Hely Ferreira* |
Em ano eleitoral é comum ouvir ou ler afirmações, por parte de alguns candidatos, que levam ao eleitor mais informado acreditar que o político ou sofre de amnésia ou é um tremendo cara de pau. Promessas inexequíveis ou que fogem da competência do cargo que está disputando estão presentes de forma explícita. Discursos em defesa da democracia, ética, coerência, direitos humanos, fidelidade e outras bandeiras, tornaram-se jargões eleitorais, pois, na prática o que se vislumbra não é nada daquilo que diz defender. Relembrando o cantor e compositor Cazuza quando em uma de suas canções afirmou que “as idéias não correspondem aos fatos”, quanto mais se aproximar da data do pleito, mais escalafobéticas serão as promessas, vez que as famosas pesquisas qualitativas produzem no discurso do candidato um sinal de alerta aristotélica. Bom seria que o eleitor tivesse maior interesse pelas questões políticas e acompanhasse a conduta dos seus representantes, o que, com certeza, seria um grande passo para expurgar a presença dos maus políticos. Mas, é querer demais, o povo tem outras preocupações, dentre elas a Copa do Mundo. Não que o futebol seja algo desprezível, porém, quando aplicado de maneira equivocada, pode se tornar um ópio, assim também a política pode ser vista pelo mesmo prisma. Muitos dos problemas que ocorrem em nossa sociedade ainda não foram solucionados justamente por conta da falta de compromisso de uma parcela significativa da chamada classe política que, por sua vez, se esquiva de suas responsabilidades por saber que não haverá da parte do eleitor qualquer cobrança em relação a sua conduta. Enquanto não houver uma mobilização, os óleos de peroba estarão por aí... *Cientista político. |
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