RECIFE — Com prejuízos calculados em pouco mais de R$ 800 mil, devido à queda do avião que matou Eduardo Campos (PSB), moradores da área atingida pelo Cessna PR-AFA, em Santos, começaram a receber indenizações em caráter extrajudicial. A informação foi confirmada por Carlos Gonçalves Júnior, advogado do empresário pernambucano João Carlos Lyra, um dos proprietários da aeronave.
Com o impacto, cinco imóveis– entre residências e estabelecimentos comerciais – foram prejudicados, além de dois condomínios nos quais moram 33 famílias. Gonçalves Júnior informou que um mês após o acidente foi consultado pelo empresário para agilizar a reposição dos prejuízos. No caso das cinco casas, a primeira moradora a fechar acordo já recebeu duas parcelas da indenização. Agora aguarda a última para janeiro. Três outros encontram-se em negociação, e um não quis acordo.
— A primeira família se antecipou, encomendou uma perícia razoável, fechamos acordo e ela já está recebendo. Uma segunda, vizinha a um dos prédios, fez o orçamento, mas o da construtora foi incompatível com o da nossa perícia, recrutada no Instituto Brasileiro de Avaliação e Perícia de Engenharia (Ibape). Não encerramos as negociações, estamos conversando. Há, ainda, um pet shop, cuja avaliação também foi razoável. Mas a proprietária, que ficou sem conseguir trabalhar, exige pagamento de “lucro cessante”. E sobre isso, estamos conversando. Temos, também, um Buffet infantil, que não permitiu a entrada do nosso perito e também não apresentou a avaliação— explicou, por telefone, o advogado.
Gonçalves Júnior relatou ainda que, entre esses cinco imóveis, o caso mais complicado é o da academia de ginástica, que fez exigências que não foram aceitas.
— O proprietário não quis conversa. Queria que meu cliente assinasse um documento assumindo a culpa pelo acidente. Consideramos que essa é uma exigência muito radical. Meu cliente quer, é acabar com a angústia dessas famílias. Mas ele precisa de documentos para ser ressarcido pela seguradora da aeronave ou por quem teve culpa no acidente— disse ele.
O advogado afirmou que os acordos extrajudiciais darão mais agilidade ao pagamento das indenizações:
— Estou me colocando na posição dos atingidos. Caso entrem na justiça, quem serão as demandadas? O PSB, a Anac, a Cessna? Seria uma briga judicial grande, até decidir de quem é a responsabilidade, para só depois, apurar os prejuízos.
Publicidade
Gonçalves Júnior contou também, que as 33 famílias receberam da própria seguradora dos imóveis e que exigem agora que o empresário lhes pague o mesmo valor. Segundo ele, a defesa está avaliando se houve defasagem entre os prejuízos e o valor pago pelo seguro dos imóveis, para calcular a possibilidade de compensação.
Utilizado pelo ex-governador Eduardo Campos em sua campanha presidencial, o Cessna gerou uma série de explicações nebulosas quanto aos verdadeiros proprietários e a prestação de contas de campanha. Oficialmente, o avião pertencia à AF Andrade, empresa de Ribeirão Preto, que estava em recuperação judicial. Na época, o PSB informou os proprietários da empresa haviam alugado o avião para a campanha.
Em Pernambuco, o empresário João Carlos Lyra assumiu que estava em processo de compra da aeronave e que contraiu vários empréstimos com empresários pernambucanos para pagar parcelas do leasing do avião que ele pretendia comprar. De acordo com seus assessores, Lyra teria atualizado os pagamentos em atraso da AF Andrade e assumido as promissórias restantes. Entretanto, surgiram rumores de que o avião teria outros sócios. Entre eles, estaria a Bandeirantes Companhia de Pneus S/A. Segundo nota distribuída pela assessoria de Lyra, a proposta de participação dessa empresa na compra do avião estava na Cessna Finance Corporation, mas não chegou a ser aprovada. E que a aeronave caiu quando o cadastro da Bandeirante ainda estava em análise.
