Filhos de Helena são deixados na creche para não passar
fome.
Uma
mulher que atende pelo nome de Helena protagonizou um momento de intensa
comoção na tarde da última terça-feira (7) em Garanhuns. Ela Reside no Bairro
do Parque Fênix, periferia da cidade e vive uma situação de extrema pobreza e
miserabilidade. Helena foi em busca da rádio 87 FM - do Grupo HC comunicação –
solicitou espaço para pedir ajuda. Pereira Filho, apresentador do Programa
Combate, de pronto fez coro e deu voz a mulher. Dona Helena esclareceu que é de
família extremamente humilde, mãe de 3 filhos foi abandonada pelo Marido há
cinco anos. Sem ter o que comer e sem trabalho, deixa os filhos sob os cuidados
de uma creche na cidade, única fonte de ajuda.
Diante
do pedido de ajuda, pessoas se solidarizaram e de maneira prestativa levaram a
ela mantimentos e recursos financeiros. As pessoas que ajudaram Helena pediram
por uma não veiculação de seus nomes, coisa que faremos.
Em
visita a casa, observamos que se trata de uma construção antiga, sem estrutura,
aparentemente em risco. Num espaço que cabe cinco pessoas, vivem com todas as
necessidades inerentes. “O aluguel é alto e nem sempre há condições de pagá-lo”,
alega Helena.
O
Bairro Parque Fênix, distante aproximadamente 5 quilômetros do centro comercial
de Garanhuns, não oferece muitas oportunidades. Há pequenas empresas, especificamente
do ramo de reparo e manutenção hidráulicos de veículos automotores, prática
inteira e mais efetivamente realizada por homens. Sem opção, dona Helena diz “Não
sei o que fazer, não encontro um caminho, parece que estou sem direção”.
SAÚDE NO PARQUE FÊNIX:
Dona
Helena afirmou à nossa redação que naquela localidade o trabalho de saúde
prestado pelo município é extremamente precário, bem como o trabalho da Ação
Social. “Estou esperando uma assistente social há mais de 6 meses”. “Consultas
médicas no posto de saúde é outro problema, a espera é longa, além do mau
atendimento que recebemos”, finalizou a mulher.
Ainda sobre rotina vivida
naquela localidade, Helena citou a falta de segurança vivenciada. Ela diz ser
comum a realização de crimes de pequeno porte e revela mais adiante a
preocupação que tem frente a ações criminosas impostas a ela.
FALA GIDI SANTOS:
Dados
numéricos traduzem fielmente o momento que vive o país e por assim dizer
Garanhuns. A construção Civil, atividade que mais emprega no Brasil, obteve
retrocesso. Incentivo a investimento privado, nem se fale, pois os dados são
alarmantes. Cada vez que uma pessoa pensa em ser investidor independente para
na dificuldade e burocracia brasileira. Garanhuns não muito distante segue esse
rumo.
Dona
Helena é um retrato original de uma sociedade marginalizada, abandonada por
políticas públicas sérias. Há muitas Helenas no Manoel Chéu, Várzea, Indiano,
Massaranduba, Cohab. O que não há é disposição, vontade política e postura de
gestão em Garanhuns.
Assim
estamos fadados há uma convivência constante de separação de “classes”, uma periferia
subordinada, amedrontada e marginalizada e a “dominante”, burguesa
capitalizada. Dessa forma o olho periférico vislumbra os “dominantes” afastados
e em seus altos pedestais como “Titãs”, semideuses.
Da redação Sináculo;
Texto: Gidi Santos
Edição de Texto: Selma Melo
Imagens: Gidi Santos
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