terça-feira, 22 de outubro de 2013

GONZAGA DE GARANHUNS PODE SER PATRIMÔNIO VIVO

Gonzaga de Garanhuns concorre ao IX Concurso do Registro do Patrimônio Vivo de Pernambuco - Edição 2013. O escritor, cordelista e mestre de reisado , Gonzaga de Garanhuns, está concorrendo ao registro de Patrimônio Vivo de Pernambuco. Ele foi indicado pela Prefeitura de Garanhuns através da Secretaria de Cultura, em uma ação há muito provocada pela sociedade que nunca aceitou o fato do mesmo não participar deste evento. As inscrições para concorrer ao "Patrimônio Vivo de Pernambuco" seguem até amanhã (23/10). Os interessados devem se inscrever na Diretoria de Preservação Cultural, da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe). 

Mas, o que é esse prêmio Patrimônio Vivo?
Numa iniciativa inédita no país, Pernambuco é o primeiro estado brasileiro a instituir, no âmbito da Administração Pública, o Registro do Patrimônio Vivo, que reconhece e gratifica com uma pensão vitalícia mensal representantes da cultura popular e tradicional do Estado.

A Lei do Registro do Patrimônio Vivo (Lei nº 12.196, de 2 de maio de 2002) tem como objetivo preservar as manifestações populares e tradicionais da cultura pernambucana, assim como permitir que os artistas repassem seus conhecimentos às novas gerações de alunos e aprendizes.

A seleção dos contemplados é realizada através de um processo de candidatura por indicação de entidades culturais e órgãos governamentais e da avaliação do Conselho Estadual de Cultura (CEC). Os agraciados assumem a missão de transmitir os seus conhecimentos a alunos e aprendizes em programas de ensino e aprendizagem.

Para concorrer os candidatos devem ser brasileiros, residentes em Pernambuco há mais de 20 (vinte) anos; comprovar participação em atividades culturais há mais de 20 anos anteriores à data do pedido de inscrição; estar capacitados a transmitir seus conhecimentos ou técnicas a alunos e aprendizes.

De acordo com a lei, a cada ano devem ser registrados como Patrimônio Vivo três novos nomes até o ano de 2021 (60 representantes). Como o processo de escolha só foi iniciado em 2005, em janeiro de 2006 o título foi entregue a 12 representantes, o que corresponde ao período retroativo à criação da lei (2002).

De acordo com a Lei será concedida uma bolsa vitalícia no valor de 750 reais mensais para pessoas físicas e de 1.500 reais mensais para grupos, como incentivo aos artistas e grupos culturais (valores atualizados, em 2012, para  R$ 1.021,00 para pessoa física e R$ 2.043,00 para grupos/associações).

Os primeiros agraciados foram os músicos Canhoto da ParaíbaCamarãoLia de Itamaracá e Mestre Salustiano; os ceramistas Manuel EudócioAna das Carrancas,Nuca e Zé do Carmo; os cordelistas J. Borges e Dila; além do Maracatu Carnavalesco Misto Leão Coroado e da banda de música Sociedade Musical Curica.

A cerimônia de entrega dos primeiros 12 títulos de Patrimônio Vivo de Pernambuco, aberta ao público, foi realizada em frente ao Palácio do Governo do Estado (Campo das Princesas), no Recife, às 19 h do dia 31 de janeiro de 2006.

Músicos pernambucanos consagrados, como LenineNaná Vasconcelos e Alceu Valença, entregaram os títulos aos homenageados.

Em dezembro de 2006, foram escolhidos mais três Patrimônios Vivos de Pernambuco: O Clube de Alegoria e Crítica O Homem da Meia Noite, a artista circense Índia Morena (Margarida Pereira de Alcântara) e o cordelista e xilógrafo José Costa Leite.

Em 2007, ganharam o título do Patrimônio Vivo de Pernambuco o ceramista  Zezinho de Tracunhaém, o cineasta Fernando Spencer e a comunidade quilombola Confraria do Rosário de Floresta do Navio.

