Baile Perfumado deu início ao novo momento de efervescência da produção genuinamente pernambucana
Foto: Divulgação
Pernambuco sempre foi um forte polo de produção cultural. Música, artes plásticas e festas populares são famosas em todo o Brasil pela originalidade. O nosso Estado também se mostra produtivo quando o assunto é fazer cinema. Na década de 20, o chamado Ciclo do Recife resultou em 13 longas-metragens. Já em 1970, o super-8 estava em alta, e no Estado foram lançados cerca de 150 longas nesse formato. Após alguns anos de péssima fase em todo o País, o cinema retomou o fôlego e a representatividade no início dos anos 1990. Foi também nesta época que os pernambucanos Paulo Caldas e Lírio Ferreira filmaram Baile Perfumado (1997), dando início ao novo momento de efervescência da produção genuinamente pernambucana.
Paulo e Lírio faziam parte de uma turma de estudantes de jornalismo que, em vez de almejarem o dia a dia das redações, queriam mesmo era produzir e estudar filmes. Essa, aliás, era uma realidade bastante comum entre os estudantes de Comunicação Social, e a procura por uma graduação específica na área já resultou na criação de cursos em universidades públicas e em faculdades particulares – cinema, na Universidade Federal de Pernambuco; cinema digital, na Faculdade Maurício de Nassau; e de Animação, na Aeso.
Paulo e Lírio faziam parte de uma turma de estudantes de jornalismo que, em vez de almejarem o dia a dia das redações, queriam mesmo era produzir e estudar filmes. Essa, aliás, era uma realidade bastante comum entre os estudantes de Comunicação Social, e a procura por uma graduação específica na área já resultou na criação de cursos em universidades públicas e em faculdades particulares – cinema, na Universidade Federal de Pernambuco; cinema digital, na Faculdade Maurício de Nassau; e de Animação, na Aeso.
É necessário não perder de vista questões cruciais como a importância do talento e a existência de obstáculos principalmente econômicos
A demanda de cursos dessa natureza surgiu impulsionada também por vários exemplos recentes de sucesso da produção cinematográfica pernambucana. A nova geração vem levando o cinema brasileiro mundo a fora. Em 2008, o cineasta Bruno Bezerra, que utiliza o pseudônimo de Tião, foi premiado no prestigiado festival de Cannes, na França, com seu curta-metragem Muro. Gabriel Mascaro, que já participou de diversos festivais internacionais com filmes como KFZ e Um lugar ao Sol, tem trazido um novo ponto de vista no que diz respeito aos filmes documentais. Há ainda outros nomes como Daniel Bandeira, Luiz Joaquim e veteranos como Kleber Mendonça Filho e Erick Lawrence.
Mais uma prova do bom momento do cinema pernambucano é o prestígio que vem ganhando o Cine PE, festival nacional que acontece no Recife e chegou à 14ª edição este ano. Com o maior público do País, o festival já reuniu 300 mil pessoas até hoje, sendo que, apenas em 2010, foram 30 mil pessoas a comparecerem ao Teatro Guararapes, onde o evento acontece. Com espaço para oficinas, apresentação de longas e curtas metragens, o Cine PE vem sendo uma boa oportunidade para os pernambucanos que querem ingressar no circuito.
Entretanto, com todo o encantamento e todas as novas possibilidades que o cinema moderno traz, é necessário não perder de vista questões cruciais como a importância do talento e a existência de obstáculos principalmente econômicos. O mercado, apesar de bem movimentado, também é bastante disputado e traz poucas possibilidades. Produtoras são caminhos rentáveis, mas depender de editais é um dos aspectos mais difíceis na produção cinematográfica. Se a economia do País vai mal, logo diminuem os subsídios para produtos culturais como os filmes. Portanto, quem se interessa pela área precisa ter não só interesse e talento, mas também bastante perseverança e espírito empreendedor para garantir um bom lugar no mercado.
Mais uma prova do bom momento do cinema pernambucano é o prestígio que vem ganhando o Cine PE, festival nacional que acontece no Recife e chegou à 14ª edição este ano. Com o maior público do País, o festival já reuniu 300 mil pessoas até hoje, sendo que, apenas em 2010, foram 30 mil pessoas a comparecerem ao Teatro Guararapes, onde o evento acontece. Com espaço para oficinas, apresentação de longas e curtas metragens, o Cine PE vem sendo uma boa oportunidade para os pernambucanos que querem ingressar no circuito.
Entretanto, com todo o encantamento e todas as novas possibilidades que o cinema moderno traz, é necessário não perder de vista questões cruciais como a importância do talento e a existência de obstáculos principalmente econômicos. O mercado, apesar de bem movimentado, também é bastante disputado e traz poucas possibilidades. Produtoras são caminhos rentáveis, mas depender de editais é um dos aspectos mais difíceis na produção cinematográfica. Se a economia do País vai mal, logo diminuem os subsídios para produtos culturais como os filmes. Portanto, quem se interessa pela área precisa ter não só interesse e talento, mas também bastante perseverança e espírito empreendedor para garantir um bom lugar no mercado.
Por Sílvia Gusmão
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