O
último debate presidencial foi a última oportunidade para os dois candidatos ao
Planalto, Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), apresentarem as propostas
para os brasileiros. O formato do debate teve dois blocos destinados a
questionamentos dos indecisos, que, segundo levantamentos recentes, representam
cerca de 6% dos eleitorado, algo em torno de 7,2 milhões de eleitores.
Por
ser o último encontro entre os dois, o debate na TV Globo foi tenso. Como era
de se esperar, Aécio iniciou na ofensiva: “Essa campanha vai passar para a
história como a mais sórdida do nosso sistema democrático”, lamentou Aécio.
“Uma revista publica que um dos delatores do Petrolão disse que a senhora e
Lula tinham conhecimento da corrupção na Petrobras. A senhora sabia?” indagou
Aécio.
Dilma
retrucou: “A revista Veja não apresenta provas do que diz. Manifesto aqui a
minha inteira indignação. O povo não é bobo, sabe que a informação está sendo
manipulada. Irei à Justiça para me defender”. Aécio acrescentou: “Não há um
complô contra a senhora”, disse, citando denúncias de que o comitê petista no
Rio de Janeiro teria panfletos apócrifos (sem assinatura) com ataques a ele e
que, no Nordeste, carros de som divulgam que quem votar no PSDB perderá o
direito ao programa Bolsa Família.
O
assunto corrupção retornou ao debate na pergunta de uma eleitora indecisa,
afirmando que as leis para punir os corruptos são brandas. “Por isso, propus
cinco grandes medidas de combate à impunidade”, destacou a presidente. Aécio
reconheceu que o sentimento da eleitora expressava a indignação de milhares de
brasileiros. “Quando não há punição, a indignação é maior. Existe uma medida,
acima de todas as outras, e que não depende de Congresso: vamos tirar o PT do
poder”, arrematou.
Em
seguida, o tema mudou, o tom, não. Dilma lembrou a criação de empregos e o
aumento de renda durante os 12 anos de governo petista. E cutucou o indicado
por Aécio para o Ministério da Fazenda, Armínio Fraga, que estava na plateia.
“O senhor concorda com Armínio Fraga que o salário mínimo está muito alto?”,
questionou a petista. “Eu confio no meu indicado, a senhora que não confia no
seu ministro da Fazenda (Guido Mantega), porque o demitiu durante a campanha. A
situação do Brasil é grave, candidata”.
Aécio
ainda criticou o financiamento do BNDES para a construção, pela Odebrecht, do
Porto de Mariel, em Cuba. “O seu governo optou por financiar a construção de um
porto em Cuba, gastando R$ 2 bilhões do dinheiro brasileiro, enquanto os nossos
portos estão aí, esperando.” Na resposta, Dilma frisou o fato de o
financiamento ter sido concedido a uma empresa brasileira e de ter gerado
empregos no Brasil.
Pouco
depois, a presidente cometeu um deslize ao defender o Pronatec. Aécio lembrou
que ele foi criado com base em iniciativas de gestões tucanas. A gafe de Dilma,
no entanto, ocorreu ao responder a uma economista de 55 anos, que estava
desempregada. “Seria interessante que você olhasse entre os vários cursos que
têm sido oferecidos, inclusive pelo Senai, que são cursos para pessoas que têm
a possibilidade de conseguir um salário e um emprego melhor se você não acha
colocação.”
A
petista tentou criticar o modelo de gestão tucana citando a falta de
planejamento do governo paulista, que resultou em uma crise de abastecimento
hídrico. “Vocês estão levando o estado a ter o programa meu banho, minha vida”.
O tucano dividiu a responsabilidade com o governo federal. “O TCU acaba de
acionar órgãos de seu governo, como a Agência Nacional de Águas. Técnicos foram
substituídos por apadrinhados políticos.”
Da redação Sináculo
Fonte: Diário de Pernambuco
Imagem: Diário-PE
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