http://oglobo.globo.com/brasil/familias-que-tiveram-imoveis-atingidos-por-queda-de-aviao-que-matou-campos-recebem-indenizacao-14929294
Com o impacto, cinco imóveis– entre residências e estabelecimentos comerciais – foram prejudicados, além de dois condomínios nos quais moram 33 famílias. Gonçalves Júnior informou que um mês após o acidente foi consultado pelo empresário para agilizar a reposição dos prejuízos. No caso das cinco casas, a primeira moradora a fechar acordo já recebeu duas parcelas da indenização. Agora aguarda a última para janeiro. Três outros encontram-se em negociação, e um não quis acordo.
— A primeira família se antecipou, encomendou uma perícia razoável, fechamos acordo e ela já está recebendo. Uma segunda, vizinha a um dos prédios, fez o orçamento, mas o da construtora foi incompatível com o da nossa perícia, recrutada no Instituto Brasileiro de Avaliação e Perícia de Engenharia (Ibape). Não encerramos as negociações, estamos conversando. Há, ainda, um pet shop, cuja avaliação também foi razoável. Mas a proprietária, que ficou sem conseguir trabalhar, exige pagamento de “lucro cessante”. E sobre isso, estamos conversando. Temos, também, um Buffet infantil, que não permitiu a entrada do nosso perito e também não apresentou a avaliação— explicou, por telefone, o advogado.
Gonçalves Júnior relatou ainda que, entre esses cinco imóveis, o caso mais complicado é o da academia de ginástica, que fez exigências que não foram aceitas.
— O proprietário não quis conversa. Queria que meu cliente assinasse um documento assumindo a culpa pelo acidente. Consideramos que essa é uma exigência muito radical. Meu cliente quer, é acabar com a angústia dessas famílias. Mas ele precisa de documentos para ser ressarcido pela seguradora da aeronave ou por quem teve culpa no acidente— disse ele.
O advogado afirmou que os acordos extrajudiciais darão mais agilidade ao pagamento das indenizações:
— Estou me colocando na posição dos atingidos. Caso entrem na justiça, quem serão as demandadas? O PSB, a Anac, a Cessna? Seria uma briga judicial grande, até decidir de quem é a responsabilidade, para só depois, apurar os prejuízos.
Publicidade
Gonçalves Júnior contou também, que as 33 famílias receberam da própria seguradora dos imóveis e que exigem agora que o empresário lhes pague o mesmo valor. Segundo ele, a defesa está avaliando se houve defasagem entre os prejuízos e o valor pago pelo seguro dos imóveis, para calcular a possibilidade de compensação.
Utilizado pelo ex-governador Eduardo Campos em sua campanha presidencial, o Cessna gerou uma série de explicações nebulosas quanto aos verdadeiros proprietários e a prestação de contas de campanha. Oficialmente, o avião pertencia à AF Andrade, empresa de Ribeirão Preto, que estava em recuperação judicial. Na época, o PSB informou os proprietários da empresa haviam alugado o avião para a campanha.
Em Pernambuco, o empresário João Carlos Lyra assumiu que estava em processo de compra da aeronave e que contraiu vários empréstimos com empresários pernambucanos para pagar parcelas do leasing do avião que ele pretendia comprar. De acordo com seus assessores, Lyra teria atualizado os pagamentos em atraso da AF Andrade e assumido as promissórias restantes. Entretanto, surgiram rumores de que o avião teria outros sócios. Entre eles, estaria a Bandeirantes Companhia de Pneus S/A. Segundo nota distribuída pela assessoria de Lyra, a proposta de participação dessa empresa na compra do avião estava na Cessna Finance Corporation, mas não chegou a ser aprovada. E que a aeronave caiu quando o cadastro da Bandeirante ainda estava em análise.
http://oglobo.globo.com/brasil/familias-que-tiveram-imoveis-atingidos-por-queda-de-aviao-que-matou-campos-recebem-indenizacao-14929294
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é muito importante para nós. Deixe-o aqui e participe desse universo onde a opinião de cada um tem o poder de fazer as coisas ficarem sempre melhores.