Quando divulguei um texto referindo a Lei de Acesso à Informação, já
antecipava que: “sem querer discutir ainda a conveniência técnica e
oportunidade da derrubada das árvores do Parque Euclides Dourado que
discutiremos mais adiante noutras postagens da série que proponho”
entendo que, esgotada a preliminar, chegou a hora de iniciarmos uma
discussão séria e desapaixonada sobre o assunto.
Busquemos, antes de mais nada, os pontos de convergência que resultam
dos debates e comentários ocorridos sobre a questão, a saber:
1. – Todos lamentam a derrubada dos eucaliptos do Parque Euclides
Dourado, que tem o nome do Prefeito que o criou em 1927, ou seja, há
exatos 86 (oitenta e seis) anos;
2. – Todos reconhecem que as árvores, como de resto todos os seres
vivos, são sujeitas à distúrbios decorrentes do mal trato, descuido na
sua manutenção, manuseio inadequado, pragas e doenças e, sobretudo,
predação humana;
3. – Todos admitem a necessidade de providências para erradicar, DE
FORMA SELETIVA, as árvores comprovadamente doentes, caso não haja
solução para a eliminação das pragas observadas;
4. – Não interessa a ninguém abrir espaços livres, mediante a derrubada
indiscriminada dos eucaliptos, a não ser que existam interesses
subalternos que a sociedade desconhece e repudia;
5. – Todos se preocupam com a possibilidade da ocorrência de quedas
imprevistas de árvores que ponham em risco a integridade física do
grande número de pessoas que desfrutam dos encantos do Parque;
6. – Sem descurar dessa preocupação, observa-se que durante todo o longo
período de sua existência, não há registro de qualquer acidente
decorrente de quedas de árvores ou de seus galhos;
7. – Sem teimosia, a população cobra do Poder Público a exibição de um
laudo técnico fito-sanitário (nunca apresentado) que comprove a
população arbórea afetada, indicando as unidades atingidas sem
possibilidade de recuperação, as unidades passíveis de tratamento e
recuperação e as unidades sadias.
Diante do que está exposto acima como consenso, entendemos que haveria
uma unanimidade entre a Sociedade e o Poder Público Municipal pra
resolver a questão de forma racional, objetiva e saudável para a
comunidade garanhuense, com a adoção de providências no sentido de:
1. - A Prefeitura contratar a elaboração de um laudo técnico
fito-sanitário, por instituições ou profissionais qualificados, com o
diagnóstico da situação do bosque de eucaliptos do Parque Euclides
Dourado, identificando:
A) as patologias constatadas nas árvores do bosque do Parque Euclides Dourado,
B) unidades condenadas sem possibilidade de recuperação,
C) as unidades sadias que deverão ser mantidas em sua integridade e
D) as unidades passíveis de recuperação através de tratamento
técnico-científico adequado para erradicação das patologias observadas;
2. - O Laudo deverá, ainda, definir um projeto de reposição das árvores
derrubadas até agora, em prazos e espécimes compatíveis com o pronto
restabelecimento do Parque e eliminar o mais rápido possível o triste
aspecto que tomou a área derrubada;
3. – Iniciar, com a rapidez possível, o replantio das áreas já desmatadas;
4. – O Poder Público Municipal não admitir, sob nenhuma hipótese,
qualquer desvio de finalidade do uso do Parque Euclides Dourado que não
seja a que perfilou o objetivo de sua criação;
5. – Manter, de forma radical e sem admitir qualquer tolerância, a atual
integridade territorial do Parque, não permitindo, sob qualquer
hipótese, qualquer redução de sua área.
Feito isso, todos os garanhuenses irão confraternizar – Governantes e
Governados – com a festa da conciliação de objetivos maiores que as
vaidades pessoais e prevalência do bem-comum.
Aleluia! Está aberto o debate!
Do amigo, Ivan Rodrigues.
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