sexta-feira, 10 de maio de 2013

CASO DA PROSTITUTA NENA CAJUÍNA GANHA MÍDIA E É DESTAQUE NA IMPRENSA ESTADUAL



Para uns, um grande orgulho, um reconhecimento que faltava, uma justa homenagem. Para outros, uma vergonha, uma verdadeira falta do que fazer por parte dos vereadores arcoverdenses, e até mesmo uma afronta à família. O fato é que a empresária da noite Nivalda Rafael de Siqueira, 64 anos, popularmente conhecida como Nena Cajuína, ganhou destaque na mídia regional e nacional, sendo matéria em sites como o G1, da Rede Globo de Televisão, e capa do Jornal do Commércio, da edição de quinta-feira 9. Tudo isso porque o legislativo local aprovou por unanimidade, a entrega da Medalha Cardeal Arcoverde, uma das maiores comendas do município a “tia Nena”. Com a honraria concedida, pelo menos por enquanto, Arcoverde deixou de ser lembrada como a Terra do Cardeal, ou a Terra do Samba de Coco, e ficou conhecida como a terra que homenageia as prostitutas.

O projeto é de autoria da vereadora Célia Cardoso (PR), que não esconde a admiração e o respeito pela amiga. “É uma mãe de família que veio de Custódia e começou a trabalhar cedo, lavando pratos nas casas noturnas para sobreviver. Ela trabalhou a vida toda para dar uma vida digna aos seus filhos”, relata a parlamentar. E acrescenta: “Se Jesus perdoou Madalena, quem somos nós par julgar”.


A dama da noite mais famosa na atualidade teve três filhos, sendo que apenas um deles, um pastor evangélico continua vivo. Em entrevista a um repórter do Jornal do Commercio, a “homenageada” disse que deu os filhos por não saber quem era o pai. A mais nova dona da Medalha Cardeal Arcoverde revelou que também fez abortos.

“Já tive mais filhos, mas como não sabia quem era o pai acabava dando para adoção. Dei três filhos. Às vezes, a gente também tinha que abortar porque naquela época ninguém usava camisinha”, conta Nena, que revelou a insatisfação com a vida de prostituta. “Se pudesse, seguiria outro caminho. Eu dou sempre esse conselho às mulheres: quando achar um homem que quiser tirar daqui é para ir embora. Esse trabalho não compensa. É melhor a mulher ficar em casa com um homem comento um ovo do que estar nessa vida”.


Nena “caiu na vida” aos 13 anos de idade. Ela conta que a sua mãe, uma lavandeira, que entre as clientes tinha umas meninas que trabalhavam num bar de prostituição chamado Dina Drink’s, sabia de tudo, mas não reclamava. “Fui conhecendo o pessoal e aí achei melhor ficar lá do que carregar roupas. Eu fiquei nesse bar até uns 35 anos. Morava na casa de minha mãe, mas toda a noite ia pra lá”. Ela conta que antes de entrar na prostituição, chegou a trabalhar como doméstica em Arcoverde, onde nasceu, mas o salário não compensava. “No bar ganhava dinheiro. Quando a pessoa é nova e bonita é bem procurada. Os clientes eram mais os homens da cidade mesmo.

Com tanta polêmica envolvendo o caso, a prostituta demonstra ter mais discernimento do que muita gente e garante que não vai comparecer a cerimônia de entrega da medalha, que ainda não foi marcada. “Não vou. Estou cheia da putaria desse povo. Nunca neguei a ninguém o que eu sou. E quem quiser esse diploma pode ir receber, eu já tenho o meu desde os 13 anos”, desabafa a prostituta.

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