Nem na vida, nem na morte se vê indício de sacrifício ou abnegação por uma grande causa humanitária. Quem se lembra da foto, divulgada pela imprensa, o ex-governador tomando champagne em seu jatinho, enquanto a população de Pernambuco sofria com a greve dos policiais do seu “pacto pela vida”, não pode concordar com o seu ingresso no Panteão dos deuses. A rigor esse exercício de santificação é mais da responsabilidade dos que estão vivos (bem vivos) do que do morto.
Em primeiro lugar, da família, que não quer perder o controle da sucessão do cabeça de chapa. Daí a carta-aberta do irmão literato. Segundo da ex-senadora Marina Silva de olho em sua indicação oficial, na próxima quarta-feira, como sucessora de Campos. Do Próprio PSB em encontrar um nome a altura de substituir o nome do ex-governador na chapa majoritária. E da coligação política local em garantir a eleição do preposto para o governo estadual.
No fundo,
a morte é um bom negócio. De um cenário pouco estimulante, pode se
fazer uma mudança eleitoral que beneficie a candidata e a coligação
estadual do PSB. Como diziam os filósofos, a morte é sempre um problema
para os vivos. Eles é quem tem de ressignificar a tragédia para dar um
novo sentido às suas vidas e ambições. E assim, quando o cortejo fúnebre
passar pelas ruas do Recife, com o esquife dos mortos, na triste
caminhada onde estarão o coração, a mente, os sentimentos de muitos
daqueles, que na frente das câmaras, se desesperam e choram como as
antigas carpideiras contratadas para se lamentar nos velórios das
cidades do interior do País.
doblogdojamildo
postado por: Fabio Melo
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