Destaque na Folha de Pernambuco:
“Onze homens foram presos
durante a Operação Mercador da Polícia Civil do Estado (PCPE) por fraude no
concurso público para agente de trânsito da Autarquia Municipal de Trânsito e
Transporte do Ipojuca (Amttrans), organizado pelo Conupe/Iaupe. As prisões
aconteceram na última quinta-feira, dia 16. Os acusados foram encaminhados ao
Complexo Prisional do Curado, na Zona Oeste do Recife, onde aguardam
julgamento. De acordo com a delegada responsável pelo caso, Patrícia Domingos,
da Delegacia de Crimes Contra Administração e Serviços Públicos (DECASP), os
criminosos usavam ponto eletrônico para passar as respostas a candidatos. Dos
11 acusados, nove são servidores públicos.
O ponto era comprado por R$
1.500 ou R$ 2.000. Após a investidura no cargo, os beneficiados deveriam
completar a quantia de R$ 20 mil, paga através de empréstimo consignado. Os 19
primeiros colocados tiraram a mesma nota. Eles acertaram todas as questões, com
exceção da 18ª, em que marcaram a mesma alternativa equivocada: a letra “E”. As
investigações já duram dois meses. Os R$20 mil eram cobrados de forma violenta.
“Havia pessoas armadas dentro dessa quadrilha, que participavam do Curso de
Formação, com o único objetivo de ameaçar essas pessoas, caso esses valores não
fossem pagos”, informou a Delegada.
QUADRILHA - O líder da
quadrilha, o técnico judiciário do Tribunal de Justiça do Estado (TJPE)
Anderson Lima Ribeiro, 32 anos, não chegou a ser preso, pois foi assassinado
dias antes da deflagração da operação, no último dia 14, em Salgadinho, Olinda.
A Polícia não sabe ainda se a causa do homicídio tem ligação com o crime. Além
dele, o chamado “braço intelectual” da organização criminosa era composto pelos
guardas municipais do Recife Thiago Vaz de Araújo Silva, 31, e Thiago Augusto
Nogueira Leão, 29. O “braço armado” era liderado pelo agente penitenciário
Márcio Manoel Soares Gomes (conhecido como Márcio Bronca), 37 anos, além do
guarda de Itapissuma Jonata Zoberto Verçosa de Lima, 31, e do motorista da
Prefeitura de Carpina Clélio Torres de Paiva Júnior, 30.
Os demais – Brunno Henrique
de Sena, 20; Augusto César Nascimento da Silva, 38; Gledson Antônio Bandeira,
27; Elter Leão de Castro, 26; e Jefferson Faustino da Silva, 29, que se
entregou ontem, dia 22, no Fórum de Ipojuca – realizavam aliciamento de
compradores e cobranças. Luiz Alex de Oliveira Cavalcanti, 25, foi preso, porém
não tem ligação com a quadrilha. Ele, que ficou em 102º lugar no certame, se
entregou à Polícia e apresentou dois cadernos de prova, um deles foi comprado
por R$ 5 mil. Ele era porteiro da Universidade de Pernambuco (UPE).
“A quadrilha agia da seguinte
forma: alguns dos membros se inscreviam no concurso que seria fraudado, no caso
para agente de trânsito de Ipojuca. Eles faziam a prova, cada qual era
responsável por fazer uma disciplina. Eles saiam antes do horário final da
prova, se reuniam, montavam o gabarito global da prova e após a montagem desse
gabarito eles, simplesmente, repassavam através de ponto eletrônico para os
beneficiários da fraude”, afirmou Patrícia Domingos. Além de passarem as
respostas da avaliação objetiva, alguns deles participaram do Curso de
Formação, última etapa da seleção, já que, ao final do Curso, que é
eliminatório e classificatório, os candidatos precisariam fazer uma prova
final, que também sofreria o mesmo esquema de fraude.
DENÚNCIA - A suspeita
de fraude foi denunciada pelos próprios populares. “Houve várias denúncias de
populares, as informações chegaram até a Prefeitura de Ipojuca, que acionou o
Ministério Público (MPPE), que acionou a Polícia”, esclareceu Domingos. Segundo
a delegada, a própria administração pública suspendeu a realização da prova
final do Curso. Não há confirmação de envolvimento dos acusados em outros
crimes relacionados a seleções públicas. A integração deles com organizações de
outros estados do País ainda está sendo investigada pela Polícia.
A Prefeitura esclareceu a
situação por meio de nota oficial: “A Prefeitura do Ipojuca esclarece que,
diante das informações divulgadas pela Polícia Civil, o Concurso Público
realizado em 2014 está suspenso desde janeiro deste ano a pedido da própria
prefeitura, que encaminhou o processo ao MPPE solicitando a suspensão. Os
candidatos envolvidos nas fraudes receberão as punições administrativas
cabíveis. A Prefeitura do Ipojuca aguarda notificação oficial da Polícia Civil
e irá esperar a decisão do Ministério Público para dar andamento ao processo
deste concurso”, disse a nota.
De acordo com a delegada Patrícia Domingos, o Conupe/Iaupe, organizador do concurso, é considerado vítima da ação da quadrilha, até o momento. Os integrantes da quadrilha vão responder por associação criminosa e fraude contra certames, cujas penas somadas podem chegar a sete anos de reclusão. Os beneficiados, ainda em investigação, serão julgados pelo crime de fraude em certames, que prevê quatro anos de detenção, no máximo”.
De acordo com a delegada Patrícia Domingos, o Conupe/Iaupe, organizador do concurso, é considerado vítima da ação da quadrilha, até o momento. Os integrantes da quadrilha vão responder por associação criminosa e fraude contra certames, cujas penas somadas podem chegar a sete anos de reclusão. Os beneficiados, ainda em investigação, serão julgados pelo crime de fraude em certames, que prevê quatro anos de detenção, no máximo”.
(Com informações
do Blog dos Concursos/Folha de Pernambuco)
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