’Quero compartilhar com
todos os garanhuenses os momentos de alegria e de angustia que vivi ao assumir
a Prefeitura de Garanhuns no período de 27 de dezembro de 2015 a 11 de janeiro
de 2016. Foi um período curto, é verdade, mas suficiente para mostrarmos o
nosso compromisso com a verdade e com o povo de Garanhuns.
Alegria por poder abrir o Gabinete do Prefeito para a população.
Recebemos líderes comunitários, religiosos, políticos, enfim, pessoas simples,
que com o seu suor constroem a nossa Garanhuns. Alegria por ter enviado o
Projeto de Lei a Câmara Municipal visando à criação do segundo Conselho Tutelar
do Município, já que uma Decisão Judicial e a Legislação vigente dão suporte a
essa iniciativa. Mas, sobretudo, fiquei feliz por poder convocar os
Concursados. Cidadãos que estudaram, que se esforçaram, ficaram privados de
horas de lazer e de convívio familiar para conquistar o tão sonhado emprego
público e que por consequência mereciam ser convocados para desempenhar as suas
funções. Fiquei muito feliz por todas essas ações.
Mas também fiquei triste e acredito que muitos garanhuenses
também ficaram por conta dos fatos que marcaram a nossa Gestão em Exercício.
Fui desrespeitada, não apenas como Prefeita, mas também como Cidadã. Os atos de
insubordinação do Secretário de Administração de Garanhuns, que atendendo a
ordens do Prefeito Izaías Régis, deixou de atender as nossas solicitações no
tocante a confecção das Portarias de nomeação dos Concursados, me remeteram a
momentos de muita angústia.
Como não tinha auxiliares para confeccionar os documentos,
bem como analisar as suas particularidades, usei uma das Portarias já assinadas
pelo Prefeito Izaías Régis como modelo; fiz um estudo detalhado dos
Candidatados que já haviam sido convocados e da Portaria de Homologação do
Concurso, bem como me preocupei em apurar os índices da Lei de Responsabilidade
Fiscal (LRF- imagem abaixo), que em outubro de 2015, estavam em 49,14%,
portanto, bem abaixo do Limite Prudencial de 51,3% previstos pela LRF. Trabalhei
com responsabilidade, pois minha história de vida mostra que sou assim. Não
deixei de exercer o meu papel de Prefeita, legalmente me conferido pela
Constituição Federal e pela Lei Orgânica do Município. Por fim, tive que
convidar os Concursados para entregar-lhes as Portarias e assim validar o meu
ato, pois não pudemos como Prefeita, publicar a documentação no Diário Oficial
dos Municípios (AMUPE), noutra forma de desrespeito ao cargo de Prefeita.
A minha tristeza se amplia diante das posições do Prefeito
Izaías Régis, que ao retornar “ao território brasileiro” considerou normal a
forma como fui tratada por “sua equipe” e se posicionou como se Garanhuns fosse
uma das suas propriedades, assim como fiquei triste diante da afirmação do
Prefeito de que Eu não deveria ter feito nada durante a minha Gestão, me
resguardando apenas a figurar como a Prefeita em Exercício, imóvel, inócua e
improdutiva. Mas, isso, Prefeito, eu nunca farei!
Mesmo observando que os meus atos hoje são anulados pelo
prazer do orgulho, da arrogância e da prepotência do Prefeito Izaías Régis, me
sinto realizada, pois conseguimos despertar nesse Governo que desrespeita as
pessoas, a necessidade de viabilizar as 186 convocações dos concursados. O
Prefeito pode até apagar o nosso nome das Portarias, mas não da consciência das
pessoas o nosso esforço, contra tudo e contra todos, para convocar os
concursados e ser a Prefeita que Garanhuns merece ter, mesmo que por um curto
período.
Agradeço a todos que nos ajudaram nessa caminhada. Perdoo aqueles
que colocam as ordens superiores acima da ética profissional e me congratulo
com os cidadãos de Garanhuns, sempre vislumbrando um futuro melhor para a nossa
Cidade.”
Um abraço fraterno em todos.
Rosa Quidute
Vice-prefeita de Garanhuns.