Os três vencedores da edição 2008 do Concurso Público do Registro do Patrimônio Vivo de Pernambuco, promovido pelo governo do estado foram: Dona Selma do Coco, o Caboclinho Sete Flexas de Água Fria e o Teatro Experimental de Arte de Caruaru.

No ano de 2009, receberam o título o compositor José Nunes de Souza, o Maestro Nunes, natural de Vicência, o Maracatu de baque virado Estrela Brilhante de Igarassu e o Clube Indígena Canindé do Recife, o Caboclinho mais antigo de Pernambuco, fundado em 1897.

Em 2010, foram agraciados o compositor, regente e arranjador Maestro Duda (José Ursicino da Silva), Didi (Valdemir de Souza Ferreira), proprietário do Pagode do Didi e a Sociedade Musical Euterpina Juvenil Nazarena, mais conhecida como Capa Bode, de Nazaré da Mata.

Relação dos agraciados com o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco (2005 a 2012):
2005
      Ana das Carrancas*1    Banda Curica, de Goiana – mais antiga do Brasil 2    Camarão, sanfoneiro     
      Canhoto da Paraíba* 
3    Dila [José Soares da Silva], xilógrafo4    J. Borges, xilógrafo 5    Lia de Itamaracá, cirandeira6    Manuel Eudócio, artesão 7    Maracatu Leão Coroado 8    Mestre Nuca [Manoel Borges da Silva], ceramista       Mestre Salustiano*9    Zé do Carmo, ceramista
      * Receberam o título em 2005, mas por terem falecido seus nomes foram retirados da relação oficial da Fundarpe
2006
10    Índia Morena [Margarida Pereira de Alcântara], circense11    José da Costa Leite, xilógrafo 12    Clube de Alegorias e Crítica Homem da Meia Noite, de Olinda 
2007
13    Fernando Spencer, cineasta14    Zezinho de Tracunhaém, artesão 15    Confraria do Rosário, de Floresta do Navio (fundada por escravos) 
2008
16    Selma do Coco, coquista
17    Caboclinho Sete Flexas, de Água Fria (Recife) 18    Teatro Experimental de Arte (TEA), de Caruaru; 
2009
19    Clube Indígena Canindé do Recife, o caboclinho mais antigo de Pernambuco20    Maestro Nunes [José Nunes de Souza]21    Maracatu de Baque Virado Estrela Brilhante [Igarassu]
2010
22    Didi [Valdemir de Souza Ferreira], proprietário do Pagode do Didi, sambista 23    Sociedade Musical Euterpina Juvenil Nazarena – Capa Bode, de Nazaré da Mata 24    Duda [José Ursicino da Silva], maestro
2011
25    Maracatu [de Baque Solto] Estrela de Ouro (Aliança)26    Maria Amélia da Silva, ceramista (Tracunhaém)27    Mestre Galo Preto [Tomaz Aquino Leão], coquista (Olinda) 
2012
28    Arlindo dos 8 Baixos, sanfoneiro 29    Associação Musical Euterpina de Timbaúba 30    João Silva, compositor, parceiro de Luiz Gonzaga.

Recife, 3 de março de 2006.
(Atualizado em 17 de outubro de 2013).

FONTES CONSULTADAS:

BURIL, Bárbara. Um patrimônio de duas faces. Jornal do Commercio, Recife, 13 out. 2013. Caderno C, p. 6.

DIA da consagração do Patrimônio Vivo. Disponível em:<
http://jc3.uol.com.br/jornal/2006/01/31/not_170747.php>. Acesso em: 22 fev. 2006.
PATRIMÔNIO Vivo. Diario de Pernambuco, Recife, 31 jan. 2006. Especial.

PERNAMBUCO tem três novos Patrimônios Vivos, selecionados pelo Conselho Estadual de Cultura. Disponível em: <http://www.fundarpe.pe.gov.br/pernambuco-tem-tres-novos-patrimonios-vivos-selecionados-pelo-conselho-estadual-de-cultura>. Acesso em: 3 jan. 2011.

COMO CITAR ESTE TEXTO:

Fonte: GASPAR, Lúcia. Patrimônio Vivo de PernambucoPesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/>. Acesso em: dia  mês ano. Ex: 6 ago. 2009.

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