Entre as diversas manifestações artísticas e culturais
existentes em Águas Belas, algo que chama a atenção é a arte plástica produzida
por um escultor local. O nome dele é Cosme Tenório, natural de Águas Belas,
nasceu (em Curral Novo) no dia 19/06/1982 (33 anos), trabalhador rural que tem
em uma pequena casa em Curral Novo seu ateliê improvisado, ele que atualmente
reside próximo ao distrito, tem uma arte em argila que obedece a traços
próprios e inconfundíveis.
Cosme Tenório é o um artista
nato, pois não frequentou nenhuma escola de belas artes ou alguma universidade
para exercer as expressões que o particularizam. Em entrevista ao Jornal Cidade
Cosme falou como teve início sua inspiração: “Estava na roça, quando me deparei
com um ‘bolo’ de argila, e vi que ali dava uma obra, e fiz uma sereia. Eu não
tinha noção do que era uma obra de arte, muitas pessoas não acreditam, mas acho
que foi um dom de Deus”.
Tudo ocorreu em 2007, Cosme
agora produz diversas obras, indo desde obras sacras a esculturas de criação
própria, com obras que normalmente retratam o dia a dia do homem no sertão e
figuras históricas, de crenças ou que simplesmente entraram no imaginário do
nordestino, tornando-se figuras mitológicas. Cosme em sua caminhada vai
construindo um acervo riquíssimo de esculturas, impondo um estilo próprio e
mostrando que o Sertanejo é sem via de dúvidas, um forte como já relatava
Euclides da Cunha. Começando inclusive a fazer escola, onde um vizinho ao visualizar
as obras de arte e adquirir uma, começou também a produzir com características
similares, sendo influenciado por Cosme e suas obras.
Cosme como todo artista é um sonhador: “Em quero que no
futuro, se for possível, que o Ministério da Cultura me ajude a criar um ponto
de cultura para que Curral Novo se desenvolva, atraindo visitantes e trazendo
renda para o meu lugar. E neste mesmo ponto dá aulas para que outras pessoas
possam está aprendendo e revelando o seus dons, para não deixar a arte morrer
quando eu me for”. O artista também relata a falta de apoio por parte de órgãos
públicos, o que infelizmente é uma realidade local.
Esse artista chega a emocionar
tendo em vista sua origem e persistência, tentando (apesar de seus limites)
levar sua arte, baseada na vivência do sertanejo. Mostrando ao mesmo passo a
criatividade deste povo que se reinventa e que, apesar das dificuldades e
exclusões, aflora com saídas geniais e quase sempre fundadoras de espaços de
esperança.
Por Ildebrando Gutemberg
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