O chefe do Executivo estadual
destacou o trabalho de resgate da história de Pernambuco e do Brasil. "As
comemorações do bicentenário de 1817 darão aos pernambucanos e aos brasileiros
a oportunidade de aprofundar reflexões sobre o valor do idealismo, dos direitos
humanos, das conquistas democráticas e da afirmação da soberania
nacional", discursou Paulo Câmara, salientando que a Data Magna foi
importante para o despertar do senso de liberdade do país.
De acordo com o governador,
os valores revolucionários de 1817 devem ser resgatados e sempre lembrados pelo
povo brasileiro. "São valores que precisam ser permanentemente defendidos.
Hoje, com intensidade redobrada diante da crise econômica, social, política e
ética em que foi mergulhado o Brasil", defendeu Paulo.
Ainda durante o seu
pronunciamento, o chefe do Executivo pernambucano pontuou a importância de
reconhecer as dificuldades enfrentadas no atual conjuntura brasileira.
"Não venceremos a crise negando a sua existência, nem por meio de acordos
de elites e acertos de gabinetes. O alcance dessa vitória exige muito mais.
Exige a construção de um pacto pelo qual os mais pobres - historicamente
os que sempre perderam - passem a ganhar; que os sacrifícios requeridos a
todos incidam mais sobre os que, também historicamente, nada cederam ou cederam
muito pouco", argumentou Câmara.
A Comissão Organizadora do
Bicentenário da Revolução de 1817 é formada por representantes das
secretarias estaduais da Casa Civil (que coordenará o grupo), Cultura e
Educação; Prefeitura do Recife; Assembleia Legislativa; Instituto Arqueológico,
Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP); Academia Pernambucana de Letras
(APL); Ministério da Cultura (Minc) e Comitê Pernambuco 2017. Cada órgão
indicou dois membros.
José Luiz Mota de Menezes,
presidente do IAHGP, falou em nome dos demais membros
da comissão. Para Mota de Menezes, uma data se torna significante no
momento em que ela forma a história de lugar. "A data de 6 de Março
constrói a história de Pernambuco", grifou o presidente, dizendo também
que a assinatura do decreto é um "ato que vai marcar a história de
Pernambuco e do Brasil".
HISTÓRIA - O movimento
de libertação contra a opressão da Corte Portuguesa foi liderado por Domingos
José Martins, com o apoio de Antônio Carlos de Andrada e Silva e do Frei
Caneca. Os revolucionários, inspirados pelas ideias iluministas, instalaram um
governo provisório que tinha como propostas a proclamação da República, a
extinção de impostos abusivos e a elaboração de uma Constituição que garantisse
os direitos dos cidadãos, a exemplo da igualdade de todos perante a lei, a
liberdade religiosa e de imprensa. A revolução conseguiu reunir representantes
dos mais diversos segmentos da sociedade, como religiosos, militares e
intelectuais, que, juntos, desejavam a emancipação política e a implantação de
um governo republicano.
Dois meses após seu estopim,
o movimento foi sufocado pelas tropas da Coroa Portuguesa, que cercaram a
cidade do Recife por terra e mar, culminando na prisão e morte de seus líderes.
Mesmo derrotada, a revolução perpetuou ideias e colaborou com a Independência
do Brasil, proclamada apenas cinco anos depois do levante pernambucano. Em
1917, no centenário da Data Magna, foi feriado nacional.
"Mais honroso torna-se
esse ato por acontecer no terreno onde, em 1817, existia o prédio do Erário da
então colônia portuguesa. Serviu o prédio de sede para o Governo Provisório,
que assumiu o poder após a vitória dos revolucionários e a expulsão do governador
português. Daqui avistamos a Praça da República, denominada no passado de Campo
da Honra, no qual foram enforcados líderes da revolução. Na praça tombaram os
heróis Antonio Henrique Rabelo, Amaro Coutinho, o padre Antônio Pereira de
Albuquerque, Domingos Teotônio Jorge, José de Barros Lima, o 'Leão Coroado', e
o padre Souza Tenório, o Vigário Tenório", lembrou Paulo Câmara.
Membros da Comissão
Organizadora do Bicentenário da Revolução de 1817:
Secretaria da Casa Civil
· Antônio
Carlos dos Santos Figueira
· Marcelo
Canuto Mendes
Secretaria de Educação
· Frederico
da Costa Amâncio
· Severino
José de Andrade Júnior
Secretaria de Cultura
· Marcelino
Granja de Menezes
· Márcia
Maria da Fonte Souto
Academia Pernambucana de
Letras
· Maria
de Fátima de Andrade Quintas
· Nilzardo
Carneiro Leão
Instituto Arqueológico,
Histórico e Geográfico Pernambucano
· José
Luiz da Mota Menezes
· Margarida
de Oliveira Cantarelli
Comitê Pernambuco 2017
· Maria
Cristina Cavalcanti de Albuquerque
· Paulo
Santos de Oliveira
Ministério da Cultura
· Lúcio
André de Figueiredo Rodrigues
Assembleia Legislativa de
Pernambuco
· Ricardo
José de Oliveira Costa
· Antônio
Geraldo Rodrigues da Silva (Tony Gel)
Prefeitura da Cidade do
Recife
· Leda
Alves
· Betânia
Corrêa de Araújo
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