Vários
setores do Hospital Regional Dom Moura começam a passar por reformas. As
Emergências Geral e Pediátrica, Bloco Cirúrgico, Central de Material e
Esterilização (CME), Farmácia, Laboratório, Almoxarifado e o SAME (Serviço de
Arquivo Médico) estarão recebendo melhorias, pela empresa PROJETEC Engenharia,
que venceu a licitação efetuada pela Secretaria de Saúde de Pernambuco, orçada
em quase R$ 3 milhões.
Os
serviços estão sendo planejados desde o ano passado, mas a licitação só
aconteceu no mês de março deste ano. A primeira etapa da reforma deve ficar
pronta em 60 dias, e o serviço completo, próximo ao final do ano.
A
diretora do HRDM, Karla Freitas, afirma que os atendimentos continuarão a ser
feitos, pois os setores que passarão por reformas serão relocados dentro da
mesma estrutura do hospital, não deixando de funcionar nenhuma área, podendo
ainda, em acordo feito com o município, ocupar o antigo Hospital Municipal
temporariamente, para utilizar como emergência, mas existe a possibilidade de
não ser preciso.
"É
grande a procura diária pelos serviços do hospital, e não poderíamos deixar de
oferecê-los a esta população, principalmente a mais carente, que é a grande
demanda e quem mais precisa. Estamos relocando os serviços e o pessoal para dar
continuidade, e mesmo diante de uma reforma interna, o hospital continua
prestando seu serviço à comunidade do Agreste Meridional" - Afirmou a
gestora da Unidade de Saúde, que completa: "Ao final dos serviços da
reforma, teremos um hospital ainda mais completo, com melhor estrutura, com
mais condições de responder aos anseios da população. Este é o pensamento da
Secretaria de Saúde e do Governo do Estado" - finaliza Karla Freitas. (Texto da Assessoria de Imprensa da 5ª Região de Saúde).
OPINIÃO
Ninguém vai ser idiota de ser contra
reformas no Hospital Dom Moura. Todo serviço que se fizer lá tirando
aquelas cadeiras rasgadas e imprestáveis, melhorando a emergência a
pediatria e outros setores é muito bem-vinda para a população.
O problema é que desde que me entendo
por gente assisto reformas no Hospital Regional. Roberto Magalhães,
Joaquim Francisco, Miguel Arraes, Jarbas Vasconcelos, Carlos Wilson e
Eduardo Campos investiram bastante na unidade de saúde garanhuense.
Minha inteligência não alcança, porém,
porque essa grana toda não resulta numa melhoria efetiva do HRDM.
Ninguém pense que falo sem conhecer a realidade. Alguns anos atrás um
grande amigo meu foi parar por lá com um crise de apendicite. Passou 24
horas sentado numa cadeira desconfortável demais para o tamanho da sua
dor e quando um médico humanitário resolveu tocar no homem era tarde
demais. Ele morreu.
Esse que vos escreve esteve o mês
passado no Dom Moura. Com uma bruta infecção já estava começando a
desidratar. O que é um perigo em pessoas com mais de 50 anos. O pessoal
foi gentil comigo sem precisar me identificar como jornalista, não
esperei tanto para ser medicado e saí de lá curado.
Mas tenho algumas críticas: faltavam
leitos, a cama em que o atendente pretendia me botar não tinha colchão,
as cadeiras apropriadas para aplicação de soro estavam rasgadas e em
redor o quadro era desolador. Pessoa pobres de dinheiro e de espírito
sem outra alternativa, sem direito a nenhum luxo ou um pouco de
decência.
Nas mais de duas ou três horas de
hospedagem no Hospital vi entrar gente que levou facada, que teve AVC,
muitos acidentados de motos e problemas de saúde de todo tipo de
moradores de Caetés, Capoeiras, Jupi, São João, Garanhuns e todas as
cidades próximas.
O Dom Moura passou por reformas com o
Capitão Udson, Emília em sua passagem pela unidade conseguiu até UTI e
um Centro de Urgência Odontológica. Agora é a vez de Dra. Karla fazer
também sua reforminha. Que não é pequena assim, afinal de contas são R$ 3
milhões.
Será que o problema do Hospital
Regional é falta de reforma, falta de investimento? Tenho minhas
dúvidas. O HRDM é complicado. É um gigante que tem quase 700
funcionários, médicos que ganham mal, são enganados pelo Estado e se
vingam passando a perna no Governo.
A demanda é um negócio de louco.
Quando a saúde do Governo Municipal avançar mais e as duas UPA (além do
SAMU) estiverem funcionando quem sabe ameniza um pouco.
É preciso mais comprometimento, mas
investimento nas pessoas e em equipamentos, porque o dinheiro aplicado
nas paredes não resulta em muita coisa para o paciente.
Necessário também que essas reformas
sejam feitas não para dar uma satisfação ao povo ou ao CREMEPE, com a
intenção de fazer mídia no jornal, no rádio e na TV.
Quanto tiverem sensibilidade para pensar no povo, na mulher pobre, na criança carente, no homem da periferia da periferia, R$ 3 milhões vão valer por 15.
Espero que um dia seja assim e todo
mundo receba um tratamento decente, que é um direito de quem vive
sustentando as mordomias da maior parte dos políticos brasileiros. (Roberto Almeida).
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