O
Tribunal Superior Eleitoral decidiu ser mais duro com as candidaturas
presidenciais neste 2º turno a fim de evitar ataques pessoais. Nesta
sexta-feira, 17, liminar do tribunal já proibiu uma propaganda de TV.
A
peça proibida foi da presidente Dilma Rousseff. A propaganda afirmava:
"Compare. Enquanto Dilma modernizou aeroportos para o Brasil receber 203
milhões de passageiros ao ano, Aécio só fez dois em Minas. Um deles, na fazenda
que era da própria família e a chave ficava nas mãos de seu tio. Na dúvida em
quem votar, é melhor comparar". Era uma referência à construção do
aeroporto na cidade de Cláudio, interior de Minas, no qual o governo do Estado
investiu R$ 13,9 milhões na pista quando Aécio Neves era governador. Para fazer
o investimento, o governo desapropriou as terras do tio-avô de Aécio.
A
defesa de Aécio sustenta que a propaganda adversária leva o eleitor a crer que
o tucano "estaria fazendo uso de bem público para favorecer sua
família". Em sua decisão, o ministro Tarcísio Vieira de Carvalho Neto,
relator do processo, concorda com o PSDB e diz que a propaganda petista
"denota ofensa de caráter pessoal que, potencializada, pode ensejar, em
tese, até mesmo a caracterização de crime". Até que o pleno do TSE julgue
o caso, a propaganda de Dilma não poderá mais ir ao ar na campanha.
MUDANÇA:
No
1º turno das eleições, o TSE adotou postura minimalista com pouca intervenção
na campanha presidencial. A nova posição da Corte foi firmada na noite de
quinta-feira diante da percepção de que a campanha presidencial ficou mais
"ácida" no 2º turno.
Após
discussão de quase uma hora, os ministros deixaram claro aos advogados das
campanhas de Dilma e de Aécio que o TSE vai atuar para garantir que o horário
eleitoral seja usado para debater propostas e não para trazer acusações
pessoais entre os candidatos. Até o 2º turno há ainda oito programas de dez
minutos cada, além das inserções durante a programação das Tvs.
"A
Justiça Eleitoral tem que admitir uma postura. Agora não dá mais para ficar só
de minimalismo", disse o ministro Luiz Fux. O presidente do TSE, ministro
Dias Toffoli, chegou a dizer que se não houver intervenção da Corte, os
eleitores iriam assistir a um "baile do risca-faca" e não a um debate
presidencial. Nas palavras do presidente da Corte, o TSE reformulou a
"jurisprudência anterior permissiva em matéria de propaganda eleitoral
gratuita" para estabelecer que as campanhas sejam mais
"programáticas". "O debate pode ser duro no que diz respeito a
questões programáticas e de política pública", disse.
A
discussão foi levada ao plenário pelo ministro Admar Gonzaga, relator de
representação proposta pela campanha de Aécio contra propaganda de Dilma.
Gonzaga queria saber "qual o tom" para o novo período. Toffoli
apontou que o entendimento de eleições passadas era no sentido de que acusações
ácidas seriam permitidas, se baseadas em publicações na imprensa, o que não
será mais admitido. O presidente do TSE criticou o uso de terceiros - seja por
meio de notícias de jornal ou utilização de figura alheia à campanha na
propaganda - para fazer acusações contra os adversários.
FINALIDADE:
Parte
da Corte apontou que os candidatos possuem o mesmo tempo de programa eleitoral,
o que possibilita a defesa de acusações feitas pelo adversário, mas a maioria
entendeu que o horário gratuito não pode se prestar a esse tipo de discussão.
"O horário eleitoral não foi criado para ataques pessoais, mas sim para
apresentação de programas de governo. Não podemos permitir que se gaste
dinheiro público para esse tipo de baixo nível de ataque", disse o
ministro João Otávio de Noronha. As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.
Da redação Sináculo
Fonte: Portal de notícias BolImagem: Bol
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