sexta-feira, 22 de novembro de 2013

GIVALDO CALADO FALA DE SEU PARTIDO POLITICO

Nesta semana inúmeros amigos me procuraram, propondo-me falar um pouco do que teria acontecido com o meu partido, em Garanhuns, nas últimas eleições. Disse, no primeiro momento, que estava querendo esquecer daqueles episódios, que os classifiquei os mais traumáticos de minha vida de homem público. Mas comecei, no entanto, a falar, quem sabe até para que a história dessa cidade seja contada como realmente aconteceu. E disse, dente outras, o seguinte:

Formamos e instalamos o PSB em Garanhuns sob a promessa de que teríamos autonomia para conduzir os destinos do pleito passado. Ou seja: das eleições de outubro de 2012. Para isso combinamos: não vamos falar em sucessão neste ano de 2011.

Vamos discutir Garanhuns durante todo o ano, e quando chegar em 2012, nós abriremos o debate com vista as eleições de outubro.

Nunca se viu, em Garanhuns, um exercício politico tão bonito. Fomos, no entanto, traídos.

Quando a gente menos espera, chega a Garanhuns alguém que se dizia a mando do presidente nacional do partido e governador do estado, dizendo-se candidato a prefeito de nossa cidade como se isso fosse possível fazer numa cidade como Garanhuns. Que é livre. Que é insubmissa. Que é insubjugável. E mais: falando mal das famílias de Garanhuns. De suas instituições. Dos seus profissionais da saúde. De seus homens públicos. Dizendo, ainda, que fazia e acontecia com os nossos conterrâneos o que bem entendesse porque sabia de suas vidas. Até de suas intimidades. Que era a grande inteligência. O mais preparado. Enfim, um verdadeiro rosário de atrocidades. Verdadeira esquizofrenia. Que não devia estar participando de qualquer convivência civilizada.

Garanhuns reagiu. E o fez, energicamente.

O resultado de tudo aquilo todos conhecemos. E não ouvimos nenhuma desaprovação por parte do comando de meu partido, apesar da missiva que, humilde, mas, firmemente, encaminhei ao seu presidente nacional e governador do estado.

A resposta que tive. Que tivemos, enquanto garanhuenses, foi por parte de preposto de meu partido: “Está resolvido! E ponto final!”.

O que é isso? Perguntei aos amigos. Para mim, tudo. Menos política na sua acepção maior. A política que eu sempre fiz. E faço. Durante toda minha vida. Com respeito. Com decência. Mas com coragem. Ouvindo os companheiros. Pensando, inclusive, nas palavras de Clarice Lispector, lembrando-me do dia em que Miguel Arraes de Alencar abonou a minha ficha ao PSB: “saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença”.

Reconheço que tenho que esquecer esse episódio que me marcou muito. “Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa apagar o caso escrito”, nos ensina Machado de Assis.

Confesso que todo dia acordo pensando na ilusão de 2012. E peço a Deus para esquecer daqueles tormentos. Daqueles momentos de tristeza. Porque não existe pior coisa no mundo do que a traição perpetrada por pessoa a quem você admira e quer numa determinada posição. Preciso, realmente, apagar esse caso escrito. Enterrando-o como caso do meu passado. Do passado de minha cidade. Mas nos lembrando dele como uma grande lição a nossa boa fé de homens e mulheres que amam essa cidade. Que haverá de ser maior do que já o é. Apesar desses casos escritos.

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