O G8 (grupo dos países mais ricos e Rússia) saudou neste sábado os esforços diplomáticos empreendidos por Brasil e Turquia junto ao Irã, mas denunciou a "falta de transparência" do programa nuclear iraniano.
"Saudamos e respeitamos os esforços diplomáticos, entre eles os realizados recentemente por Brasil e Turquia sobre a questão específica do reator de pesquisas de Teerã", diz o documento final da cúpula do G8 no Canadá.
Apesar disso, os líderes mundiais insistiram, no comunicado, em que o Irã se disponha a um "diálogo transparente" sobre suas atividades nucleares, e em obediência ao "estado de direito" e à "liberdade de expressão".
"Nosso objetivo é persuadir os dirigentes iranianos a se comprometerem num diálogo transparente sobre as atividades de seu país, dentro de um pleno respeito às obrigações internacionais", assinalaram os dirigentes de Estados Unidos, Rússia, Japão, Canadá, França, Grã-Bretanha, Itália e Alemanha.
O G8 também condenou o ataque da Coreia do Norte a um navio sul-coreano. O país afundou a corveta sul-coreana Cheonan, em 26 de março, o que culminou na morte de 46 pessoas. Pyongyang nega a responsabilidade pelo incidente, apesar de uma investigação ter demonstrado o contrário.
Os líderes dos oito países mais industrializados também advertiram hoje que a recuperação da economia ainda está "frágil" e que a crise econômica comprometeu os objetivos de desenvolvimento do milênio das Nações Unidas.
O G8 se reuniu na cidade de Huntsville, no Estado de Ontário, ontem e hoje. O grupo maior do G20 ( 20 países mais ricos do mundo) terá conferências no sábado e no domingo (27), em Toronto.
G20
As estratégias adotadas pelas economias europeias para enfrentar suas crises de deficit e dívida pública deverão dominar as discussões na reunião de cúpula do G20 que começa neste sábado em Toronto, no Canadá, e revelar uma divisão entre os países do grupo.
Enquanto muitos países europeus defendem as medidas de austeridade implementadas recentemente para colocar suas contas públicas em ordem, os Estados Unidos e outras economias, como o Brasil, já manifestaram preocupação de que a retirada muito rápida dos programas de estímulo possa colocar em risco a recuperação mundial.
Folha de São Paulo