Após receber denúncias de representantes dos
professores no Conselho Municipal de Educação de Garanhuns, o Ministério
Público de Pernambuco (MPPE) recomendou ao prefeito Izaías Régis a retirada de
um projeto de lei que altera o abono educador, benefício que garante o
pagamento de um salário mínimo, todo mês de outubro, a cada professor da rede
municipal de educação. O MPPE recomendou ainda que, caso o gestor não retire a
proposta, a Câmara de Vereadores rejeite a medida.
Segundo o promotor de Justiça
Domingos Sávio Pereira Agra, o projeto de lei em tramitação prevê que o
pagamento do benefício passe a ser condicionado à existência de sobras da
parcela dos 60% dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb),
incluindo-o nas mesmas condições do rateio previsto para o final do exercício.
“O abono educador é previsto
no Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR, Lei Municipal n°
3.758/2010), construído na coletividade por representantes do Conselho
Municipal de Educação, Sindicato dos Professores, Comissão de Educação da
Câmara e Secretarias municipais de Educação, Administração e Fazenda. Trata-se
de uma conquista histórica e sedimentada, que o Executivo agora quer alterar sem
ampla discussão com a categoria e a sociedade”, pontuou Domingos Sávio Pereira
Agra.
O promotor argumentou ainda
que a medida vai de encontro ao princípio da irredutibilidade do salário, salvo
o disposto em convenção ou acordo coletivo, conforme estabelece a Constituição
Federal. A recomendação foi publicada no Diário Oficial do dia 21 de abril.
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