quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

DETENTOS VOLTAM A SE REBELAR, NO CURADO, NESSE INSTANTE, E AMEAÇAM MATAR OUTROS PRESOS

       

              Pelo microfone, os reeducandos ameaçam matar os "gatos", detentos que colaboram com a PM, fazem favores e não se misturam com os "ratos", os demais detentos. Eles querem a agilidade no julgamento dos processos e pedem a transferência para outra unidade prisional.

   A movimentação voltou a se intensificar no Complexo Prisional do Curado, pouco antes das 10h desta quarta-feira, terceiro dia de rebelião. Em cima do telhado do presídio Frei Damião Bozzano, cerca de 50 detentos exigem a presença do juiz da 1ª Vara de Execuções Penais, Luiz Rocha.

                 Perto das 11h, enquanto o Batalhão de Choque da Polícia Militar se preparava para entrar novamente no presídio, os detentos rezaram e, do lado de fora do presídio, era possível ouvir os gritos das preces.
No telhado, os detentos chegaram a queimar um boneco de pano, que representaria o juiz Luiz Rocha.
Detentos fizeram um boneco de pano simbolizando juiz e queimaram. Foto: Thaís Arruda/Esp.DP/D.A Press
Detentos fizeram um boneco de pano simbolizando juiz e queimaram. Foto: Thaís Arruda/Esp.DP/D.A Press

              Nos últimos dois dias, três pessoas morreram - um PM e dois reeducandos - dentro do complexo. Na Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá, tumultos também foram registrados e, ao todo, 49 detentos ficaram feridos durante as rebeliões.

              Depois dos dias de tensão, o Governo do Estado prometeu adotar medidas emergenciais para melhorar a situação do sistema prisional em Pernambuco. Em reunião com uma comissão formada por dez detentos do Complexo Prisional do Curado, o secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico, se comprometeu a contratar 20 advogados para atuar nos processos de execução penal dos detentos, prometeu a melhoria da qualidade da comida e a instalação de câmara na área externa para acompanhar a entrada de visitantes, evitando situação de constrangimento no acesso.

           Os presos pedem maior agilidade no julgamento dos processos e reclamam da superlotação da unidade. O sistema prisional do estado tem um déficit de 19.467 vagas.

Com informações de Thaís Arruda.   Diário de Pernambuco

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