Segundo Jungmann, houve "apoio
criminoso" de empresas ao movimento, que, afirmou, "irão pagar por
isso". Ele disse que os identificados como responsáveis estão sendo
convocados para prestar depoimento.
"Temos comprovado, seguramente,
que essa paralisação por caminhoneiros autônomos, em parte, teve desde seu
início a promoção e o apoio criminoso de proprietários, patrões de empresas
transportadoras e distribuidoras e podem ter certeza que irão pagar por
isso", declarou.
De acordo com o ministro, mandados de
prisão já foram expedidos, mas ele disse que não sabia informar se tinham sido
cumpridos.
"Identificamos com a maior
clareza movimento criminoso de parte dos senhores proprietários donos de
grandes empresas, que não permitem, não engajam, não liberam os caminhoneiros.
Pelo contrário, lhes dão apoio para permanecer paralisados", afirmou.
Segundo Jungmann, a Polícia
Rodoviária Federal emitiu 400 autos de infração no valor total de R$ 2,03
milhões.
Redes sociais
Para Jungmann, parte dos
caminhoneiros segue nas rodovias porque, embora o governo tenha negociado com o
"sindicalismo tradicional", existe um "movimento paralelo",
nas redes sociais.
Além disso, segundo o ministro, o
movimento de empresários que praticaram o locaute explica o fato de ainda haver
a paralisação.
"Temos não só aqui, também no
mundo todo, o sindicalismo tradicional e a manifestação em rede. O governo
negociou com o sindicalismo tradicional e o fez de boa-fé, até porque trazia
uma série de vantagens consideradas boas para a categoria. Mas, ao mesmo tempo
em que isso acontecia, nas redes sociais, em paralelo, o movimento se
espraiava", declarou.
Bloqueios
Jungmann informou que, até a noite
deste sábado, havia 566 interdições parciais de rodovias no país. Segundo ele,
524 bloqueios tinham sido dissolvidos. "Isso significa que temos número,
praticamente meio a meio, entre aquelas que se encontram interditadas e
liberadas", declarou.
Durante a entrevista, o ministro
divulgou percentuais de liberação das vias em alguns estados:
São Paulo: 97%
Pernambuco: 75%
Distrito Federal: 70%
Rondônia: 69%
Bahia: 64%
Ceará: 62%
"Entre ontem e hoje, o principal
foco da Polícia Rodoviária Federal foi a criação e liberação de corredores de
acessos aos aeroportos e principais centros de abastecimento de
combustível", afirmou o ministro.
Abastecimento
O ministro Sérgio Etchegoyen disse que o acesso aos
principais aeroportos e refinarias e o trânsito em estradas que passam pelos
principais corredores logísticos, como Porto Alegre, São Paulo e Rio de
Janeiro, começaram a se normalizar.
"Chegamos ao fim do dia caminhando bem na direção de
tentar normalizar, num esforço de normalizar o abastecimento", disse
Etchegoyen.
O ministro afirmou que a greve dos caminhoneiros compromete o
Sistema Nacional de Transplantes. “Já perdemos órgãos”, disse. Segundo ele,
alguns hospitais estão com estoque baixo de produtos e insumos básico, como
gás.
Os ministros deram entrevista à imprensa no Palácio do
Planalto após reunião com o presidente da República, Michel Temer, e com outros
ministros integrantes do gabinete de crise que avalia a greve dos caminhoneiros
em todo o país.
Mais cedo, Temer assinou um decreto no qual permitiu ao
governo assumir o controle de caminhões para desobstruir as rodovias.
A medida, chamada de requisição de bens, já havia sido
anunciada pelo governo na sexta-feira (25), mas, segundo o governo, só seria
tomada se houvesse necessidade.
A greve
dos caminhoneiros chegou ao sexto
dia neste sábado. A categoria protesta contra o aumento no preço do óleo
diesel.
Com informações do G1 Caruaru
https://g1.globo.com/politica/noticia/ministro-diz-que-pf-instaurou-37-inqueritos-para-apurar-apoio-criminoso-de-empresas-a-greve-dos-caminhoneiros.ghtml
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