O troféu Gonzação é considerado a maior premiação da música nordestina, responsável por reunir cerca de 150 artistas em uma noite de homenagens e apresentações únicas. Este ano, a celebração cultural trouxe novo formato, tendo como palco o teatro do Hotel Garden, o que lhe conferiu mais qualidade à apresentação dos cantores.
Entre os homenageados de 2016 estavam o multi-instrumentista Carlinhos Brown, que além de representar e defender a musica nordestina no exterior, também é um admirador da obra gonzaguiana e responsável por vários projetos socioculturais. Pinto do Acordeon, músico, compositor e cantor paraibano também receberá o Troféu. Ele foi um dos sanfoneiros mais requisitados por Luiz Gonzaga e durante muito tempo integrou a equipe do Rei do Baião.
A homenagem in memoriam deste ano foi para o compositor pernambucano Zé Dantas, o autor do primeiro forró gravado no Brasil, o “Forró de Mané Vito”, e responsável por vários clássicos do forró e do repertório de Luiz Gonzaga. A cantora Marina Elali, neta de Zé Dantas, participou da festa juntamente com a avó Yolanda Dantas, viúva do compositor.
Também foram homenageados o cineasta Bernard Robert Charrue, responsável pelo filme Paraíba Meu Amor, o músico Edmar Miguel, o empresário Pierre Landolt, a cantora e compositora Antônia Amorosa e o músico Del Feliz e Zé do Pife, que está completando 50 anos de carreira em plena atividade. A madrinha do Troféu Gonzagão, Elba Ramalho, foi uma das presenças mais aguardadas.
O evento contou ainda com as presenças de Adelson Viana, Adelmário Coelho, Alcymar Monteiro, Assisão, Cezzinha, Chambinho do Acordeon, Dorgival Dantas, Gennaro, Genival Lacerda, Geraldinho Lins, Glorinha Gadelha, José Milton, Liv Morais, Os Nonatos, Quinteto Violado, Santana, Sirano, Targino Gondin e Tribo Cordel e Maria Dapaz, dentre dezenas de outros artistas.
Antes do show da premiação, os convidados acompanharam imagens de edições anteriores do Troféu Gonzagão e apresentação do grupo Raízes, através de um telão, embalados por um trio de forró. Ainda no local, houve uma exposição de troféus e convites de anos anteriores, além de sanfonas e telas do artista plástico Alex Melo em homenagem a Luiz Gonzaga.
Maria da Paz
A cantora de Afogados da Ingazeira (PE) já entrou na lista dos pré-selecionados para o 27º Prêmio da Música Brasileira que terá como homenageado o cantor e compositor Luiz Gonzaga Jr.
Mahatma Costa
Com 15 anos de carreira, o músico que é de Olinda (PE) já foi campeão mundial de acordeom na 68ª Copa Mundial de Acordeom, realizada na Finlândia no ano passado, campeão mundial no 66º Troféu Mundial do Acordeom, que aconteceu na Suíça também em 2015, obteve o 2º lugar no Festival de Spoleto, na Itália, 2º lugar no Mundial de Acordeom, em Kaunas-Lituânia, 2° lugar no Mundial de Acordeom de Costelfidardo- Itália e 3° lugar no Mundial de Acordeom – 67th Copa Mundial de Acordeom – Áustria, todos em 2014. No Brasil, foi campeão do 5º e do 7 º Festival Internacional Roland de Acordeom - São Paulo (2011, 2013).
Bernard Robert Charrue
Com mais de 30 anos de carreira, é diretor de cinema e já percorreu mais de 100 países, tendo conquistado mais de 20 prêmios internacionais.
Pierre Landolt
Herdeiro de uma das maiores fortunas da Europa, naturalizou-se brasileiro e escolheu viver em Patos. Lá investe na produção de queijos à moda francesa, com leite de vacas suíças. Também produz frutas tropicais para exportação e é ligado a projetos ambientais.
Rodolf Forte
A sanfona faz parte da vida do maestro Rodolf Forte desde a infância. Já dividiu o palco com grandes músicos brasileiros tais como Sivuca, Dominguinhos, Oswaldinho, Elba Ramalho, Marinês, Genário, Flávio José, Os Três do Nordeste e Waldonys.
Edmar Miguel
O mestre autodidata Edmar Miguel é multi-instrumentista: toca sanfona, trompete e piano, por exemplo. Com mais de 40 anos de carreira, é considerado também um grande ativista cultural.
Antônia Amorosa
Cantora premiada e conhecida no Brasil e em países na Alemanha e Áustria, Amorosa é ainda jornalista e escritora, autora de 3 livros.
Del Feliz
Cantor e compositor, já fez parcerias musicais e com artistas do calibre de Maria Bethânia, Dominguinhos, Elba Ramalho, Carlinhos Brown, Dudu Nobre, Geraldo Azevedo, Genival Lacerda, Flavio José, Alcymar Monteiro, Luiz Caldas, entre tantos outros
Zé do Pife
Completou 50 anos de carreira e é um trabalhador da arte. Passou a maior parte de sua vida fabricando, vendendo, tocando e ensinando os outros a tocar o pife. Luta até hoje pra manter viva esta tradição.
O cantor, compositor e multi-instrumentista Carlinhos Brown disse, que o Nordeste está jogando fora o forró de pé serra em detrimento do “forró eletrônico”, cantado por bandas. A declaração foi feita no Garden Hotel, em Campina Grande, momentos antes do início da oitava edição do Troféu Gonzagão, que homenageia músicos e compositores da música regional.
O baiano, que foi homenageado no evento, ressaltou que o troféu é importante, pois quando reúne os artistas do Nordeste mostra a qualidade cultural que a região tem para o mundo interior aplaudir. “Geralmente eu digo a meus amigos que a Europa é mais próxima do Nordeste e a gente precisaria virar o rosto para lá. Ele nos querem muito, sobretudo algumas coisas que algumas coisas que o Nordeste está jogando que é o forró pé-de-serra. Os europeus são loucos por isso, esse jeito” acentuou Brown.
Para Carlinhos, o forró (eletrônico) que está acontecendo atualmente é muito bonito e alegre, mas se assemelha a ritmos caribenhos e outros. “Tem uma identidade de renovação do Brasil, isso é bom, mas nós não podemos abrir mão das coisas que realmente nos identificam”, destacou o multi-instrumentista. Na sua visão opinião, devem ser preservados o pandeiro de Jackson e a sanfona de Luiz Gonzaga, o que vem sendo feito hoje por Elba Ramalho, Alceu Valença, Flávio José, Targino Gondim, Pinto do Acordeon e Santana, entre outros artistas.
Fonte: Jornal da Paraíba
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