Neste último sábado, 16 de junho de 2018,
data em que Ariano Suassuna completaria 91 anos, o Governo de Pernambuco, por
meio da Secult-PE e da Fundarpe, tornou público o resultado final do 3º Prêmio
Ariano Suassuna de Cultura Popular e Dramaturgia.
Oito grupos e mestres da nossa
cultura popular e 06 textos inéditos de dramaturgos foram reconhecidos e premiados em cerimônia no Palácio do Campo das Princesas, ocorrido na manhã de hoje, quinta-feira (21).
A 3ª edição do Prêmio recebeu um
total de 164 inscrições (101 de dramaturgia e 63 de cultura popular), oriundas
de todas as macrorregiões do Estado. A Presidente da Fundarpe, Márcia Souto,
comentou que “o Prêmio está reconhecendo a contribuição de grupos, mestras
e mestres da nossa cultura, e ainda contribuindo para a resistência das
manifestações e folguedos que eles vêm representando e defendendo ao longo de
suas vidas. No segmento de dramaturgia, o Prêmio tem revelado talentos, novos
autores de textos teatrais da região metropolitana e também do interior, o que
já começa a refletir de maneira positiva na cena do teatro pernambucano”.
O Secretário de Cultura Marcelino
Granja comemorou este momento contextualizando-o em um cenário de muitos avanços
para a cultura e para a arte em Pernambuco. “Somado aos prêmios Hermilo
Borba Filho de Literatura, ao Ayrton de Almeida Carvalho de Preservação do
Patrimônio Cultural, e aos três novíssimos prêmios que estamos lançando – o
Pernalonga de Teatro, o Pernambuco de Fotografia e, agora, o de Circo – podemos
dizer que temos um conjunto forte de iniciativas que reconhecem o trabalho dos
nossos artistas, seus saberes e práticas que só fortalecem a política cultural”,
comenta Marcelino.
COMISSÃO
A seleção das propostas vencedoras na área de Cultura Popular foi realizada por uma comissão formada pelos profissionais Lúcio Enrico Vieira Attia, Edilson Walney Martins, Karla Danielle Santos de Oliveira, Maria do Rosário da Silva e Rafael Moura de Andrade. Na área de Dramaturgia, os pareceristas foram renomados críticos, diretores e dramaturgos contemporâneos do país: o pernambucano Quiercles Santana, o carioca Angelo Turci e o mineiro Daniel Toledo. Todos os integrantes foram selecionados por meio de convocatória pública específica para este fim.
VALORES DA PREMIAÇÃO
Os vencedores da categoria Mestres e Mestras dos Saberes e Fazeres foram contemplados com R$ 10 mil, cada. Na categoria grupo, o valor do prêmio é de R$ 15 mil. Na área de Dramaturgia, o prêmio para o primeiro lugar é de R$ 10 mil; e R$ 7 mil para o segundo colocado.
VENCEDORES NO SEGMENTO CULTURA POPULAR
Caboclinho Carijós do Recife
A Tribo Indígena Carijós do Recife, ou como é mais conhecida
“Caboclinho Carijós do Recife”, foi fundada em 6 de março de 1896, sendo a
tribo de caboclinhos mais antiga de Pernambuco. A agremiação tem como símbolo o
caboclo Carijós, presente no estandarte que traz as cores oficiais do grupo, o
verde e o vermelho, que simbolizam, respectivamente, a mata e a guerra. Há 12
décadas o grupo realiza um trabalho social na Zona Norte do Recife, assim como
oficinas de dança, instrumentos musicais, produção de fantasias e adereços,
entre outros saberes. O aspecto da religiosidade se expressa nos rituais
indígenas da pajelança. A maioria dos mestres e caboclos atuam na Jurema
Sagrada. Já conquistou diversos títulos carnavalescos e, dentre tantas
homenagens já recebidas, destaque para a outorga concedida pela Prefeitura do
Recife durante o Carnaval de 2017.
