim. O Centro vivia em estado de novo. Porque em permanente manutenção. Os artistas que o digam. E penso que eles nos fariam justiça.

        Conosco o Centro abria nos três expedientes: pela manhã, à tarde e à noite. Edmar, cuidava dele, e dele tinha muito ciúme. Talvez mais do que de sua própria casa. "Vamos receber o turista como ele merece" - dizia-me sempre. Cansei de fragar Edmar, de mangueira na mão, ajudando a lavar as escadarias de acesso ao seu interior. Confesso: tenho saudade dele. Grande amigo! Ajudou-nos muito na gestão da Cultura de Garanhuns.

          Instalamos a Secretaria de Cultura no interior daquele monumento, e o fizemos com a ideia fixa e a determinação de adequar as suas instalações às exigências do hoje, sobretudo no que diz respeito ao seu Teatro. Mas sabia que a ideia só poderia ser exitosa se contássemos com a assistência e com um laudo, emitido por especialista do Ministério da Cultura. E foi o que fizemos. 

             Ficamos a pedir àquele Ministério a presença de um especialista em Garanhuns, o que ocorreu com o deslocamento do arquiteto Robson Jorge Gonçalves a Garanhuns para conhecer e emitir laudo sobre o nosso Centro Cultural Alfredo Leite Cavalcante e o nosso Teatro Luiz Souto Dourado. A partir dai... e só a partir dai... e estudado e discutido o laudo, daríamos início as obras de atualização desses patrimônios.

        Ainda, hoje, tenho, em meu poder, cópia do laudo sobre o nosso Centro e o nosso Teatro. Que contempla todas as suas necessidades. Já, na época, o laudo sugeria providências urgentes por parte da Secretaria. O laudo data de 06 de maio de 2008.

           Estudei, apresentei e discuti a peça, com muitos, na época. Que ficaram admirados com a iniciativa. E impressionados com a deficiência de nossos Centro e Teatro. Confesso que não foi fácil chegarmos, pelo menos, até ai. Devemos-lhe a um trabalho de muita persistência e perseverança junto ao Ministério da Cultura.

          Marcos Freitas, teatrólogo, que já faz falta a nossa cidade, acompanhava nossa luta de perto. E estimulava aos que faziam a Secretaria, na época.

       Fiquei muito triste com o material que o amigo trouxe às minhas mãos nessa última semana. Aliás, mais triste do que já estava. Muito triste! Mas com a esperança viva. Que Deus me deu. E conserva.

           Garanhuns não merece o abandono a que está mergulhado a sua antiga Estação Ferroviária. Hoje, Centro Cultural Alfredo Leite Cavalcante e Teatro Luiz Souto Dourado. Dois ícones de Garanhuns, que fizeram muito por nossa cultura.

             A nossa Estação Ferroviária vem do Império. Dos tempos de Dom Pedro II e da Princesa Izabel. E foi inaugurada ao tempo de sua regência, com a presença, em Garanhuns, de seu esposo o Conde d'Eu. Todos sabemos.


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