Um belga, um irlandês, dois estadunidenses, um australiano, um polonês, um esloveno, um argentino e um mexicano (foto) continuam no grupo que vai escolher o novo papa.
da Redação
Entre os 117 cardeais com direito
a voto no conclave – eleição para eleger o novo papa em março – pelo
menos 9 são acusados publicamente de terem praticado ou acobertado atos
ilegais como assédio sexual e pedofilia. O número, que equivale a quase
8% dos religiosos com poder de decisão no Vaticano, escancara uma das
crises institucionais por que passa a Santa Sé.
Para evitar
maiores constrangimentos, nessa segunda-feira (25), o responsável pela
Igreja Católica na Escócia, o cardeal Keith Michael Patrick O’Brien,
renunciou ao seu direito de participar do conclave. Oficialmente, diz-se
que teria partido dele o desejo de renunciar ao cargo de cardeal - por
já estar com mais de 75 anos. Mas especula-se que o Vaticano o
pressionou a tomar tal atitude por conta da acusação de ter praticado
assédio sexual na década de 1980. “Pelo bem que eu tenha feito, agradeço
a Deus. Por qualquer falha, peço desculpas a quem eu tenha ofendido”,
escreveu em comunicado.
O cardeal foi denunciado por três padres e
um ex-religioso da diocese de St. Andrews e Edinburgo por ter investido
sexualmente contra eles. O’Brien disse que desistiu de participar da
eleição que escolherá o sucessor de Bento XVI porque não quer que a
atenção da mídia se concentre nele e sim no papa Bento XVI e no seu
sucessor.
Outro caso de destaque é do cardeal e antigo arcebispo
de Los Angeles, Roger Mahony, suspeito de ter acobertado 129 casos de
pedofilia por várias décadas. Mahony sofre pressão para que deixe de
participar do conclave. A presença de Mahony “vai agravar o escândalo e a
vergonha da nossa Igreja”, disse a associação de católicos dos Estados
Unidos, Catholics United. A petição do grupo, que pede que o cardeal
“fique em casa”, teve alcance internacional.
Outro estadunidense,
o cardeal Justin Francis Rigali, ex-chefe da diocese de Filadélfia, é
acusado de não ter esclarecido casos de pedofilia supostamente cometidos
por 37 sacerdotes. Acusação semelhante é feita ao cardeal belga
Godfried Danneels, que há três anos teve o seu computador pessoal
apreendido por conta de acobertamento de casos de abuso de menores. Já o
nome do cardeal irlandês Seán Baptist Brady foi envolvido com uma
centena de casos de abusos cometidos em orfanatos, escolas e paróquias.
Acusações
de mesmo tipo são feitas contra o arcebispo de Sydney, o australiano
George Pell; o arcebispo de Cracóvia, o polonês Stanislaw Dziwisz; o
prefeito emérito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e
Sociedades de Vida Apostólica, o esloveno Franc Rodé; o prefeito da
Congregação para as Igrejas Orientais, o argentino Leonardo Sandri; e o
arcebispo da Cidade do México, Norberto Rivera Carrera, acusado de
proteger o pedófilo e fundador da corrente direitista Legionários de
Cristo, Marcial Maciel.
A suspeita ou comprovação da participação
em atos como assédio sexual e pedofilia não é suficiente para impedir
um cardeal de participar do conclave. A decisão de afastamento,
entretanto, pode ser tomada individualmente pelo religioso (Com agências internacionais).
Brasil de Fato
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