O bispo de Bauru (SP), Dom Frei Caetano Ferrari,
decidiu esta semana excomungar o padre Roberto Francisco Daniel, conhecido na
cidade do interior paulista como padre Beto. Segundo o líder católico, "em nome
da liberdade de expressão o pároco traiu o compromisso de fidelidade à Igreja a
qual ele jurou servir no dia de sua ordenação sacerdotal". O bispo acusou o
padre também de se recusar ao diálogo e à colaboração com o superior hierárquico.
Tudo começou quando padre Beto, durante uma cerimônia,
criticou o tratamento oferecido pelo clero aos homossexuais, dissociado dos
conflitos do mundo moderno. O depoimento foi gravado e hospedado no Youtube,
provocando repercussão nas redes sociais e desagradando a Diocese de Bauru.
No vídeo padre Roberto Francisco defende que a Igreja
analise criticamente o que está acontecendo com a sociedade. “É necessário ter
humildade de ver que o Espírito Santo sopra onde Ele quiser”, sustenta o
sacerdote.
As declarações do padre, que é também historiador,
teólogo e jornalista, culminaram na exigência de um pedido de retratação e na
posterior excomunhão do clérigo por heresia e cisma.
Em seu perfil no Facebook,
o padre escreveu que não vai retirar nenhum material postado por ele nas redes
sociais, em seu site ou em qualquer outro espaço na internet. E reiterou: “A
Igreja precisa ser um espaço dialogal para que as pessoas possam transcender de
fato e se tornarem verdadeiros filhos de Deus em nosso universo contemporâneo.
Se refletir é um pecado, eu sempre fui e sempre serei um Pecador”.
Segundo ele, o único
objetivo de suas falas é fazer com que as pessoas se aproximem mais da vivência
do amor pregado por Cristo nos Evangelhos.
Na mesma nota, ele disse
preferir se desligar da Igreja a cumprir com a retração exigida pelo Bispo Dom
Frei Caetano Ferrari.
No último domingo, dia 28, pelo menos mil fieis
lotaram a igreja de Bauru para acompanhar a missa de despedida de padre Beto,
que excomungado pelo bispo não poderá mais desempenhar suas funções
sacerdotais. Durante a celebração, o pároco pregou: “Cristo amou o ser humano
como ser humano em si. Sem olhar rosto, sem olhar raça, sem olhar religião, sem
olhar sexualidade. Cristo amou o ser humano, mas não se prendeu a preconceitos.
É justamente assim que devemos amar. Temos que romper os preconceitos da nossa
cabeça”..
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