Respeito aos direitos das mulheres e a importância da autonomia feminina ao denunciar os casos de agressão foram os pontos destacados pela deputada e secretária estadual Laura Gomes em sua participação na audiência pública realizada hoje em Caruaru, que debateu as políticas de enfrentamento à violência contra a mulher. O evento, proposto pelo vereador Marcelo Gomes, reuniu autoridades e sociedade civil na Câmara Municipal, e trouxe o relato da professora universitária caruaruense Amanda Figueiroa, que sofreu uma forte agressão no início deste ano, denunciou seu então companheiro e tornou-se um novo símbolo na luta contra a violência doméstica.
Laura afirmou que a coragem de Amanda deve ser exemplo para todas que passam ou já passaram pelo mesmo problema. “Sua disposição em falar tão abertamente sobre o assunto certamente encoraja muitas mulheres a tomarem a atitude de denunciar seus agressores. Enquanto vereadora de Caruaru, trabalhei fortemente para que a Lei Maria da Penha fosse conhecida e busquei incentivar as mulheres para que fizessem valer os seus direitos. Creio que debates como estes já representam um novo momento, mesmo sabendo que ainda temos muito a avançar”, afirmou.
Amanda Figueiroa contou a história do seu relacionamento com o agressor, relatou os primeiros sinais de sua personalidade psicótica, como se deu a agressão e as providências tomadas. Ela acredita que seu testemunho pode contribuir muito para mudar a situação. "É preciso que nós mulheres tenhamos autonomia para avançarmos em nossas conquistas. Compartilho esse caso para trazer a reflexão sobre a violência. Com a minha história, que é a de muitas mulheres, conseguimos dar uma identidade à causa, mas precisamos mostrar que são casos reais e acontecem em grande frequência”, disse.
O caso
A história de Amanda Figueiroa ganhou grande repercussão na imprensa do Vale do São Francisco em fevereiro deste ano, já que é professora universitária em Petrolina, e também nos veículos do Recife. Ela foi agredida pelo então noivo ao ponto de precisar fingir-se de morta para que ele parasse de bater. Ao pedir para ser levada para o hospital, pediu que ele fosse buscar sua documentação em casa, tempo que teve para fazer a denúncia e acionar a polícia, que prendeu o agressor na unidade hospitalar. Entre o dia do crime e o julgamento, foram cerca de 60 dias de espera. Ele foi condenado a um ano, sete meses e 15 dias de prisão. Passou 105 dias recluso até conseguir a prisão domiciliar.
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