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Coluna Fogo Cruzado – Folha de Pernambuco – 29 de janeiro
A revista “Época” desta semana circula com uma reportagem de 10 páginas sobre o governador Eduardo Campos. Texto claro, límpido, bem escrito, do veterano repórter Luiz Maklouf Carvalho, craque na produção perfis de grandes personalidades. O propósito inicial da revista, presume-se, seria apresentar ao Brasil o lado “coronel” do governador de Pernambuco, que é uma promessa real de candidato à presidência da República em 2014 com o apoio de poderosas forças políticas.
Para traçar esse perfil, o repórter entrevistou dezenas de pernambucanos: políticos do governo e da oposição, empresários, intelectuais, artistas, familiares do governador, desafetos dele e do seu avô, Miguel Arraes, etc. Mas o material que conseguiu colher não teria sido suficiente para embasar a reportagem originalmente programada: “O novo coronel”. Deu-se-lhe o título “Quem tem medo de Eduardo Campos?”, deixando que os leitores da revista tirem as suas próprias conclusões.
A impressão que fica do texto é que o repórter foi desarmado pelo próprio governador quando lhe fez esta pergunta à queima-roupa: “O senhor leva mesmo um jeitão de coronel?” Sem se intimidar com o incômodo da pergunta, o governador respondeu: “Isso só acontece quando alguém nasce por aqui (no Nordeste). Nunca vi um rótulo desses num político carioca, paulista ou mineiro”. De fato, não se conhece na história desses três Estados o “coronel fulano de tal”. Só no Nordeste.
O bis – A tendência petista “Construindo um Novo Brasil”, que é liderada em Pernambuco pelo senador Humberto Costa, vai apoiar a recondução de Rui Falcão (SP) à presidência nacional do partido. Significa que os conflitos internos com o deputado Fernando Ferro irão continuar.
O emprego – Líder político na vila do Pará, em Santa Cruz do Capibaribe, Antonio Figueiroa (PTB) está no momento desempregado após 18 anos consecutivos de mandato popular: vereador, deputado estadual e prefeito. Mas duas prefeituras do PTB irão oferecer-lhe emprego.
A trava – Antes da advertência feita pelo vereador Raul Jungmann (PPS), o prefeito Geraldo Júlio (PSB) determinou à Dircon que fizesse uma vistoria nas casas de shows do Recife para prevenir a ocorrência de tragédias como a que houve em Santa Maria (RS). Em Porto Alegre, por ordem do prefeito José Fortunati (PDT), 21 dessas casas foram fechadas apenas em 2012.
O rodízio – Termina no próximo mês de março a permanência do ex-procurador-geral da República, Cláudio Fontelles, no cargo de coordenador da Comissão Nacional da Verdade. Como o sistema lá é de rodízio, o próximo poderá ser, se tiver interesse e tempo, o advogado pernambucano José Paulo Cavalcanti Filho. O primeiro foi o ministro do STJ Gilson Dipp.
Que coisa! – Só no Brasil acontece isto: o Senado fará eleição na próxima 6ª para a escolha do seu novo presidente, que deverá ser Renan Calheiros (PMDB-AL), mas ele próprio nega a candidatura. Metade da Casa fala mal dele, mas é incapaz de articular outra candidatura.
A tragédia – Natural de Pernambuco, o secretário nacional de Defesa Civil, coronel Humberto Viana, está em Santa Maria (RS) desde domingo, por ordem do ministro Fernando Bezerra, acompanhando o caso da boate “Kiss”. Ele presenciou cenas de desespero que jamais esquecerá.
As palmas – Há 1 ano, Humberto Costa (PT) homenageou na tribuna do Senado o ex-senador e ex-deputado pernambucano Jarbas Maranhão pela passagem do seu aniversário (96 anos). Ele completou 97 no último dia 22 e continua com o mesmo vigor intelectual de quando tinha mandato parlamentar. Vive no RJ desde que se aposentou do TCE, mas não esquece a terrinha.
O petróleo – Tem certa lógica a Petrobras ter incluído o litoral pernambucano nas áreas que serão pesquisadas sobre a existência de petróleo. Como dizia Joaquim Francisco quando era governador, é improvável que Deus tenha dado petróleo à BA, SE, AL e RN, excluindo o Estado de Pernambuco.
O risco – Ninguém do PT deu atenção a esta advertência feita por Fernando Ferro (PE): “Se Henrique Alves (PMDB) não se eleger presidente da Câmara no 1º turno, corre o risco de perder no 2º”. Foi o que ocorreu com Luiz Eduardo Greenhalg (PT-SP) em 2005: perdeu para Severino Cavalcanti na 2ª rodada.
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