RMR – MESTRE
Mestre Zé Negão (Camaragibe)
Nascido em Goiana, em 1950, José Manoel dos Santos (Mestre Zé
Negão) tornou-se Griô de tradição oral reconhecido pelo Ministério da Cultura
por seu empenho na transmissão de saberes. Cresceu entre o corte da cana, os
batuques do tambor e as vivências populares das escolas de samba, do cavalo
marinho e do coco de senzala. Este último, um remanescente do batuque do
mestiço, um folguedo criado pelos negros escravizados nos engenhos de cana de
açúcar. Há cerca de 30 anos morando em Camaragibe, Mestre Zé Negão desenvolve
um importante trabalho de preservação da memória e da tradição do Coco de
Senzala na comunidade João Paulo II. Rodas de memórias, oficinas e vivências em
escolas públicas da cidade e na residência do Mestre já formaram diversos
aprendizes que hoje compõem um grupo musical bem estruturado. Em 2014, foi
inaugurado em Camaragibe o espaço comunitário “Canto das Memórias Mestre Zé
Negão”, que passou a ser a base das atividades do grupo, local de preservação e
difusão do Coco de Senzala e de contínua reverência ao Mestre.
AGRESTE – GRUPO
A difusão da literatura de cordel como bem material em âmbito nacional (Caruaru)
Poetas, professores, artesãos e estudiosos da literatura se
reuniram no ano de 2005, em Caruaru, para fundar a Academia Caruaruense de
Literatura de Cordel (ACLC). De lá até aqui, o grupo realiza ações em escolas,
festivais literários como “Arrasta Cordel” e o “O maior cordel do mundo”(2009),
além de programações como “Sábado Cultural” e “Café e Cordel”, com recitais e
cantorias. As atividades permanentes ocupam a Estação Ferroviária de Caruaru,
onde o grupo planeja seus principais eventos: Festival Literário Arrasta
Cordel, Expocordel, Concursos Literários e Oficinas de cordel e xilogravura. O
Prêmio Ariano Suassuna vai contribuir para a manutenção desse proposta maior da
Associação, que é “A difusão da literatura de cordel como bem material em
âmbito nacional”.
AGRESTE – MESTRA
Vera Lúcia de Medeiros | Renda Renascença – Memórias (Poção)
Vera Lúcia de Medeiros nasceu em 10 de setembro de 1958, na
cidade de Poção. Tinha oito anos de idade quando foi morar com sua tia Mestra
Lala, a primeira professora e coordenadora do núcleo produtivo da renda
Renascença em Poção, juntamente com D. Áurea Jatobá, desenhista dos riscos e
comerciante das peças. Fundando nos anos 40, o núcleo atravessa o tempo
formando diversas mulheres rendeiras e perpetuando a tradição da renascença no
Agreste pernambucano. Após a morte de Lala, Vera assumiu o posto de mestra
guardiã da memória de sua tia, sempre repassando informações e imagens para
pesquisadores, jornalistas, crianças, estudantes de designer e demais
interessados na história desta tradição.
ZONA DA MATA – GRUPO
No Passo do Cavalo Marinho Estrela de Ouro (Condado)
Folguedo tradicional de cultura popular e teatro de rua da
Mata Norte pernambucana, o Cavalo Marinho Estrela de Ouro foi fundando em 31 de
julho de 1971 pelo Mestre Biu Alexandre. Hoje, é o único cavalo marinho com
quatro gerações de brincantes envolvidos na agremiação e conta ainda com a
participação constante de Sebastião Pereira de Lima (Seu Martelo), que com 81
anos de idade é o ‘Mateus’ mais idoso em atividade no Brasil. O Prêmio Ariano
Suassuna vai contribuir para a preservação da memória desta expressão popular e
fortalecer as atividades de transmissão de saberes realizadas pelo grupo.
Mestre Ciriaco do Coco (Glória do Goitá)
João Sebastião do Nascimento é o nome de batismo de um mestre
da cultura popular pernambucana nascido no dia 23 de junho de 1928, em Glória
do Goitá. Às vésperas de completar 90 anos de idade, Mestre Ciriaco do Coco
está em plena atividade e comanda o projeto “Casa do Coco Mestre Ciriaco”, um
espaço de preservação da dança e do canto característicos do coco de roda. É lá
que o mestre recebe grupos da terceira idade dos municípios vizinhos e promove
a inclusão cultural deste segmento. A transmissão de saberes do Mestre acontece
com crianças e jovens da comunidade do Sítio Urubu e, claro, com seus filhos e
netos. Quem puxa seu coco de roda atualmente é o Mestre Queno de Alagoinha,
filho de Ciriaco, que aprendeu com o pai a cantar.
