Acordei todo moído... Penso que foi o uísque a mais que
tomei, ontem, com os amigos e amigas. Todos e todas muito felizes. Como em uma
lídima Confraria.
Para quem não sabe, eu não tenho o hábito da bebida. Um
uisquinho a mais, derruba-me.
Depois, amanhecera chovendo muito. E fazendo muito frio.
Muito! Na cidade.
Lá fora, passei o olho. A névoa tomara conta de tudo. Fechara
o tempo. Não se via nada à distância de apenas, metros. Tudo cinzento. E muito
bonito.
Pensei: essa a Garanhuns que faltava à cidade. A Garanhuns
que se fora, há anos, mas que esse ano promete voltar. Quem sabe? A saudade
apertara. E tomara que volte para ficar. Afinal, Garanhuns sem Garanhuns não é
Garanhuns.
E ainda estamos em meados de junho. Mas como será julho?
Como?
Nas ruas e nas avenidas da cidade, conferi, outro dia, homens
e mulheres; moças e rapazes, daqui, felizes da vida pela volta da atmosfera do
passado. Embora próximo. E, também, por que desentranharam de seus baús, as
roupas grosas de lãs caras, conquanto finas de marcas, todos e todas no aguardo
das épocas frias da cidade. Que precisa voltar a ser mais Garanhuns.
Sim, para que todos possam “desembauzar” seus ricos casacos e
vestimentas outras, que só têm serventia nessas épocas. No feliz neologismo de
Wagner Marques, esse meu amigo - “desembauzar”. Tudo conferindo uma atmosfera
europeia à cidade.
Em fragmentos de "Brisa" do grande Manoel Bandeira.
Que estava com a cabeça, pensando mais em Recife, João Pessoa, Natal... Maceió,
Aracaju, Salvador... Ele sentencia, para mim, a destempo, por que do Recife não
deveria ter saído:
"Vamos viver no Nordeste, Anarina./ No Nordeste faz
calor também./ Mas lá tem brisa:/ Vamos viver de brisa, Anarina".
Brisa não basta, Bandeira. Ela vem quente ou morna, como
queiram achar. Tem que ser frio. Aquele friozinho que você ia conferir, longe,
lá pela Europa.
Fossem outros os tempos, e estivesse você ainda conosco,
estaria a convidá-lo a vir passar esse inverno de 2017 na Suíça Brasileira.
Para vê-lo contente. Mais contente que nos seus tempos de Petrópolis. Sim,
Petrópolis, e de sua vida, como você conta, consciente. E, por cima, aplaudindo
Alan. Que dissera, a propósito, sobre o frio: “Só há uma maneira de resistir ao
frio, é de ficar contente com ele”.
Fossem outros os tempos, Bandeira, e estivesse você ainda
conosco... Ah! Bandeira, Garanhuns estaria a te convidar a provar desse
friozinho gostoso da terra onde o Nordeste garoa. E, você, Bandeira, dias,
aqui, quem sabe não fizesse versos mais tocantes para os apaixonados desta cidade
que os do poeta da nossa terrinha: "O céu existe entre Sete Colinas /
Garanhuns é de lá".
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