sábado, 24 de julho de 2010

NANA VASCONCELOS ARREBENTOU A BOCA DO BALÃO!!!




Naná Vasconcelos e Lui Coimbra realizaram, até agora, o show mais concorrido do Palco Instrumental do Festival de Inverno de Garanhuns. Naná esbanjou sua inventividade, numa apresentação em que, pouco, foi muito. Em alguns momentos apenas sons vocais em diálogo com o tambor falante que domina debaixo do braço. Ilú para toques decisivos e certeiros. Marcações graves e profundas feitas na imensa cabaça de material transparente e delicado que posiciona no chão. Berimbau e voz; sapateado numa caixa com areia. Corpo e voz. Tudo em Naná é percussão e repercute. Com a platéia, faz brincadeiras deliciosas. Uma delas é clássica e ele repetiu em Garanhuns. Trata-se, na sua concepção, do som da chuva caindo no rio e entre as plantas da floresta amazônica. Enquanto parte do público sustenta uma espécie de mantra "ôôummm", que seria o som permanente do rio, a outra bate palmas espalmadas e rápidas, que são os pingos fortes de água que caem naquela região.


Depois, ele rege a plateia com comandos variados, cada um representando um som que o público deve reproduzir. Quem não gosta da brincadeira? “Foi o melhor show que vi até agora nesse palco”, diz Jéssica Sobral, moradora de Garanhuns. A interação com Lui Coimbra é mais jazzística, no sentido da improvisação e do virtuosismo explorado por ambos. Lui também tem seu momento de estrela e foi uma grata surpresa para quem ainda não o conhecia. Músico completo, é um especialista em cordas. Dedilha o violoncelo, a rabeca (que toca sentado, com ela presa entre os joelhos), charango (um instrumento Inca), guitarra portuguesa, violão e teclado. Deixou o público encantado com sua simplicidade e verdade musical. Cantou músicas do seu primeiro disco solo, Ouro e Sol, lançado em 2007. Entre elas, o poema Astrologia, de Mário Quitana, que musicou.

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