terça-feira, 23 de abril de 2013

CARTA ABERTA AO POVO DE GARANHUNS


Meu primeiro exílio foi de Bom Conselho à Garanhuns. A distância de Garanhuns para Bom Conselho era uma distância de ir para a Europa, nesse tempo quando eu tinha 3 anos, há muitos anos atrás. Esse exílio foi graças à ousadia de um pequeno homem que naquele tempo era vereador - o tempo que os vereadores não ganhavam um tostão fazia o seu trabalho pelo amor a sua cidade e meio patriótico Esse homem, grande homem, vereador de Bom Conselho nos anos 50 teve que deixar Bom Conselho para não ser morto por fazer oposição ao coronelismo. Queimaram a pequena gráfica em que o meu pai fazia o seu Jornal e alguns serviços que era o nosso pão de cada dia. Queimaram, ameaçaram matar o meu pai, atiraram nos pés dele para que ele largasse o microfone...Saímos de Bom Conselho as carreiras para não matarem o meu pai, meu primeiro exílio!

Isso nos anos 50 do Brasil. Nos anos 70 já não eram os coronéis que tapavam a boca do povo com tiros, nos anos 70 foi o onipotente exército que entrava nas casas, nas escolas, nas Universidades, na vida do indivíduo e declarava à caça aos comunistas, numa caça medieval e arbitrária sem o indivíduo ter direito sequer de defesa. Essa foi a era da Ditadura Militar, 20 anos de massacre legítimo em nome da defesa do País contra o comunismo! Se fez a historia bárbara. O medo, as paranóias o olhar as voltas para correr dos dedos duros, toda essa história negra do nosso país, Brasil que te quero Brasil, vivida por minha geração, hoje contada nos livros e cantada nas músicas de Chico: ...?acorda amor...chama o ladrão, chama o ladrão!!!...

Hoje nos recantos da garoa, os que dizem terra das flores, em Garanhuns dos guarás, o espetáculo dos coronéis políticos (?...quem está contra mim vai comer o pão que o diabo amassou!) em plena Globo, à cores, repete a mesma história dos coronéis dos anos 50, da Ditadura dos anos 64 e à cores, ao vivo perseguem à modelo bem à Tio San, hoje, 2013, a bruxa, a Geni, aquela que o povo em delírio e ódio quer se vingar e bem a estilo do Afeganistão atirar pedras até a Geni morrer! Essa é a Garanhuns da garoa e das flores, buscam a todo custo sem direito à defesa, a bruxa para ser decapitada à cores e nas telas da Globo, em nome do combate a corrupção (será?!!!!será??!!!!) mostrar o herói, o delegado dos filmes de Cowboy, a entrega daquela que a cidade condenou. Lembram das imagens dos comunistas mortos a tiros nessa mesma Globo?

Numa das andadas entre as pequenas cidades da idade média da região Toscana da Itália, essa semana, chegamos a uma cidadezinha que ainda mantem o museu da tortura e a lâmina que decapitou os muitos que foram contra a igreja. Isso na praça hoje é um ponto turístico Vendo o espetáculo com o povo delirando na decapitação do indivíduo condenado pela igreja associei com a Garanhuns de hoje que a justiça(!?) em nome do combate a corrupção (será?Sera????) quer a cabeça da atual bruxa de Garanhuns, Emília!

A história se repete porque o sentimento do ser humano continua como era na idade média, é só delírio de vingança perante a Globo a cores, naquela de ?quero mais,? ?quero mais? ?prende prende e cospe na Geni?.E a Globo, como nos tempos da ditadura só necessita de audiencia e está sempre presente e com as ditaduras. Garanhuns repete os anos 50 de Bom Conselho os anos 64 à 84 da Ditadura Militar em nome do combate à corrupção(!?será, será????Quem está pagando?)

Ah, Garanhuns, te vi na idade média igualzinha a cidade da tortura da Itália que hoje é só museu, o pior é que tu és o presente na tortura ditatorial da nova ordem do poder no Brasil da ”lei”!

Nos países de primeiro mundo o cidadão só é condenado quando se tem 200% de provas, além do mais mesmo sendo condenado pela lei, essa mesma lei defende o direito assegurado pela lei que a defesa e o sigilo da identidade do indivíduo condenado. Jornal nenhum pode publicar nome ou fotos do indivíduo. Isso é em país civilizado! No Brasil a Globo e os jornais publicam toda a identidade do indivíduo acompanhado até do gato ou cachorro que o indivíduo tem e isso no espetáculo à cores bem à idade média para o público delirar, do indivíduo. Foi o Brasil da Ditadura, é o mesmo Brasil de hoje!

Garanhuns, hoje estou vivendo a história da idade média, meu tempo de criança com o meu pai sofrendo ameaças dos coronéis, o período da Ditadura Militar, tudo isso junto diante desse espetáculo grotesco, negro, bem à ditadura militar, em pleno 2013! Tudo parece mentira, como as mentiras da Globo, mas é a verdade da Globo e da nova ditadura! Hoje Garanhuns está entre o delírio dos que querem de vingar de Emília ao medo dos que viveram a ditadura militar ao sofrimento cruel das família com um povo sem memória, num processo perplexo e de panico que a ”justica” está espalhando como garoa na cidade das flores, o mesmo panico que a Ditadura espalhou 20 anos nesse Brasil também confuso em termos de democracia e direitos .

Hoje declaro minha solidariedade de mulher a grande mulher que é Emília e com o meus irmãos e a família que está sofrendo, estou sofrendo com eles sem medo de sofrer junto à eles!

Garanhuns, acorda para o tempo de verdadeira justiça o tempo de hoje 2013, saiam da era medieval, do atirar de pedras, o cuspir na Geni, do espetáculo da Globo e dos heróis da ? justiça? (será? será?)!

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