Em política, como diz o ditado popular, algumas vezes apanha-se
para comer sabão e, em seguida, apanha-se para saber que sabão não se
come. Nesta quinta-feira, o jornal Folha de São Paulo traz matéria sobre
a manutenção de um tio dele na Hemobras, daqui de Goiana. Marcos arraes
vem a ser pai da vereadora Marília Arraes, que declarou rompimento com
Eduardo Campos e agora pede votos para Dilma e Armando Monteiro.
Definitivamente, a prima é uma dor de cabeça para o socialista, ou não?.
Veja o texto abaixo.
Tio de Campos continua em diretoria de estatal federal
Na Folha de São Paulo
Tio do candidato de oposição à Presidência da República Eduardo
Campos (PSB), Marcos Arraes de Alencar continua ocupando um cargo de
direção na estatal federal Hemobrás (Empresa Brasileira de Hemoderivados
e Biotecnologia), apesar de há seis meses o governo de Pernambuco,
então comandado pelo sobrinho, ter informado que ele havia pedido
demissão.
Alçado ao cargo em 2011 por indicação da gestão de Campos em
Pernambuco –o governo estadual tem participação minoritária na estatal–,
Marcos Arraes disse nesta quarta-feira (6) que nunca pediu para sair,
embora tenha avaliado a hipótese.
Ele afirma que conversou com Campos sobre sua permanência. “Consultei
[CAMPOS], claro. (…) Ele me disse: Se você pedir demissão, vou ter que
indicar outro, então dá no mesmo’”, afirmou o tio do presidenciável.
Em setembro de 2013, Campos liderou o rompimento do PSB com Dilma
Rousseff, primeiro passo para se lançar ao Palácio do Planalto, e hoje é
um dos principais críticos da administração petista.
Na ocasião, anunciou a entrega dos cargos e ministérios que a sigla tinha no governo.
Cerca de cinco meses depois, a Folha mostrou que indicados pelo PSB
ainda continuavam em órgãos federais. Na ocasião, a Secretaria de
Imprensa do governo de Pernambuco informou que o tio de Campos havia
pedido demissão e que aguardava apenas a indicação do substituto para
poder deixar o posto.
Filho do ex-governador Miguel Arraes (1916-2005), Marcos Arraes
cumpre mandato de quatro anos como diretor de Administração e Finanças
da Hemobrás, com salário mensal de R$ 26,4 mil.
Com participação minoritária do governo de Pernambuco, a estatal federal é vinculada ao Ministério da Saúde.
O tio de Campos diz não ver constrangimento em sua permanência na função.
“Veja só, se eu pedir demissão, o meu cargo é do governo do Estado.
Então me disseram não peça, não’, já que é do governo do Estado, vai vir
outro indicado pelo governo do Estado”, afirmou.
CURRÍCULO
Marcos Arraes é administrador de empresas, foi chefe de gabinete do
pai no governo de Pernambuco e também ocupou cargo de direção em empresa
vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, pasta comandada até o
ano passado pelo PSB de Campos.
As regras antinepotismo no país têm como palavra maior o princípio
geral da súmula do Supremo Tribunal Federal, segundo o qual a prática
viola a Constituição.
O governo de Pernambuco também tem uma lei antinepotismo, sancionada
por Campos em seu primeiro ano de governo (2007), que veda o nepotismo
salvo se a indicação para o cargo comissionado é de uma pessoa
concursada, com escolaridade e qualificação compatíveis.
Especialistas ouvidos pela Folha dizem que o caso, por ser bem
específico, poderia ter dificuldade em ser enquadrado nas regras
antinepotismo, mas pode haver questionamento com base nos princípios
constitucionais da moralidade e da impessoalidade na administração
pública.
Permanência não tem apoio do PSB, afirma campanha
A assessoria de comunicação da campanha do candidato ao Planalto
Eduardo Campos afirma, em nota, que Marcos Arraes de Alencar foi o único
a descumprir a determinação do PSB de devolução dos cargos federais e
que ele não conta com o apoio político do partido para permanecer no
cargo que ocupa na estatal Hemobrás.
“Desde o dia 18 de setembro de 2013 o Partido Socialista Brasileiro
decidiu entregar todos os cargos então ocupados no governo federal. Essa
determinação foi amplamente noticiada e seguida à risca pelos seus
filiados, com exceção do diretor financeiro da Hemobrás, cuja
permanência no cargo não conta com o apoio político do PSB”, diz o
texto.
A assessoria da campanha afirma ainda que o dado sobre o suposto
pedido de demissão “teve como base informação repassada pelo sr. Marcos
Arraes ao governo de Pernambuco naquela oportunidade”.
Questionada sobre Campos considerar legítimo que o governo de
Pernambuco, então comandado por ele, tenha indicado um parente para a
direção da estatal, a campanha do pessebista afirmou que “todas as
indicações para cargos feitas pelo PSB obedecem a critérios técnicos,
observando a competência dos indicados para o exercício das funções”.
http://blogs.ne10.uol.com.br/jamildo/2014/08/07/jornal-de-sao-paulo-cobra-eduardo-campos-a-demissao-do-pai-de-marilia-arraes-na-hemobras/
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