domingo, 2 de julho de 2017

HÁ BANDEIRA..."O CÉU EXISTE ENTRE SETE COLINAS!" Por GIVALDO CALADO

Acordei todo moído... Penso que foi o uísque a mais que tomei, ontem, com os amigos e amigas. Todos e todas muito felizes. Como em uma lídima Confraria.

Para quem não sabe, eu não tenho o hábito da bebida. Um uisquinho a mais, derruba-me.

           Depois, amanhecera chovendo muito. E fazendo muito frio. Muito! Na cidade.



            Lá fora, passei o olho. A névoa tomara conta de tudo. Fechara o tempo. Não se via nada à distância de apenas, metros. Tudo cinzento. E muito bonito.

Pensei: essa a Garanhuns que faltava à cidade. A Garanhuns que se fora, há anos, mas que esse ano promete voltar. Quem sabe? A saudade apertara. E tomara que volte para ficar. Afinal, Garanhuns sem Garanhuns não é Garanhuns.


          E ainda estamos em meados de junho. Mas como será julho? Como?

           Nas ruas e nas avenidas da cidade, conferi, outro dia, homens e mulheres; moças e rapazes, daqui, felizes da vida pela volta da atmosfera do passado. Embora próximo. E, também, por que desentranharam de seus baús, as roupas grosas de lãs caras, conquanto finas de marcas, todos e todas no aguardo das épocas frias da cidade. Que precisa voltar a ser mais Garanhuns.



          Sim, para que todos possam “desembauzar” seus ricos casacos e vestimentas outras, que só têm serventia nessas épocas. No feliz neologismo de Wagner Marques, esse meu amigo - “desembauzar”. Tudo conferindo uma atmosfera europeia à cidade.



           Em fragmentos de "Brisa" do grande Manoel Bandeira. Que estava com a cabeça, pensando mais em Recife, João Pessoa, Natal... Maceió, Aracaju, Salvador... Ele sentencia, para mim, a destempo, por que do Recife não deveria ter saído:
"Vamos viver no Nordeste, Anarina./ No Nordeste faz calor também./ Mas lá tem brisa:/ Vamos viver de brisa, Anarina".
Brisa não basta, Bandeira. Ela vem quente ou morna, como queiram achar. Tem que ser frio. Aquele friozinho que você ia conferir, longe, lá pela Europa.


    Fossem outros os tempos, e estivesse você ainda conosco, estaria a convidá-lo a vir passar esse inverno de 2017 na Suíça Brasileira. Para vê-lo contente. Mais contente que nos seus tempos de Petrópolis. Sim, Petrópolis, e de sua vida, como você conta, consciente. E, por cima, aplaudindo Alan. Que dissera, a propósito, sobre o frio: “Só há uma maneira de resistir ao frio, é de ficar contente com ele”.


             Fossem outros os tempos, Bandeira, e estivesse você ainda conosco... Ah! Bandeira, Garanhuns estaria a te convidar a provar desse friozinho gostoso da terra onde o Nordeste garoa. E, você, Bandeira, dias, aqui, quem sabe não fizesse versos mais tocantes para os apaixonados desta cidade que os do poeta da nossa terrinha: "O céu existe entre Sete Colinas / Garanhuns é de lá".


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