O Quarteto de Brasília, que circula pelo interior do estado com apresentações gratuitas de música erudita, faz apresentações nesta terça (24) e quarta-feira (25) nas cidades de Caruaru e Garanhuns, respectivamente. As apresentações fazem parte da segunda etapa de apresentações do projeto Sonora Brasil 2010, de formação de ouvintes musicais, realizado pelo Departamento Nacional do Sesc em parceria com os Departamentos Regionais, que chega a sua 13ª edição homenageando a música brasileira do século XX, especialmente a obra de Cláudio Santoro e Guerra-Peixe, compositores que cumpriram importante papel na estruturação das bases da música erudita contemporânea no Brasil.
Em quatro etapas o projeto apresenta quatro formações distintas que apresentarão a obra dos dois compositores em programas que buscam mostrar a evolução de suas obras, confrontando o período em que se dedicaram ao dodecafonismo com o período posterior, o nacionalismo, em que buscaram valorizar elementos da música genuinamente brasileira. Representando três estados do Brasil e o Distrito Federal, o Quarteto de Brasília (DF), o Quinteto Latino-Americano de Sopros (PB), o Quinteto Leão do Norte (PE) e o Conjunto GYN Câmera (GO), realizarão os concertos em mais de 90 cidades do país.
Grupo
Criado em 1986, o Quarteto de Brasília é considerado um dos mais importantes do Brasil nesta formação e tem como característica a ênfase no repertório de compositores brasileiros. Em sua trajetória de quase 25 anos já se apresentou em vários estados do País e em países das Américas, Europa e Ásia. Seus quatro integrantes participam ativamente do movimento musical de Brasília, tanto como músicos quanto como professores dos principais centros de formação musical, e todos, em maior ou menor grau, conviveram profissionalmente com Santoro e Guerra-Peixe, o que os tornam parte desta história.
Homenageados
Cláudio Santoro
Compositor, instrumentista, professor e regente, Claudio Franco de Sá Santoro (23/11/1919-27/03/1989) nasceu em Manaus (AM). Integrou a Orquestra Sinfônica Brasileira e, ainda quando violinista, pôde desenvolver o lado de compositor e regente. Frequentou as aulas de composição de Hans-Joachim Koellreutter, que lhe apresentou o dodecafonismo. No ano de 1947, foi para a Europa, onde estudou e participou do Congresso de Compositores Progressistas, em Praga. Convidado por diversos governos e instituições estrangeiras, atuou como regente das mais importantes orquestras do mundo, dentre elas: Filarmônica de Leningrado, Estatal de Moscou, RIAS (Berlim), ORTF (Paris), Ossodre (Montevidéu), Beethovenhalle Bonn, Sinfônica da Rádio de Praga, Filarmônica de Bucareste, Pro Art (Londres), Île de France (Paris), Sinfônica da Rádio de Leipzig, Sinfônica de Magdeburg, Filarmônica de Varsóvia, além das orquestras brasileiras. Suas obras são reconhecidas e interpretadas no Brasil e no exterior.
Guerra-Peixe
Compositor, instrumentista e professor César Guerra-Peixe (18/03/1914-26/11/1993) nasceu em Petrópolis (RJ), cidade onde iniciou os estudos de música, através de solfejo, piano e violino, no Conservatório Santa Cecília. Posteriormente, passou a estudar na Escola Nacional de Música, com Paulina D’Ambrósio. Aperfeiçoou-se e graduou-se no Conservatório Brasileiro de Música, tendo aulas com Newton Pádua; entre 1944 e 1945 estudou com Koellreutter, quando começou a utilizar a técnica dodecafônica em suas composições. Em 1949, Guerra-Peixe mudou-se para Recife, onde se aprofundou no estudo do folclore. Mais tarde publicou o livro Maracatus do Recife, contendo farta documentação musical. Como violinista, integrou a Orquestra Sinfônica Nacional. Seu trabalho foi bastante reconhecido pelas rádios, sobressaindo-se as orquestrações de música popular. Com grande destaque no cenário musical brasileiro e de outros países, deixou um dos mais importantes legados musicais, com intensa atuação como compositor, pesquisador, professor e instrumentista
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