Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou
nesta quarta-feira (26) um novo relatório sobre a Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) que põe fim ao foro privilegiado de políticos e autoridades
nos casos em que cometerem crimes comuns, como roubo e corrupção.
A CCJ já havia aprovado um relatório favorável à proposta,
mas precisou analisar o tema novamente porque foram apresentadas sugestões de
modificações ao texto. Por isso, o relator apresentou um novo parecer, que foi
aprovado nesta quarta.
Agora, o texto, de autoria do senador Álvaro Dias (PV-PR),
precisa passar pela análise do plenário principal do Senado em dois turnos de
votação. Se for aprovado, seguirá para análise da Câmara, que também fará duas
votações sobre o tema.
Pela lei que vigora atualmente, políticos como o presidente
da República, senadores, deputados federais e ministros têm direito a ser
investigados e julgados apenas na esfera do Supremo Tribunal Federal (STF). No
caso dos governadores, o foro é o Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Na proposta aprovada, as autoridades deverão ser julgadas
pelas primeiras instâncias no estado onde o eventual crime houver ocorrido, e
não mais em tribunais superiores.
O novo relatório sobre a PEC do fim do foro privilegiado foi
votado pela CCJ na sequência da aprovação do projeto de abuso de autoridade.
Vários senadores pediram a palavra para dizer que como a comissão estava
votando o projeto de abuso deveria analisar também o tema do fim do foro.
Nesta quarta, o relator da proposta, senador Randolfe
Rodrigues (Rede-AP), acatou uma emenda (sugestão de alteração) do senador
Ricardo Ferraço (PSDB-ES), que mantém a prerrogativa de foro em crimes comuns
para os presidentes dos poderes Legislativo, Judiciário e Executivo.
Ao apresentar a emenda, Ferraço argumentou que deixar os
presidentes da República, da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal
(STF) pode provocar uma pulverização de ações contra essas autoridades.
"Basta que se imagine quantas ações poderão ser abertas,
mesmo sem base legal, contra um Presidente da República, em cada canto do
Brasil, obrigando-o a se defender em uma verdadeira multidão de ações
judiciais", argumentou Ferraço.
Após o término da sessão, Randolfe explicou que, com a
aprovação da lei, o político que, por conta do foro privilegiado, estiver sendo
processado no STF, terá o caso remetido para as instâncias inferiores. Ele
disse que a regra valerá, caso o projeto vire lei, para os políticos
investigados pela Lava Jato no STF.
"Cai o foro privilegiado e o processo cai para o juiz e
para o promotor da primeira instância. Todos que estão com foro no STF e estão
respondendo processo, recai para a instância judicial respectiva, que é o juiz
federal da primeira instância. De for acusação no âmbito da Operação Lava Jato,
para a vara federal de Curitiba ou a vara que estiver fazendo a investigação.
Vale para todos os processos em andamento", disse o senador.
Randolfe concluiu que, nos casos de crimes de
responsabilidade cometido pelos chefes de poderes, caberá ao Congresso
Nacional, como prevê a Constituição, julgar os processos.
Fonte: http://g1.globo.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é muito importante para nós. Deixe-o aqui e participe desse universo onde a opinião de cada um tem o poder de fazer as coisas ficarem sempre melhores.