(Adriano Machado/Reuters)
Entre ministro e 27 assessores anunciados, não consta nome de
nenhuma mulher; futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni comandará os
trabalhos em Brasília
Ontem, segunda-feira 5, foi anunciada oficialmente a lista de
28 nomes que vão compor, no primeiro momento, o gabinete de transição da gestão
do presidente Michel Temer (MDB) para o governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).
A lista inclui quatro dos cinco ministros já anunciados. O futuro chefe da
Casa Civil, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS),
assumiu o posto de ministro extraordinário da transição.
Além dele, passam a trabalhar desde já outros três futuros
integrantes da Esplanada:
general Augusto Heleno (Defesa), Paulo Guedes
(Economia) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia).
Indicado para a pasta de
Justiça e Segurança Pública, o juiz federal Sergio Moro não faz parte da lista.
Ele tirou férias para se juntar ao grupo em Brasília, mas só vai se exonerar da
magistratura em dezembro.
Na lista, publicada em edição extra do Diário Oficial de
União, estão economistas que comporão a equipe de Guedes, assessores militares
ligados a Augusto Heleno e alguns políticos, como o ex-presidente do PSL
Gustavo Bebianno, advogado ligado a Bolsonaro e cotado para assumir uma pasta.
Outro integrante do partido, o deputado federal eleito Julian
Lemos (PSL-PB), é alvo de controvérsias, uma vez que foi condenado por
estelionato em 2011 em virtude de um contrato assinado com o governo da
Paraíba, como
informa o Radar. Até o momento, nenhuma mulher foi indicada.
Veja abaixo a lista completa com os perfis, currículos e
salários dos nomes indicados para compor a transição do governo Bolsonaro. O
presidente eleito dispõe de até cinquenta vagas, sendo que Lorenzoni é uma
posição adicional e os que se colocaram de forma voluntária também não são
contabilizados.
Ministros
Onyx Lorenzoni – Ministro extraordinário da transição e
futuro ministro-chefe da Casa Civil
Salário: 16.215,22 reais (nível VI) que não receberá, pois
não pode acumular com vencimentos de deputado federal. Deputado estadual pelo Rio Grande do Sul entre 1995 e 2003 e
deputado federal desde 2003, reeleito para assumir mais um mandato em
fevereiro. Foi duas vezes candidato a prefeito de Porto Alegre, em 2004 e 2008,
ficando em terceiro e quinto lugar respectivamente. Relatou, na Câmara, o
pacote de projetos conhecido como “10 medidas contra a corrupção”. Em 2017, foi
delatado por executivos da JBS sob a acusação de caixa 2. Ele admitiu não ter
declarado o valor recebido, mas diz que este foi inferior aos 200.000 reais que
o executivo Ricardo Saud, da empresa, afirmou ter pago em sua colaboração com a
Justiça.
Augusto Heleno Ribeiro Pereira – Futuro ministro da Defesa
Salário: 16.215,22 reais (nível VI), General da reserva do Exército Brasileiro, obteve destaque ao
exercer as posições de comandante militar na Amazônia e também comandante da
missão de paz da ONU para a pacificação do Haiti. Augusto Heleno atuou, também,
como diretor do Comitê Olímpico Brasileiro (COB)
Marcos Pontes – Futuro ministro da Ciência e Tecnologia
Salário: 13.036,74 reais (nível V) É tenente-coronel da reserva da Força Aérea Brasileira (FAB),
sendo graduado em Engenharia Aeronáutica pelo Instituto Tecnológico da
Aeronáutica (ITA). Ficou famoso por ter sido o primeiro brasileiro a ser
astronauta e ir para o espaço integrando uma missão da Nasa. Em 2014, concorreu
a deputado federal pelo PSB, mas não obteve sucesso. Neste ano, filiado ao PSL,
foi eleito suplente do futuro senador Major Olímpio (PSL-SP).
Paulo Guedes – Futuro ministro da Economia (fusão das pastas
da Fazenda, do Planejamento e da Indústria)
Salário: 16.215,22 reais (nível VI) Economista, com mestrado e PhD pela Universidade de Chicago
(EUA), foi professor da PUC-Rio e da FGV, fundador e diretor de empresas, como
o Banco Pactual, atual BTG Pactual.
Nível VI
Salário: 16.215,22 reais- Gustavo Bebianno – Advogado que atuava em um grande
escritório de advocacia do Rio de Janeiro, Bebianno se aproximou de Bolsonaro e
se tornou um personagem político nacional a medida em o presidente eleito
ascendia. Foi ele quem articulou a filiação do capitão da reserva ao PSL,
tornando-se presidente interino do partido durante o período eleitoral. É visto
como alguém bastante próximo a Bolsonaro, cotado para ser ministro:
inicialmente, foi cogitado para assumir a pasta da Justiça, que ficou com Moro,
e agora é citado para ser ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência.
