sábado, 28 de julho de 2018

OUTRA HISTÓRIA DE GARANHUNS; RURAL





- Eu tenho uma passagem em minha época de adolescente bem interessante!
- Hoje onde funciona a G. Araújo, antigamente funcionava um café e também ponto de ônibus. Neste comércio, todos os dias à noite, personalidades de destaque da sociedade local, encontravam-se e discutiam os mais diversos assuntos: de religião à política.

- Quem quisesse ser notado com uma roupa nova, um sapato novo, um carro, ou qualquer coisa que servisse de combustível para as havidas, frenéticas e nervosas línguas, era só passar em frente ao aludido.
- Certa feita, o Sr. João Anselmo (proprietário da conceituada Sapataria Imperial) comprou uma Rural zerinho.

- Paulo o seu filho pediu-lhe para passear com alguns amigos e ele como patriarca, frequentador do café, sabendo que o seu filho passaria por lá para ser visto; imediatamente liberou e em seguida desceu para junto dos amigos. Ficou ansioso, na expectativa que o seu filho aparecesse com o seu carro zero, porque quando assim acontecesse ele orgulhosamente diria: “COMPREI ESTE”.

- Ledo engano. Não sabia ele que as amizades e companhias do seu filho, não eram extraídas de seminários, conventos ou mosteiros.

- De posse do carro, Paulo foi direto lá em casa e depois na casa de Marcos Freitas (o gago) filho do Sr. Anízio (proprietário da Casa de Louças São Paulo). Juntos, esse trio que não era muito fácil, foi direto para Rua São Francisco (a zona) conhecidíssima nesta época em nossa cidade e de péssimo conceito.

- Escolhemos as cinco mulheres mais bonitas das boates: “Califórnia”, “Pedregal”, “Lipú” e a atendente do Bar do Benedito. Cada uma com a roupa mais esdrúxula que a outra, entramos todos na rural e fomos passear.
- Como o diabo é sujo e só espera uma oportunidade: tudo transcorria normalmente... entramos na Av. Santo Antônio que até então era calçamento, ainda não tinha asfalto; portanto sacudia muito dentro do carro. Além de que os carros desta fase não tinham a tecnologia dos atuais e o pior: “Paulo era um péssimo motorista”. Então, em frente à Sorveteria Glória (de Abel) essa rural estancou e encharcou. Não quis mais pegar de jeito nenhum.

- Conclusão? Fomos todos obrigados a descer e empurrar a rural até uma ladeira.

- Detalhe que eu não posso omitir? A sorveteria era quase vizinha ao café; quando o carro entrou na avenida, pela ansiedade de mostrar, o Sr. João chamou a atenção dos participantes das palestras para que vissem o seu carro novo com o seu filho dirigindo; neste momento todos descemos exceto Paulo que foi ao volante: 05 mulheres fantasiadas, desarrumadas, seminuas e dois maloqueiros de marca maior a empurrar este carro até a Rua D. José, que para quem não conhece é quase uma quadra depois.

- Ponderem apenas a cena vexatória que o Sr. João foi exposto nessa noite e o motivo para os fuxiqueiros se deleitarem por mais de trinta dias.

- Como essa, existem mais um cem número de histórias surreal dessa Garanhuns de outrora.

Fiquem todos com Deus.


José Carlos Souza Santos



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