quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

SUCESSÃO JÁ PREOCUPA LUIZ CARLOS


No Palácio Celso Galvão, onde está o núcleo do poder em Garanhuns, há preocupação com a sucessão municipal, em 2012. Por parte do prefeito Luiz Carlos (PDT)  e dos seus assessores mais próximos. Depois de dois mandatos e alguns erros políticos ou administrativos, o governante sabe que é temeroso passar o cargo a um adversário. Se for Silvino Andrade, então, o futuro reservaria ao príncipe de hoje um pesadelo amanhã. A meta, portanto, é eleger o sucessor. Alguém de confiança que não somente dê continuidade a atual gestão, mas preserve o pedetista de qualquer contratempo. O problema nas casas da Cohab III (Bela Vista), as denúncias contra a licitação para a construção da Escola Miguel Arraes de Alencar, o escândalo da ponte do Sítio Baraúnas, nada disso deve ressurgir a partir de 2013, com seu Luiz da Farmácia já fora do poder.

O prefeito de Garanhuns está trabalhando, a imagem negativa e a impopularidade diminuíram e nos próximo dois anos, tendo o governador do Estado e a presidenta da República como aliados, dá para fazer muita coisa ainda no município. Com alguns ajustes, a máquina irá funcionar melhor e mais obras vão aparecer. A mídia se encarregará do resto e Luiz Carlos pode muito bem concluir seu mandato em alta e reunindo as condições de fazer o sucessor.

Entre os assessores de Luiz – e possivelmente ele mesmo compartilha dessa ideia– prevalece a opinião de que a eleição do futuro prefeito passa primeiro pelo governador Eduardo Campos. O socialista teve 93% dos votos do município. É hoje o maior eleitor de Garanhuns e quando juntar seu prestígio pessoal com a força da máquina estadual, dos deputados estaduais, ministros, será um verdadeiro rolo compressor capaz de determinar o destino da eleição local no próximo ano.

O prefeito é aconselhado, então, pelos que têm bom senso, a procurar o neto de Arraes e tratar com ele da sucessão em Garanhuns. Discutir os nomes do grupo e escolher o candidato que tenha o aval do governador. O vice também entraria na conversa, a chapa completa seria abençoada tanto pelo principal ocupante do Palácio Celso Galvão, quanto pelo líder político do Palácio das Princesas.

Os principais correligionários de Luiz também avaliam que não se pode ignorar a votação extraordinária que Zé da Luz teve em Garanhuns. Enfrentando uma campanha desigual, sendo chamado de ficha suja, tendo de brigar com a justiça, tendo adversários fortes mesmo nos partidos aliados. Contra tudo e contra todos, com a cara e a coragem o ex-prefeito de Caetés superou os 15 mil votos no município ficando à frente de Izaías Régis, mesmo este tendo uma presença muito mais forte na cidade, morando na Suíça Pernambucana desde que aqui chegou ainda criança.

No núcleo de poder de Luiz Carlos alguns dizem claramente: a eleição passa pelo governador e por Zé da Luz.

E tem de se considerar outras lideranças do grupo, que foram bem votadas no município. O deputado Izaías Régis, que teve mais de 13 mil votos e assegurou o terceiro mandato consecutivo, o socialista Leonardo Dias que abocanhou cerca de 4500 votos na cidade, o dobro que seu pai – Romário – já havia conseguido, o petista Fernando Ferro, outro que passou dos 4 mil votos em Garanhuns.

O candidato pode ser um desses nomes, se for do agrado do governador e também do prefeito, é claro. Quadros existem, votos esses líderes têm. O que não pode é haver é uma divisão beneficiando os possíveis adversários, principalmente o ex-prefeito Silvino Andrade.

Não é só Luiz que não quer a volta de Silvino. Eduardo também não suportaria ver um aliado de Jarbas, que na sua visão traiu o avô Miguel Arraes, eleito prefeito de Garanhuns.

É por aí, raciocinam os seguidores do governante garanhuense, que vai começar o entendimento. Eduardo e Luiz querem a mesma coisa: a derrota de Silvino ou de um candidato seu. A vitória de aliados do PSB.

No Palácio Celso Galvão, há quem interprete o lançamento do socialista Ivan Rodrigues como pré-candidato à prefeitura, como um recado do governador. Eduardo Campos deseja o PSB na disputa, o Partido Socialista tem de ser chamado a compor, não deve abrir mão pelo menos da vice na próxima eleição.

Ivan Rodrigues, embora seja respeitado e seu nome tenha tido uma acolhida surpreendente, porque está afastado da cidade há um bom tempo, pode estar somente cumprindo um papel. A serviço do governador ou do Partido.

Com dois anos pela frente, com muitas ações na periferia, com uma chapa competitiva que passe pelo crivo do governador Eduardo Campos, Luiz Carlos de Oliveira pode muito bem fazer o seu sucessor no Palácio Celso Galvão e sair do poder, em 2013, sabendo que não enfrentará turbulências quando estiver de pijama, na tranqüilidade de sua casa.

O nome será definido depois. Primeiro é preciso conversar com o governador. Isso, hoje, é o que está na cabeça dos que estão no poder e querem vencer de novo a eleição em Garanhuns em 2012. Que chegará depressa, ninguém se iluda.

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