Nível V
Salário: 13.036,74 reais
Julian Lemos – Braço-direito de Bebianno, o empresário
Guilliem Charles Bezerra Lemos, conhecido como Julian Lemos, é vice-presidente
nacional do PSL e deputado federal eleito pela Paraíba. Ele diminuiu a sua
participação ao longo da campanha depois que vieram a públicos notícias de que
foi condenado por estelionato e alvo três vezes da Lei Maria da Penha, por
suspeitas de agressão contra a irmã e a ex-mulher.
Arthur Weintraub – Graduado em Direito, mestre e doutor
em Direito Previdenciário pela USP, onde foi professor. Atualmente leciona na
Unifesp.
Abraham Weintraub – Graduado em Economia pela USP e
mestre em Administração pela FGV. Professor da Unifesp.
Nível IV
Salário: 9.926,60 reais
Paulo Uebel – Graduado em Direito pela PUC-RS e mestre
em Administração Pública pela Universidade de Columbia (EUA). Foi secretário
municipal de Gestão de São Paulo na administração do ex-prefeito João Doria
(PSDB).
Marcos Aurélio Carvalho – Empresário
Luciano Irineu de Castro Filho – Militar da reserva da
Aeronáutica, mestre e doutor pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada
(Impa).
Eduardo Chaves Vieira – Militar da reserva, é engenheiro
químico e doutor pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. Atuou como
inspetor da ONU durante a Guerra do Iraque, em 2003.
Roberto da Cunha Castello Branco – Doutor em Economia e
diretor da FGV
Luiz Tadeu Vilella Blum – Coronel da reserva do Corpo de
Bombeiros Militar do Rio de Janeiro.
Carlos von Doellinger – Doutor em Economia pela UFRJ,
ex-secretário de Finanças do Rio de Janeiro, ex-presidente do Banerj
Bruno Eustáquio Ferreira Castro de Carvalho – Doutor em
Engenharia Civil, diretor do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do
governo federal e trabalhou nos ministérios do Meio Ambiente e da Integração
Nacional.
Sérgio Augusto de Queiroz – Mestre em Filosofia pela
UFPB e procurador da Fazenda Nacional
Antônio Flávio Testa – Doutor em Sociologia pela UnB,
onde é pesquisador, e cientista político
Carlos Alexandre Jorge da Costa – Mestre em Economia
pela Universidade da Califórnia (EUA) e ex-diretor do BNDES
Waldemar Gonçalves Júnior – Tenente-coronel da reserva
do Exército
Jonathas Assunção – Mestre em Economia pela USP e
diretor do Plano de Parcerias e Investimentos (PPI) do governo federal
Ismael Nobre – Biólogo, com doutorado em Recursos
Naturais pela Universidade do Colorado (EUA). Consultor na área de
desenvolvimento sustentável.
Voluntários
Marcos Cintra – Doutor em Economia e professor da
FGV-SP. Cintra, que é ex-deputado federal e próximo do futuro ministro Paulo
Guedes (Economia), se envolveu recentemente em uma controvérsia com Bolsonaro,
por ter defendido em um artigo publicado a adoção de um imposto sobre as
movimentações financeiras, aos moldes da antiga Contribuição Provisória sobre
Movimentações Financeiras (CPMF), rejeitada pelo presidente eleito. Em
entrevista à TV Bandeirantes, Bolsonaro chegou a insinuar que pode dispensá-lo
em caso de novas divergências públicas com o governo.
Alexandre Ywata de Carvalho – Doutor em Estatística e
pesquisador do Ipea
Adolfo Sachsida – Doutor em Economia e pesquisador do
Ipea, Sachsida foi um dos primeiros economistas citados como fiadores da
conversão do ex-estatista Jair Bolsonaro ao liberalismo. Acabou ficando em
segundo plano, abaixo de Paulo Guedes, mas seguiu na equipe em torno do capitão
da reserva. Em 2016, ele era cotado para ser assessor especial do então
ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM). Acabou ficando de fora, no entanto,
depois que veio à público a sua defesa enfática do controverso projeto Escola
Sem Partido
Paulo Tatim dos Santos – Assessor do ministro Onyx
Lorenzoni
Waldery Rodrigues Júnior – Doutor em Economia e servidor
do Senado
https://veja.abril.com.br/politica/grupo-de-transicao-de-bolsonaro-tera-economistas-militares-e-condenado/
INTEGRANDO NOTICIAS
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BRASÍLIA — Uma coronel do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal é a primeira mulher nomeada para o grupo de transição do presidente eleito Jair Bolsonaro. Márcia Amarílio da Cunha Silva já participa das reuniões no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde se reúne a equipe, e sua nomeação deve ser publicada nos próximos dias.
Márcia Silva é assessora parlamentar do Conselho de Corpos de Bombeiros. Ela é especialista em segurança pública e chegou ao time de Bolsonaro por meio de um grupo formado por generais da reserva, comandado por Augusto Heleno, indicado como ministro da Defesa
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