O Brasil recebe a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016, antes disso, porém, o país será homenageado no maior evento editorial do mundo, a Feira do Livro de Frankfurt de 2013. “É como sediar a Copa do Mundo do Livro”, disse o Ministro da Cultura, Juca de Oliveira. Jürgen Boss, diretor da feira alemã, esteve em Brasília onde assinou os protocolos para que a literatura brasileira seja, pela segunda vez (a primeira foi em 1994), alvo das homenagens no mega evento. Trata-se de uma grande oportunidade para o mercado editorial nacional, para os autores e, principalmente, para os leitores de todo o mundo interessados em conhecer nossa produção artística editorial.
Que ninguém pense que será um trabalho fácil, como embalar uma centena de títulos e levá-los a Frankfurt. Longe disso. Como relatou nosso Ministro ao portal Deutsche Welle: “Minha expectativa é de que consigamos mobilizar os escritores e produtores de conteúdo para que possam de fato ocupar a feira e assim mostrar o que de melhor temos no Brasil, o que temos de mais contemporâneo e, ao mesmo tempo, nossas tradições culturais e literárias”. O país tem menos de três curtos anos para essa extraordinária missão. Um dos grandes benefícios para os países homenageados é o aumento de traduções das produções literárias do país, o que não se faz de um dia para o outro, e em certos casos pode levar meses para um bom tradutor realizar o trabalho de um único título. Ainda segundo o portal Deutsche Welle, o mercado brasileiro lança algo por ano algo em torno de 45 mil títulos, sendo que em 2008 o Brasil adquiriu 178 licenças de publicações alemãs (em 2007 foram 156).
Uma comissão criada pelo MinC, MEC e pelo Ministério das Relações Exteriores já está trabalhando no projeto. Em 2009, a Feira do Livro de Frankfurt teve 7.314 expositores de 100 países, oferecendo mais de 400 mil títulos, sendo 124 mil lançamentos. Ela é realizada desde 1949, embora a cidade de Frankfurt se envolva intensamente com a literatura e com o mercado livreiro há alguns séculos. Em 2010 (6 a 10 de outubro), a Argentina será a convidada especial do evento. Espera-se perto de 300 mil visitantes, e cerca de 10 mil jornalistas cobrindo o evento. A Feira será para o mercado livreiro argentino uma grande oportunidade de visibilidade, negócios e expansão editorial, o mesmo deverá ocorrer com o Brasil em 2013.
Uma questão interessante, e que deve aparecer com mais prioridade em 2013, será a produção de livros eletrônicos – que o Brasil ainda engatinha. A digitalização é uma forte tendência, o tema dominou Frankfurt no ano passado e não deverá ser diferente este ano. Trata-se de um mercado em total ebulição, sendo que só a China (homenageada de 2009) já conta com mais de 400 mil livros eletrônicos lançados. Cada vez mais os produtos eletrônicos ganham espaço nas book fairs do mundo, não sendo diferente em Frankfurt. Há muito trabalho à frente para fazermos bonito no evento, muitos acordos, muita negociação, muitas visitas culturais e, acima de tudo, muito investimento para que o país aproveite essa excelente oportunidade. Nada, claro, comparado aos investimentos para sediar a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Vamos torcer para que as autoridades enxerguem valor no evento de Frankfurt, tanto quanto enxergam nesses outros dois grandes eventos.
* Crédito das Fotos: Frankfurt Book Fair (1) Peter Hirth 2009; (2) Alexander Heimann 2009
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é muito importante para nós. Deixe-o aqui e participe desse universo onde a opinião de cada um tem o poder de fazer as coisas ficarem sempre melhores.