Minhas inquietações foram
aguçadas depois de acompanhar uma série de reportagens do blog de Magno
Martins, em visita aos municípios dos sete Estados do Nordeste em que Dilma
teve votação superior a 90%.
Quero logo fazer um apelo aos eventuais leitores que tiverem acesso a essas minhas divagações para que não interpretem minha argumentação como contrária a Bolsa Família. Acompanhei Miguel Arraes durante 42 anos e ele dizia sempre que era uma indignidade para uma Nação não garantir sequer ao seu povo um cuscuz de manhã, ao meio-dia e à noite. Não de pode pensar numa Nação forte com um povo faminto. A modesta ajuda da Bolsa Família evita pelo menos a fome e será sempre importante, mas não contribui para tirá-lo da miserabilidade
O jornalista Magno identificou e certificou que existe uma estreita relação entre a preferência do eleitorado, a incidência do percentual de usuários da Bolsa Família em relação à população e ao exagerado percentual de analfabetos em relação ao restante do país.
Nas cidades identificadas na reportagem, cerca de 60% de sua população é usuária da Bolsa Família e mais de 60% dos usuários da Bolsa Família são analfabetos totais, sem contar os funcionais e qual seria A POSSIBILIDADE DE QUALIFICAR ESSA MÃO DE OBRA que não possui, sequer, o mínimo básico da escrita e da leitura ?
É uma vergonha que uma Nação rica como o Brasil ostente ainda uma população de VINTE MILHÕES DE ANALFABETOS e, em sua maioria, concentrados no Norte e Nordeste do país. Como libertar essa população, em sua maioria analfabeta, da dependência da Bolsa Família que o mantém como massa de manobra para exploração na hora das eleições ? Como libertar essa população se dependem de uma lata dagua do caminhão pipa do vereador para matar sua sede e da família ? Como libertar essa população se para um elementar atendimento médico precisam do transporte dos políticos para chegar em um simples ambulatório ?
Como qualificar para um trabalho através dos Sescs, Pronatecs, escolas profissionais e de tempo integral, pós-graduações, mestrados e doutorados – e são importantes - se não alcançamos primeiro esse contingente de analfabetos inteiramente desqualificados até para serem garís? Será que em qualquer processo seletivo não exigem pelo menos o primeiro grau completo ?
Fui surpreendido um dia desses com a reivindicação de marisqueiras de Itapissuma, em plena região metropolitana, solicitando como mais importante para suas comunidades (pescadores e marisqueiras) uma coisa simples: ALFABETIZAÇÃO. Dá para acreditar em qualquer programa de educação sem objetivar, prioritariament6e, o universalizar da alfabetização ?
O Conselheiro Acácio diria com simplicidade que: tudo tem de começar do começo! È uma simples afirmação do óbvio e li, um dia desses, um artigo de Cristovam Buarque na imprensa pregando que, em todas as atividades do Brasil, as deficiências resultam da inconformação atribuída pelos Planos de Programas e Elaboração Orçamentária às PRIORIDADES da Nação.
Porque o preconceito ideológico não nos permite seguir o exemplo de Cuba que, há 50 (cinquenta) anos atrás, eliminou o analfabetismo naquele país em apenas SETE ANOS ? Porque aquele país indigente, pobre e sem recursos naturais pôde fazer e a grande e rica Nação Brasileira não consegue ? A resposta é simples: PORQUE NÃO SERVE Á CLASSE DOMINANTE não tem qualquer interesse em libertar essa população da escravidão decorrente da ignorância e da desqualificação !
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