O deputado Marco Feliciano (PSC), presidente da Comissão de Direitos
Humanos da Câmara, criticou a imprensa na manhã desta quarta-feira (27).
Alvo de processo por discriminação e pressionado a renunciar à
presidência, Feliciano afirmou que os jornalistas “estão ultrapassando o
limite de espaço” , “não tem outro assunto para falar” e que “falam
besteiras”. O deputado reafirmou que não vai renunciar "de jeito
nenhum".
Feliciano foi à embaixada da Indonésia para conversar com o embaixador
sobre a situação de dois brasileiros que estão condenados à morte no
país.
"Não falo mais nada. Vocês [jornalistas] estão ultrapassando o meu
limite de espaço. Eu estou aqui para um assunto sério e vocês estão de
brincadeira", disse.
Questionado se esse seria o momento de analisar suposto pedido de
clemência dos condenados, Feliciano respondeu: "Existe tempo para pedir
clemência? Isso e uma pergunta estúpida, não?"
Depois, Feliciano afirmou que a Comissão dos Direitos Humanos não está em crise, que a crise é dos jornalistas.
"A comissão não está em crise, quem está em crise são vocês. Falando
besteira e falando coisas que não existem. Já fizemos duas sessões e na
primeira votamos a rodada da pauta, a segunda foi impedida por causa do
tempo, hoje tem a terceira sessão. Não sei se será (aberta ou fechada)”,
disse.
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, e líderes partidários
anunciaram nesta terça que farão uma reunião na próxima semana para tentar convencer Feliciano a renunciar. O PSC, partido de Feliciano, decidiu nesta terça manter o deputado no cargo. Para Feliciano, líderes não podem interferir em sua decisão de continuar como presidente.
"Não vou renunciar de jeito nenhum. O que os líderes podem fazer com a
minha vida? Eu fui eleito pelo voto popular e pelo voto do colegiado
ponto final, que insistência. Vocês não têm outro assunto pra falar,
não?", completou.
Ações e declarações
Pastor da igreja Tempo de Avivamento, Feliciano é alvo de dois processos no Supremo Tribunal Federal: um inquérito que o acusa de homofobia e uma ação penal na qual é denunciado por estelionato. A defesa do parlamentar nega as duas acusações.
Pastor da igreja Tempo de Avivamento, Feliciano é alvo de dois processos no Supremo Tribunal Federal: um inquérito que o acusa de homofobia e uma ação penal na qual é denunciado por estelionato. A defesa do parlamentar nega as duas acusações.
O pastor causou polêmica em 2011 quando fez declarações em sua conta
noTwitter sobre africanos e homossexuais. "Sobre o continente africano
repousa a maldição do paganismo, ocultismo, misérias, doenças oriundas
de lá: ebola, Aids, fome... Etc", escreveu o deputado na ocasião.
Recentemente, o pastor provocou novos protestos com a divulgação de um
vídeo que dizia que as manifestações contra ele eram "rituais macabros".
Na última terça-feira (19), em um programa da Rede TV!, Feliciano disse
que continua disposto a não renunciar. A declaração foi feita antes da
divulgação do vídeo.
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