Lucas Salomão
Do G1, em Brasília
O Senado Federal
aprovou nesta terça-feira (10) o fim de coligações partidárias para eleições
proporcionais – de deputados federais, estaduais e vereadores. A proposta de
emenda à Constituição (PEC) teve 61 votos a favor, 7 contra e 2 abstenções.
O texto, do ex-presidente da
Casa José Sarney (PMDB-AP), foi aprovado em primeiro turno. Agora, terá de ser
discutido novamente em plenário em três sessões para ser submetido a nova
votação. Caso seja aprovado em segundo turno, seguirá para análise do plenário
da Câmara dos Deputados.
A proposta prevê o fim das
coligações em eleições proporcionais, ou seja, a aliança de partidos será
permitida somente nas eleições majoritárias – para presidente, governadores e
senadores.
"A medida contribuirá
para o fortalecimento dos partidos políticos e para a transparência na
representação política, já que, com o fim das coligações nas eleições
proporcionais, o voto dado no candidato de um determinado partido não poderá
contribuir para a eleição de candidato de outra agremiação", afirmou
Valdir Raupp (PMDB-RO), em seu parecer como relator da medida na Comissão de
Constituição e Justiça do Senado.
Como é hoje
O sistema atual permite a união de partidos nas eleições para deputados estadual e federal e para vereador, formando uma coligação. Na hora de votar, o eleitor pode escolher um candidato (voto nominal) ou apenas o partido (voto de legenda). Quanto mais votos uma coligação obtiver (somando nominais e na legenda), mais vagas terá no Legislativo.
O sistema atual permite a união de partidos nas eleições para deputados estadual e federal e para vereador, formando uma coligação. Na hora de votar, o eleitor pode escolher um candidato (voto nominal) ou apenas o partido (voto de legenda). Quanto mais votos uma coligação obtiver (somando nominais e na legenda), mais vagas terá no Legislativo.
Na prática, coligações que
têm candidatos bem votados ("puxadores de votos") e/ou muitos votos
na legenda conseguem eleger também candidatos pouco votados. Por isso, é comum
ver um candidato ser eleito mesmo tendo menos votos que outro, de outra
coligação.
Em 2010, por exemplo, o
humorista Tiririca (PR-SP) recebeu 1.353.820 de votos. A votação de Tiririca
não beneficiou diretamente candidatos de seu partido, mas sim, candidatos de
sua coligação, formada por PR, PSB, PT, PR, PC do B, PT do B. O último eleito
da coligação, Vanderlei Siraque (PT), e o penúltimo, Delegado Protógenes (PC do
B), obtiveram cerca de 90 mil votos cada um. Ficaram de fora nove candidatos da
coligação formada por PSDB, DEM e PPS que tiveram mais votos que eles.
Se as coligações forem
proibidas, ainda haverá a figura do "puxador de voto", mas ele
beneficiará apenas outras candidaturas do mesmo partido.
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