O
PSOL cresceu nas eleições de 2014. Dobramos nossa votação em relação a 2010,
num cenário ainda mais difícil. Agradecemos a cada um dos 1.612.186 eleitores
que destinaram seu voto ao fortalecimento das bandeiras que defendemos durante
a campanha eleitoral.
Conseguimos
dobrar a representação parlamentar do PSOL, que alcançou cinco deputados
federais e doze deputados estaduais. Essas bancadas farão a diferença nos seus
estados e no Congresso Nacional na luta por mais direitos.
Nosso
projeto sai fortalecido das urnas, conquistando o quarto lugar em uma eleição
marcada pela desigualdade da cobertura da imprensa, dos erros das pesquisas, do
impacto do poder econômico e do desequilíbrio no tempo de televisão. Nada disso
teria sido possível sem a militância do PSOL, que fez a diferença e conquistou,
com muita dedicação, esse expressivo resultado.
Cumprimos
o nosso papel, apresentando a melhor candidata e a melhor proposta para o
Brasil. Luciana Genro constituiu-se como a principal referência da esquerda
coerente e este é um enorme patrimônio de todo o PSOL. O programa que
defendemos é o programa necessário para que se avance em direção a um Brasil
justo e igualitário, livre da exploração e de todos os tipos de opressão. Esta
foi nossa principal missão política nestas eleições, e avaliamos que a
cumprimos bem.
Um
segundo turno, quando não nos sentimos representados nele, é muitas vezes mais
do veto que do voto. Entendemos que Aécio Neves, o seu PSDB e aliados são os
representantes mais diretos dos interesses da classe dominante e do
imperialismo na América Latina. O jeito tucano de governar, baseado na defesa
das elites econômicas e nas privatizações, com a corrupção daí decorrente,
significa um verdadeiro retrocesso. A criminalização das mobilizações populares
e dos pobres empreendida pelos governos tucanos, em especial o de Alckmin, nos
coloca em oposição frontal ao projeto do PSDB e aliados de direita. Assim,
recomendamos que os eleitores do PSOL não votem em Aécio Neves no segundo turno
das eleições presidenciais. Não é cabível qualquer apoio de nossos filiados à
sua candidatura.
A
provável capitulação de Marina Silva à candidatura tucana demonstra a sua
incapacidade de representar legitimamente o desejo de mudanças expresso nas
ruas e comprova que a “nova política” não pode ser um atributo daqueles que
aderem tão rapidamente ao retrocesso.
É
preciso também afirmar que, diante do que foi o seu governo e sua campanha
eleitoral, Dilma está distante do desejo de mudanças que tomou as ruas no ano
passado. Seu governo atuou contra as bandeiras mais destacadas de nossa
campanha, como a taxação das grandes fortunas, a revolução tributária que taxe
os mais os ricos e menos os trabalhadores, a auditoria da dívida pública,
contra a terceirização e a precarização das relações de trabalho, fim do fator
previdenciário, a criminalização da homofobia e a defesa do casamento civil
igualitário, uma nova política de segurança pública que acabe com a “guerra às
drogas” e defenda os direitos humanos, a democratização radical dos meios de
comunicação, o controle público sobre nossas riquezas naturais, os direitos das
mulheres, a reforma urbana, a reforma agrária e a urgentíssima reforma
política, que tire a degeneração do poder do dinheiro nas eleições, reiterado
neste pleito, mais uma vez. Por tudo isso, se Dilma vencer o segundo turno, o
PSOL seguirá como oposição de esquerda e lutando pelas bandeiras que sempre
defendemos, inclusive durante a campanha eleitoral.
A
partir destas considerações, o PSOL orienta seus militantes a tomarem
livremente sua decisão dentro dos marcos desta Resolução, conscientes do
significado sobre o voto no segundo turno, dia 26 de outubro, e agradece mais
uma vez a todos o(a)s seus/suas eleitores(as) e apoiadores(as) pela confiança
recebida nestas eleições.
PARTIDO SOCIALISMO E
LIBERDADE – PSOL
São Paulo, 8 de outubro de
2014.
Nos 47 anos da morte do
comandante Che Guevara.
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