sábado, 18 de maio de 2013

MULHERES DE GARANHUNS SÃO CITADAS NO BLOG DA Dra ANNA CECÍLIA - DIGAASNOVAS


Respeitinho!


E então, apesar de já estarmos na metade de maio, parece-me que o inverno veio passar a primavera em Portugal. Anda a nevar na Guarda, em Trás-os-Montes e no Minho. Cá nas Beiras, estamos em alerta amarelo: as ressacas atingem a costa portuguesa e o Atlântico norte esborra-se sobre as praias, que a esta altura já deveriam ser domínio dos banhistas. Os espanhóis ja chegaram. Diferente do ano passado, devem ter guardado um dinheirinho para uns passeios pela Península Ibérica. Ou  o dinherinho só deve ter dado para bater pernas por estas calçadas mais próximas. Na Espanha, a coisa anda muito feia. Cá, vamos levando para o último mês de residência. E tenho percebido que me acostumei com muita coisa. Como diriâ a patroa das Empreguetes, da novela Cheias de Charme, essa "vivência de Europa" redimensiona o nosso olhar sobre a vida. É por isso que quando vejo professores e acadêmicos enfrentando os processos seletivos do Ciencias sem Fronteiras, dou graças a Deus. Quanto mais pessoas tiverem essa experiência que estamos concluindo, maior a percepção crítica diante da conjuntura social. Concordo com o companheiro Sidclay, professor pernambucano que cursa Doutoramento no Canadá quando ele diz que há muita coisa simples que pode ser feita e que melhora a vida coletiva exponencialmente. Outro dia, Mayda compartilhou um vídeo da entrada dos utentes no metro de Camaragibe (Pernambuco). Sabe a corrida dos touros de Pamplona? Pronto. Troquem os bovinos pela gente destrambelhada da RMR e tens ai o resultado. Não há motivos para tanta correria, pois o trem demora-se um pouco para arrancar da estação. É só má educação mesmo. Da mesma maneira portam-se nas ruas, nas escolas. Falta muito em educação, sobretudo em educação doméstica. Desculpa, por favor, com licença e obrigada, como diz na musiquinha da Xuxa, não mata ninguém. E acostuma-se com isso, é só necessário um pouco de exercício. O respeito pelo outro e por si próprio é uma virtude (cada vez mais escassa) mas que pode se tornar num hábito.

Então, a falar em respeito, indignei-me hoje pela manhã ao aceder ao Facebook e ler comentários preconceituosos de  meus conterraneos em uma fotografia da equipa de enfermagem do SAMU de Garanhuns. A foto é essa ai:
Essas jovens são enfermeiras do SAMU, recem inaugurado em Garanhuns. Em Portugal, seria o INEM. Há muito tempo que a cidade carecia desse tipo de atendimento de emergência, que recaia sobre o Corpo de Bombeiros, que no Brasil, é uma guarnição militar. Contudo, apesar de toda boa vontade que os moços dos Bombeiros tinham em atender as emergências médicas, não é essa a sua atribuição. O SAMU é uma brigada especializada em primeiros socorros, cuja infra estrutura inicial é financiada pelo Governo Federal e mantida pelo poder municipal. Como já disse, o trabalho da equipa que funciona durante 24 horas é atender urgências de saúde, contanto com profissionais especializados para isso, situação que oferecem uma sobrevida considerável a vítima de um sinistro qualquer. Um serviço essencial e um trabalho necessário, de profissionais altamente qualificados. O SAMU não é para qualquer um.
 
Pois, essa fotografia foi alvo de comentários altamente preconceituosos. Uns fulanos referiram-se a beleza das jovens, outros duvidavam de sua competência justamente por esse fator. Como é possível ser tão leviano ao destilar o lixo interno na rede, quando o serviço da equipa ainda nem começou? Entre esses e outros preconceitos, as Dras. Enfas. certamente farão um excelente trabalho. Até porque, já somos 65% da força de trabalho do Brasil. Conseguimos este feito, pois temos mais tempo de estudo, haja vista que 75% dos estudantes de nível superior são mulheres. Somos professoras com alta qualificação, médicas, juizas, promotoras, delegadas, enfermeiras, cantoras, engenheiras, pesquisadoras,  atrizes, empresárias, arquitetas, advogadas, contadoras, motoristas, pintoras, gestoras, e até, pastoras. E somos mães com o firme propósito de criar homens e mulheres para uma sociedade que tenham mais respeito pela pessoa.
 
Quem é de Garanhuns deve lembrar antes de abrir a boca para falar mais asneira de profissionais como Eliane Vilar, Josevalda Cavalcanti, Débora Bandeira, D. Rosa,  Luzinete Laporte, Carla Fabíola, Marinalva Almeida, Neide Ferreira, Selma Melo, Cláudia Motorista, e as que já se foram a exemplo de Ana Nery, Sylvia Galvão, D. Jura e Ivonita Guerra, como mais um milhão de anônimas que trabalham honestamente, todos os dias, construindo essa cidade. Não é preciso ser nascida em Garanhuns para ser uma mulher de Simoa Gomes (mais uma mulher!), e, como tal exigimos mais respeito. Ou como diriam os portugueses: respeitinho, ó pá!
 
Té manhã, fiquem com Deus.       



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