Marina
Silva (PSB), terceira colocada na disputa presidencial, decidiu apoiar Aécio
Neves no 2.º turno da eleição presidencial. Quer, porém, que o tucano inclua em
seu programa de governo causas defendidas por ela nas áreas educacionais e de
meio ambiente. A ideia da ex-ministra é fazer o anúncio de um “acordo
programático”. Esse apoio seria costurado a partir de itens convergentes nos
programas dos dois, como o fim da reeleição e a reforma tributária.
Conforme
informou a colunista Sonia Racy no portal estadão.com.br, o que está em
discussão, agora, é se a adesão de Marina ocorrerá com o PSB ou se será uma
manifestação da Rede Sustentabilidade, grupo político da ex-ministra abrigado
no partido que foi presidido por Eduardo Campos, morto em agosto.
Marina
diz que não quer condicionar sua decisão a cargos, o que ela define como “velha
política”. O caminho da “nova política” é pedir um compromisso formal de pontos
do programa de governo anunciado pelo PSB em agosto. O discurso é semelhante ao
adotado um ano atrás, quando Marina se filiou ao PSB de Campos, e meses depois,
ao anunciar ser vice na chapa então encabeçada pelo ex-governador.
Marina
defende itens como a manutenção das conquistas socioeconômicas dos governos
Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, a inclusão da
sustentabilidade na agenda e a garantia de aumento de produção do agronegócio
sem riscos à floresta amazônica.
Além
disso, destacar os pontos em comum entre os planos de governo, como o fim da
reeleição e a reforma tributária, é uma forma de Marina convencer aliados da
Rede mais reticentes ao apoio ao tucano e que preferem a neutralidade, a
exemplo do que ocorreu em 2010. Naquele ano, a terceira colocada fez uma lista
de dez itens de seu programa e a enviou tanto a José Serra e quanto a Dilma.
Sem a resposta esperada dos concorrentes no 2.º turno, ficou neutra.
No
domingo (5), em discurso após reconhecer a derrota, Marina deu a entender que
não ficaria neutra de novo e que os brasileiros demonstraram “sentimento de
mudança” nas urnas.
Entre
os marineiros, é consenso de que os ataques da campanha petista impedem uma
aproximação com Dilma. “Não há como conversar com o PT”, disse Sérgio Xavier,
um dos assessores mais próximos de Marina. “A nova política é você se unir a
partir de um programa de governo, e é isso que nós queremos fazer.”
A
tendência entre os partidos aliados de Marina é apoiar Aécio. Já se
manifestaram nesse sentido o presidente do PPS, Roberto Freire, que convocou
reunião para hoje, e o do PSL, Luciano Bivar. Dirigentes de PHS, PPL e PRP
também tendem a declarar adesão à campanha do tucano.
REUNIÃO:
No PSB, foi marcada para
amanhã uma reunião da Executiva para se buscar um consenso sobre o 2.º turno. A
Rede também discute o assunto amanhã.
Nesta
segunda-feira, 6, porém, lideranças do PSB já começaram a indicar preferência
por Aécio ou mesmo a declarar voto no tucano.
Mesmo
o presidente nacional do partido, Roberto Amaral, aliado de longa data e
ex-ministro de Luiz Inácio Lula da Silva, sinalizou que não seria contra o
apoio ao candidato do PSDB. “O fundamental é estar envolvido em um processo de
progresso, de crescimento. Às vezes um reacionário serve de avanço.” As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Blog da Folha
Texto: O Estadão Conteúdo
Imagem: Divulgação
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