sábado, 26 de junho de 2010

EM BRANQUINHA - AL - AS CHUVAS DESTRUIRAM TODO REGISTRO HISTÓRICO. A CIDADE COMEÇARÁ DO ZERO!

DA AGÊNCIA BRASIL

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As águas da enxurrada que destruiu casas, ruas, pontes e uma estrada de ferro no município alagoano de Rio Largo (a 60 quilômetros de Maceió), levaram também todos os registros da população, dos imóveis e das empresas da cidade, que, agora, terá que começar do zero. Em Alagoas, a Defesa Civil contabiliza mais de 180 mil pessoas afetadas pelas chuvas, sendo que quase 70 mil tiveram que deixar suas casas. Dessas, 47.897 estão desalojadas (na casas de amigos e parentes) e outras 21.618 desabrigadas (dependem de abrigos públicos).

Além disso, 28 cidades foram afetadas pelos temporais, sendo que 15 decretaram estado de calamidade pública. Nesses locais, já foram distribuídas quase 20 mil cestas básicas. 76 pessoas permanecem desaparecidas (estão fora de casa e não foram localizadas). Até agora, 34 pessoas morreram no Estado e 51 na região.

No município de Rio Largo, as águas do rio Mundaú, que chegou a subir mais de 2,5 m, destruiu seis escolas, seis unidades de saúde e 19 prédios públicos, entre eles o da prefeitura e das secretarias de Finanças, Coordenação de Tributos, de Educação e a Biblioteca Municipal.

"Vamos ter que começar do zero", disse Renato Soares, secretário de Execução Municipal. "Teremos que registrar toda a cidade novamente para poder voltar a cobrar os impostos", afirmou Soares.

A enchente que atingiu grande parte de Rio Largo foi ainda mais dramática porque as águas inundaram a região central do município onde estão localizados o comércio e a maioria dos prédios públicos. "No prédio da prefeitura, o piso subiu e o teto veio abaixo", disse o secretário.

A cidade, que tem uma população de 65 mil habitantes, está sem um banco para receber as doações em dinheiro. "Os prédios do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, que estão no centro, foram totalmente destruídos. Não temos como indicar uma conta para que as pessoas possam doar recursos", afirmou Soares.

Segundo ele, está a cargo do governo do Estado a arrecadação de dinheiro para ajudar as vítimas das enchentes.

No bairro de Cachoeiro, um dos mais afetados pelas enchentes, algumas pessoas distribuíam roupas para as famílias que perderam tudo que tinham. Entre elas estava Renato da Silva, que usou seu carro para recolher as doações e distribuí-las aos mais necessitados. "Não custa nada ajudar. Acho que todos que podem fazer alguma coisa por essas pessoas que perderam tudo devem colaborar para diminuir o sofrimento delas", afirmou.

            EM PERNAMBUCO 89 PONTES ESTÃO COMPROMETIDAS



                                      pessoas brigam por restos de alimentos enlamados...

O Estado de Pernambuco informou na manhã deste ssabado que as chuvas causaram danos em quase 2.300 km de estradas e em 89 pontes desde a semana passada. O balanço da Defesa Civil aponta ainda 17 mortes e mais de 82 mil pessoas fora de suas casas devido aos temporais
Segundo o órgão, desse total, 26.200 pessoas estão desabrigadas, ou seja, dependem de abrigos públicos. O número é um pouco menor do que o registrado ontem (26.797). Apesar disso, subiu de 53.518 para 54.066 o total de pessoas desalojadas --estão em casas de amigos e parentes.
Ao todo, 59 municípios pernambucanos foram afetados pelas chuvas. Desses, 30 decretaram situação de emergência e outras nove estão em estado de calamidade pública. Com o reconhecimento da situação de emergência, os municípios podem fazer compras sem licitação, entre outras facilidades.
Já em Alagoas, as chuvas mataram 34 pessoas e fizeram quase 75 mil pessoas deixarem suas casas. Dessa, 47.897 estão desalojadas e outras 26.618 estão desabrigadas. Ao todo, 28 cidades foram afetadas pelos temporais no Estado.
Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a liberação de R$ 550 milhões imediatos para auxiliar as vítimas das chuvas nos dois Estados. O valor será divido entre os dois Estados, que receberão R$ 275 milhões cada.
Além disso, mais R$ 1 bilhão será destinado para a região via BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para a reconstrução das pequenas e médias empresas. Lula também anunciou a liberação do FGTS para todos os afetados nas cidades que decretaram calamidade.
Inflação
As cheias trouxeram ainda um efeito colateral amargo: a alta dos preços de alimentos e produtos básicos. Também faltam medicamentos. Em Palmares e na vizinha Barreiros, ambas em Pernambuco, ouvem-se queixas. O galão de água chega a R$ 10 --antes, era R$ 4.
Ainda sem energia, uma vela simples é vendida na Venda do Riuna, em Barreiros, por R$ 2. "Era o preço de um pacote inteiro", diz o morador Itaci Saldanha. O pacote de macarrão custa R$ 4, o dobro do valor da última semana. Botas para enfrentar a lama chegam a R$ 50. Quem não pode pagar usa sacos plásticos nos pés.
Segundo comerciantes, a "inflação" se deve à perda de estoques e ao fechamento dos mercados. "Precisamos reforçar a segurança com medo de saques", diz Josué Ribeiro, do Mercado Central.
Em Barreiros, o Mercado da Cida espera que os estoques comecem a normalizar amanhã, com a chegada de produtos e a volta da luz.
   texto e foto A FOLHA.COM - SP

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