SERTÃO – GRUPO
Grupo de Coco Tebei de Cultura Popular de Tacaratu
Surgido na zona rural de Tacaratu, mais especificamente no
povoado Olho D’água do Bruno, o Coco Tebei nasceu em meio aos mutirões que os
habitantes da localidade realizavam para construir casas de barro. Durante o
acabamento do piso, virou costume os moradores se dividirem em casais e pisarem
forte no chão, ao som de um batuque, e cantarem músicas que surgiam durante a
lida na roça. Mesmo com a chegada das casas de alvenaria, a tradição do coco
tebei permanece em Tacaratu, é repassada aos estudantes, tema de projetos
desenvolvidos em sala de aula e atração certa nos festejos da região.
SERTÃO – MESTRA
Maria Dulce de Lima Pessoa (Tabira)
Após se aposentar como professora, Maria Dulce de Lima
Pessoa, natural de Tabira, tornou-se militante e entusiasta da poesia dos
cantadores de viola, do repente e do cordel. Em 1994, ajudou a fundar a
Associação dos Poetas e Prosadores de Tabira, entidade responsável pela
realização de diversas manifestações literárias na região, como a Missa do
Poeta e a Mesa de Glosas. Atualmente, comanda um programa de rádio semanal
dedicado às tradições do Pajeú, facilita oficinas de poesia popular e crônicas
poéticas, e promove passeios poéticos, cafés literários, recitais em feiras
públicas e outros eventos do gênero que ajuda a preservar no sertão
pernambucano.
VENCEDORES NO SEGMENTO DRAMATURGIA
CATEGORIA TEATRO ADULTO
1º lugar
Texto: Terminal
Autor: Rodrigo Dourado, natural do Recife. Professor da UFPE. Dramaturgo, diretor e ator, além de pesquisador especializado na área. Integrante do Grupo de Teatro de Fronteira.
Texto: Terminal
Autor: Rodrigo Dourado, natural do Recife. Professor da UFPE. Dramaturgo, diretor e ator, além de pesquisador especializado na área. Integrante do Grupo de Teatro de Fronteira.
CATEGORIA TEATRO PARA INFÂNCIA
1º lugar
Texto: Tempo de Flor
Autor: Alexsandro Souto Maior, de Olinda. Além de ator e compositor, é escritor, organizador e curador de evento literário, produtor cultural e diretor de teatro. Tem experiência na área de Letras.
Texto: Tempo de Flor
Autor: Alexsandro Souto Maior, de Olinda. Além de ator e compositor, é escritor, organizador e curador de evento literário, produtor cultural e diretor de teatro. Tem experiência na área de Letras.
2º lugar
Texto: Recital para revoar
Texto: Recital para revoar
Autor: Djaelton Quirino, de Arcoverde. Ator, palhaço, pesquisador, dramaturgo e diretor do Grupo de Teatro de Retalhos. Também com experiência em audiovisual.
1º lugar
Texto: Mariolengo
Autor: Alex Apolonio Soares, de Garanhuns. Ator, bonequeiro e dramaturgo. Já foi vencedor da 1ª edição do Prêmio Ariano Suassuna.
2º lugar
Texto: Do barro se fez amor
Autor: Anderson Leite, do Recife. Encenador, ator e dramaturgo. Integrante do Grupo São Gens de Teatro e da Delfos Produções.
SERVIÇO
SOLENIDADE DE ENTREGA DO 3º PRÊMIO ARIANO SUASSUNA DE CULTURA
POPULAR E DRAMATURGIA E DA ASSINATURA DO DECRETO INSTITUINDO O PRÊMIO PALHAÇO
CASCUDO DE INCENTIVO ÀS ARTES CIRCENSES
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