Tudo começou às oito horas e trinta minutos de quinta-feira,
dia 05 de junho de 1980, a barraca de vender
fogos pertencente ao senhor Protásio Gomes Azevedo, conhecido por Tarzinho,
motivada por um curto
circuíto na instalação elétrica, explodiu e em menos de dez segundos também explodiu a outra barraca pertencente ao senhor José Alves
da Silva Filho, conhecido por
José Barroso.
Ambas as barracas de vender fogos foram armadas sobre a
marquise que serve de cobertura para o Bar "O Colunata". A explosão provocou um deslocamento de ar num
raio de ação de mais ou menos quinhentos metros, cujo impacto arrancou o teto
de várias casas comerciais localizadas na Avenida Santo Antonio, quebrando as
vidraças e portas de várias delas.
A mais atingida foi a Veneza Americana, pertencente ao senhor
Silvio Apolinário que teve as portas arrancadas e as mercadorias totalmente
danificadas.
O setor bancário também sofreu terríveis danos, sendo que o
mais atingido foi o Banco do Brasil que teve o forro de gesso dos dois andares
totalmente danificados, dando a impressão de que havia sido decorado para uma
baile de São João.
O Cinema Jardim que ficava localizado na praça do mesmo nome,
teve o forro da marquise e do salão de espera também destruído. A placa de
cimento armado a ferro que cobre os boxes ficou parcialmente destruídos.
Na catástrofe morreram quatro pessoas e trinta e oito ficaram
feridas. Esta foi a segunda maior catástrofe acontecida em Garanhuns. A
primeira foi a Hecatombe de 1917, por questões políticas, tendo morrido na
ocasião mais de dez pessoas. Nesta calcula-se uma prejuízo de aproximadamente
cinquenta milhões de cruzeiros. O Prefeito Ivo Amaral ao ter conhecimento do
lamentável acontecimento comunicou-se imediatamente com o Governador do Estado
e todas as Secretarias de Governo. Meia hora depois do acidente a Avenida Santo
Antônio ficou sob controle das autoridades que tomaram todas as providências
necessárias ao socorro às vítimas para evitar incêndio nas casas comerciais e
bancos.
É conveniente se ressaltar o trabalho desempenhado pelo 71º
B.I. e 4º Companhia de Polícia que imediatamente enviaram seus soldados e num
trabalho constante amenizaram o sofrimento de todas população.
Também prestaram inestimáveis socorros a Prefeitura desta
cidade que por determinação de Ivo Amaral foram colocados em ação todos os
engenheiros, trabalhadores, secretários e os veículos do município, a Câmara
Municipal, a Rádio Difusora que num trabalho de esforço e profícuo tranquilizou
a população, a Celpe que imediatamente procurou através de seus eletricistas,
consertar a rede de energia, prefeitos da região que vieram se solidarizar com
o colega chefe do executivo local e o povo em geral que num espírito de
solidariedade não saiu da praça durante todo o dia.
Garanhuns viveu naquela quinta-feira, dia Corpus Christi, o
mais terrível drama de sua história. A nossa população de cento e vinte mil
almas ficou totalmente traumatizada.
Por volta das 13:30h chegou a esta cidade o Governador Marco
Maciel, acompanhado dos Secretários José Tinoco, da Secretaria de Trabalho e
Ação Social, Djalma Oliveira, da Secretária da Saúde e vários assessores do
Governo.
Na ocasião e no local do sinistro o Governador Marco Maciel
prometeu toda ajuda necessária as vítimas e aos que sofreram danos materiais.
(Reportagem do Professor e Jornalista José Rodrigues da Silva
(saudosa memória), para o Jornal "O Monitor" em junho de 1980 - Foto:
Avenida Santo Antônio após a explosão).
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